Minha Submissa

19

Na cabana, Apollo e eu não tínhamos realmente dormido juntos. Nós dois cochilamos um pouco depois do sexo, mas quando acordamos, voltamos aos nossos quartos separados. E eu tinha dormido bem lá, na soneca nos braços do Apollo, ou na cama do quarto de hóspedes. Porém, a noite passada eu não tive um sono tranquilo. Eu dormi profundamente, mas fui atormentada por pesadelos.

Um foi sobre a Jane. Recebendo um telefonema onde os detetives diziam que era tarde demais, que eles tinham encontrado apenas o corpo dela. Outro foi sobre os nossos pais. Eles me culpavam por não ter percebido o envolvimento da Kimberly antes. Teve o em que eu fui presa por ser uma irmã má e gastar todo o meu tempo fazendo sexo em vez de me preocupar com a Jane. E ainda, um em que os policiais encontravam a Jane viva, mas ela me odiava por eu estar com o Apollo.

Eu tive uns sobre ele também. Um em que ele me dizia que eu não era o suficiente para ele, que eu não tinha sido uma aprendiz boa o bastante. Outro em que ele escolhia Jane a mim, e os dois davam um beijo apaixonado. E o pior, onde ele me propôs casamento e então me deixou plantada no altar, por perceber na última hora que eu não era a companheira que ele queria para si.

Eu não tinha certeza se todos esses pesadelos vieram separadamente. Eles pareciam pular de um para o outro, sem nenhum sentido, até eu não ter certeza se realmente estava sonhando ou se esta era a minha vida agora. Tentei acordar, mas estava muito cansada. Às vezes, eu estava ciente dos braços do Apollo me segurando, mas eu não podia me debruçar sobre eles, não conseguia me lembrar de onde eu realmente estava.

Apollo foi ao chuveiro e finalmente me acordou. Talvez eu, inconscientemente, o senti ou ouvi sair da cama, mas foi o som suave da água que me fez abrir os olhos. E então vi que estava sozinha na cama.

Virei e olhei para o teto. O quarto ainda estava bastante escuro, mas as luzes vermelhas no relógio do outro lado da cama diziam que eram quase nove horas da manhã. Passei minhas mãos sobre o meu rosto. Eu precisava de um banho, e definitivamente não queria estar aqui quando Apollo saísse. Mesmo se ele se vestisse no banheiro, a intimidade de ir lá depois dele, sentindo o cheiro do seu shampoo e do seu sabonete, seria demais para mim. Eu não estava muito bem esta manhã para conversar com ele, eu queria fugir depois do que o ouvi dizer ontem à noite, mas se fôssemos ter essa conversa, eu precisaria de várias e várias canecas de café antes.

Saí da cama, sem jeito, consciente de que eu estava nua... e ostentando vários lembretes da maratona de sexo que Apollo e eu tivemos no dia anterior. Para não mencionar que o meu corpo vibrava com cada passo que eu dava. Não importava o que aconteceria com a gente no futuro, a última semana seria, se dúvida, uma daquelas coisas da qual você se lembra quando está velha e pensa no que fez na vida.

Peguei a mochila que eu tinha trazido do apartamento da Jane e levei-a pelo corredor até o quarto de hóspedes, onde eu tinha acordado no primeiro dia em que estive aqui. Liguei o chuveiro, regulando a água para ficar tão quente quanto eu conseguisse aguentar, e fiquei sob o jato com os fechados, sem pensar em nada em particular. No momento em que eu saí, minha pele estava rosa e minha cabeça estava mais clara.

Vesti um jeans e minha camisa favorita, querendo estar com uma roupa confortável para lidar com um dia que, com certeza, seria tenso. Eu não sabia o que Apollo e eu faríamos o dia todo enquanto esperávamos notícias dos detetives, mas eu não tinha certeza de que poderia lidar com mais sexo no momento. Fisicamente, eu estava exausta, mas mais, emocionalmente, eu estava drenada. Ele disse que não tinha necessidade de falar sobre as coisas importantes ainda, mas eu não poderia lidar com mais sexo sem ter essa discussão.

Eu estava caminhando para a cozinha quando meu celular tocou. Eu me atrapalhei um pouco na hora de tirá-lo do meu bolso e meu pulso acelerou quando olhei o identificador de chamadas.