Ninguém ousava falar uma palavra sequer. Todos pensativos e temerosos remoendo aquela dúvida impactante e explosiva sobre suas cabeças; Que jogo havia começado? Quem havia mandado aquela mensagem? E por que para eles, simples estudantes? As indagações inundaram os pensamentos dos quatro jovens sentados naquela mesa com os semblantes sérios e amedrontados. Nenhum suspiro, nenhum pigarro, nenhuma gracinha proferida por Jason.
O atendente aproximou-se da mesa para fazer seu trabalho, aliás, à sorveteria fecharia à alguns minutos. Eles nem perceberam até o momento que já era tão tarde.- Com licença, já terminaram?
Os olhares antes vagantes pela mesa levantaram-se em cannon fitando aquele semblante juvenil e sonolento. Qual era o problema daquele cara, afinal? Sempre com os olhos caídos, a voz arrastada, um andar desajeitado... Vivia se arrastando pelos cantos como um zumbi?
- Han.. Já terminamos, sim. - Hollie respondeu entre piscadelas tentando acordar para a realidade. Os outros fizeram o mesmo, arrumaram suas tralhas no que consistia em pegar os fios (desnecessários) de Debbie, fechar o notebook, pegar o casaco de Jason e pagar os produtos consumidos. Depois disso saíram da sorveteria mantendo total silêncio.
Ao chegarem na rua da cerca, Debbie quebrou a barreira de silêncio entre eles.
- Isso com certeza é uma brincadeira de alguém!- A bomba também foi uma brincadeira? - Blake disse sério sem desviar os olhos das ervas daninhas que emergiam do chão que cercava uma área.
- Não... - Ela respondeu arrependida da afirmação absurda que compartilhou com os amigos sem no mínimo pensar sobre a bomba. - Eu só estou assustada.
- Nós todos estamos, Debbie. - Hollie disse abraçando o próprio corpo. - Não sabemos quem está fazendo isso e nem o porquê.. - Fitou os rostos cabisbaixos dos seus amigos e voltou o olhar para a frente observando as pessoas entrarem num ônibus azul e partirem para algum lugar da cidade, tranquilos.
- É, deve ser algum psicopata viciado nos filmes Jogos Mortais. - Jason comentou chutando uma pedrinha distraidamente. Debbie parou bruscamente no meio da rua que estavam atravessando.
- Como você pode ser tão insensível? Fazer piadas numa hora dessas?! - Jason parou também um pouco a frente e cruzou os braços.
- Não estou fazendo piadas! E também não vejo motivo de você achar que tudo o que eu falo te obriga a responder! - Blake e Hollie se entreolharam perdidos, sem saber reagir.
- Eu não sou obrigada mesmo, mas você podia ser no mínimo um pouco sensato, não acha?
- E o que importa? Estamos no mesmo barco, aposto que o psicopata não liga para a porr* que eu falo! - Jason estava irritado, apesar de sustentar uma expressão tranquila.
- É mas nós ligamos!
- Gente, vocês poderiam sair do meio da rua, por favor? Estou ficando agoniado toda vez que um carro passa perto de vocês. - Blake disse quase ajoelhando no chão e implorando que eles parassem com aquela discussão ridícula. Debbie nos olhou envergonhada percebendo que estavam no meio da rua, discutindo entre berros e atraindo olhares dos pedestres que passavam por eles. Retomou a caminhada ultrapassando Blake e Hollie, sentou-se no banco do ponto de ônibus e ficou encarando o chão, séria. Jason levantou os ombros quando Blake lançou um olhar acusatório para ele.
Blake esperou até o ônibus que levaria Hollie e Debbie de volta ao bairro delas chegasse, despediram-se monótonas e adentraram o ônibus caladas. Hollie olhou pela janela e viu quando Blake deu um tapa na cabeça de Jason e depois o abraçou de lado com um sorriso, os dois afastaram-se retomando o caminho de volta para a casa de Blake.
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- Eu não vou me desculpar! - Jason estava jogado na cama de Blake com o notebook do mesmo sobre o colo. - Ela me tira do sério, Blake. É paranóica, entendeu? Paranóica. - Blake soltou o ar, cansado de insistir.- Vocês vivem brigando pelos cantos.. Aconteceu alguma coisa que não nos contaram? - Jason o olhou de forma estranha, hesitando.
- Não. - Respondeu. - Ela é muito irritante. Só isso. - Blake estreitou os olhos, desconfiado, mas decidiu não falar mais nada sobre o assunto.
- Vou tomar um banho. Já volto. - Saiu do quarto prestes a entrar no banheiro quando ouviu a porta da sala ser destrancada, Antonieta finalmente chegou em casa.
- Vó? Aonde a senhora foi? - Perguntou deixando a toalha no encosto do sofá e aproximando-se dela ajudando-a com as sacolas. Antonieta sorriu mostrando pequenas rugas perto de seus olhos azuis.
- Também sou gente, oras. Fui fazer compras com minhas amigas. - Deu uma piscadela e tirou o casaco cor de pele que estava vestindo colocando-o sobre o cabideiro perto da porta. Blake riu.
- A senhora é uma graça. - Beijou-a na testa antes de se afastar. - Vou deixar sobre sua cama - Referiu-se as sacolas de compras - Se precisar de mim, estarei no banho. - Antonieta assentiu sorrindo e rumando até a cozinha. Blake era a única pessoa que restou para ama-la. Todos os seus filhos lhe abandonaram de todas as formas, seja para seguir a vida ou tomados pela morte.
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Hollie e Debbie desceram no ponto, o sol estava quase se pondo no horizonte, o relógio marcava 18 horas da tarde. O tempo voou sem ninguém perceber.- Hollie.. - Debbie chamou receosa, seus olhos pareciam presos no chão. Hollie virou para o lado, fitando-a. - Você acha que aquilo significa alguma coisa? - Hollie suspirou, estava com medo obviamente, mas não queria demonstrar. Ela era uma atriz não era? Então, esse era o momento para fingir ser forte.
- Precisamos pensar com calma, Débora. Não deve ser nada grave, nós poderíamos acionar a polícia e teríamos provas.. Eles não seriam burros à esse ponto, né? - Debbie levantou os ombros, estava realmente muito assustada como nunca jamais estivera. - Hei, amanhã depois da aula podemos ir à polícia central e mostrar essa gravação à eles.. - Propôs esperançosa, mas o rosto de Debbie não transparecia a mesma animação.
- Não sei.. Se a polícia não achou essa gravação deve ser porque não estão procurando.. - Comentou, desanimada. Hollie concordou silenciosamente.
- O que faremos então? - Hollie suspirou tentando afastar a lembrança do carro explodindo da memória. Debbie finalmente levantou os olhos encarando os de Hollie.
- Precisamos tomar cuidado. Não importa quem está fazendo isso, apenas tome cuidado. - Havia lágrimas acumuladas no canto dos olhos de Debbie, mas a garota não deixou nenhuma escapulir. Hollie achou aquela atitude estranha, mas apenas assentiu abraçando a amiga e prometendo que ficaria atenta e a fez prometer também.
- Nos vemos amanhã. - Hollie disse. Com um breve aceno de Débora, Hollie estava sozinha na rua. Já estava escuro, pegou seu celular marcava seis e meia. Engoliu em seco e começou a andar abraçando o próprio corpo mais de medo do que de frio.
Faltava apenas uma rua e ela estaria na sua adorável casa, com seus adoráveis pais. Uma lembrança a fez estremecer: Aquele cara a espreita lhe observando do outro lado da rua. Um arrepio tenebroso passou por sua espinha e ela decidiu que precisava andar mais rápido. Creck. Um barulho de algo sendo pisado soou atrás dela, seu coração parecia um artista de circo dando piruetas dentro dela. Pensou em correr mas estava totalmente congelada, parecia que ia desmaiar a qualquer momento. Outro creck e ela viu a necessidade de pelo menos encarar seu assassino nos olhos. Virou-se para trás, não havia ninguém. Outro creck e seu olhar desceu para o chão um riso nervoso escapou de seus lábios.
- Ah, seu engraçadinho! - Apanhou o bendito nas mãos e o levou até o seu rosto. - Você me assustou, sabia? - E o pequeno lhe deu uma lambida no nariz, causando uma careta de nojo da Hollie que logo sorriu. Olhou para os lados, não havia nenhuma alma na rua. Pensou se aquele cãozinho teria dono, mas como já estava tarde decidiu levá-lo para casa.
- Você tem que tomar um banho. - Disse. - E precisa de um nome também.
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Oláaa migas! Espero que me perdoem pela demora! Estava ocupada com algumas coisas :3
Aproveitem o capítulo e dê sugestões para o nome do cãozinho que Hollie encontrou ❤
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Game Over - Sobreviva.
Teen FictionQuatro amigos preparam uma brincadeira para fazer no baile de despedidas do colégio High School Sullman. Todo fim de ano o diretor Maxsuel Rulfus passa em um telão os melhores momentos dos alunos. No entanto, o que ele não sabe é que seus arquivos...