Três.

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_ O ônibus de Blake estava atrasado, Jason preferiu pegar um moto táxi para voltar pra casa. Até disse para o amigo ir também, que ele mesmo pagaria, mas Blake recusou. Não gostava de motos, o motivo: Perdeu seu irmão mais velho num acidente. Desde aquele tempo sempre repudiou motos, nunca quis ter uma.

Esperou pacientemente seu ônibus que parou um pouco mais adiantado do ponto, entrou, cumprimentou o motorista e sentou-se perto da porta. A viagem foi um pouco demorada por causa das paradas obrigatórias nos sinais fechados. Essa era uma, das milhares, de desvantagens em morar longe do centro. Assim que chegou no seu destino, deu sinal para o motorista e desceu no ponto.

A noite estava extremamente fria e seu moletom não estava o esquentando, seu desejo era de chegar logo em casa e deitar debaixo de várias camadas de edredom. Apressou o passo e atravessou a rua passando por uma cerca alta e coberta de mato. Mais a frente viu um movimento do outro lado da cerca. Tinha vários automóveis parados em círculo com os faróis ligados, e mais para frente um trailer grande e parecia balançar de um lado para o outro.

Dois homens saíram do carro carregando armas de grande porte. Blake abaixou-se atrás de uma moita e ficou observando o movimento, claramente estavam aprontando alguma coisa. Talvez fossem uma gangue da cidade vizinha passando por ali ou até mesmo fazendo entregas ilegais por esses lados.

O trailer que estava balançando começou a fazer um ruído assustador como se uma matilha estivesse tentando sair de lá. Estremeceu ao ouvir latidos altos, então é mesmo cães presos no trailer.

Os homens sairam de suas vistas e ele teve a sensação de que não deveria estar ali. Precisava sair de fininho, mas para isso, ele tinha que passar justamente por aquela rua. Não teve outra alternativa a não ser esperar.

Um dos homens que estavam conversando voltou sem a arma, ele estava falando ao celular. Veio caminhando na direção de Blake e parou bem ao lado da moita. Blake estremeceu, seu coração estava a mil e o suor já escorria até seu pescoço.

— Não, chefe. Está tudo certo. – Uma pausa e o homem soltou um suspiro nervoso.

— Eu sei, chefia. Não… – Mais uma pausa. — Tudo pronto. Já nos passaram as informações. – Pausa longa e o homem puxou a cerca assustando Blake que precisou tampar a boca com as mãos.

— Não, a garota não sabe de nada... Acham que foi um acidente.. – Blake franziu o cenho, será que é o que ele está pensando que é?

— Não deixamos pistas, foi tudo como o combinado. Ok, estamos esperando. Os bichos estão aqui, sim.. Sim, senhor. Ok, tchau. — O homem desligou o celular, mas continuou ali. A fumaça chegou no nariz de Blake. O filho da mãe estava fumando. Blake fez uma careta, odiava quando o irmão fumava perto dele, seus olhos queimavam e odiava tossir.

— Leo. – Uma voz masculina chamou ao longe, mas se o cara ouviu não demonstrou reação. — Leui – Blake não conseguiu identificar o nome que era chamado. Era algo como "Leo", mas não tinha certeza.

— Já vou. – Gritou irritado. — Seu merda. – Resmungou jogando o cigarro pelo buraco da cerca e o guimba caiu em cima do pé de Blake.
**
Hollie se clamufou atrás da espessa cortina vermelha da sala. Não queria correr o risco de ser pega pelo ladrão que estava tentando invadir a casa vizinha. Esperou por vários minutos e ninguém se revelou nas sombras, talvez tenha visto ela ali, bisbilhotando. Suspirou cansada e subiu para o quarto desiludida de que o pegaria em flagra.

Pegou o notebook e decidiu ler alguns e-books de romance policial, seu gênero preferido. Ficou lendo por alguns minutos, mas seus pensamentos a desconcentrava e tinha que ler o parágrafo duas vezes para entender. Desistiu e conectou-se no facebook para conversar com seus amigos.
Debbie estava online, era a única de seus amigos próximos. Decidiu puxar assunto 

Game Over - Sobreviva.Onde histórias criam vida. Descubra agora