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Quando Apollo disse que eu precisava fazer um exame de sangue para verificar se eu tinha sido drogada, eu esperava que ele sugerisse à polícia que me levasse ao hospital ou coisa assim. Mas ao invés disso, ele pegou o telefone celular de novo, fez uma ligação e, em seguida, me disse que alguém estaria na sua casa em pouco tempo.

— Eu vou mandar fazerem o teste em um laboratório privado. — Explicou ele quando se sentou na ponta do sofá. Havia um considerável espaço entre nós, mas eu consegui senti-lo perto de mim, mais do que se fosse qualquer outra pessoa com a metade da distância.

Eu levantei uma sobrancelha. — Eu não posso pagar por isso.

Ele fez um gesto de desprezo. — Não se preocupe.

— As pessoas que têm dinheiro nunca parecem compreender que as pessoas que não têm sempre se preocupam com isso. — Eu disse.

Eu realmente não me preocupava com o dinheiro. O que eu queria era uma distração até que os policiais chegassem. Ele franziu a testa e eu me perguntei se eu o tinha ofendido. Isso não tinha sido a minha intenção.

— Não é por causa do dinheiro, Jessica. É para ter certeza de que o exame não será fraudado e que você e sua irmã estarão seguras. — Ele levantou a mão e, por um momento, eu pensei que ele iria me tocar. Mas logo em seguida, ele deixou a mão cair e algo se passou em seu rosto. — Nós vamos encontrá-la e descobrir quem fez isso.

Não havia nada além de certeza absoluta em seu rosto, e sua confiança me deu força.

— Por que você se importa? — Perguntei enquanto nossos olhos se encontravam. — Você não me conhece.

Apollo me olhou com os olhos escuros e eu tremi.

— Mas eu quero. — Disse ele. — Quero conhecer você por completo.

Engoli em seco, mas respondi com a cabeça baixa.

— Você queria conhecer a minha irmã. — Eu desviei o olhar, incapaz de suportar qualquer expressão em seu rosto.

Eu não estava muito ciente quando ele se aproximou mais de mim e tirou o cabelo do meu rosto, só notei quando senti as pontas dos seus dedos na minha bochecha. Eu sabia que era uma má ideia, mas eu não consegui conter o impulso de girar a cabeça até ficar cara a cara com ele, com sua boca a um centímetro de distância da minha. Meu estômago revirou e eu tentei desesperadamente não olhar para os lábios dele, tentei não pensar no quanto eu queria que ele me beijasse.

— Eu queria um desafio. — Apollo admitiu. — Mas no momento em que a vi, mesmo quando pensei que você fosse ela, eu quis você e apenas você.

Meu coração sofreu um baque quase doloroso. Seus dedos traçaram minha mandíbula, então deslizaram sob o meu lábio inferior. Um rastro de fogo seguiu o seu toque, e as minhas mãos se fecharam para me impedir de tocá-lo.

Quando ele se inclinou para frente, foi sem hesitação e sem reservas. O beijo não foi exatamente gentil, mas não exigia demais também. Era como se ele soubesse que eu queria que ele me beijasse e estivesse garantindo que eu teria o queria, mas também tomava posse do que ele mesmo desejava.

E eu soube que faria o que ele me pedisse.

É claro que eu já tinha sido beijada antes, mas nunca assim. Seus lábios se abriram, sua língua traçou meus lábios, mas não se aprofundou no interior da minha boca. Ele me tocou levemente no meu queixo, apenas um simples toque para me estabilizar, mas o suficiente para me fazer sentir o fogo nos seus dedos e na minha pele. Inclinei-me para ele, aumentando a pressão das nossas bocas juntas.

Minha SubmissaOnde histórias criam vida. Descubra agora