Morte aos vermelhos

92 9 8
                                    

Contos A Rainha Vermelha na visão de Ptolemus Samos: morte de Ara Iral e Shade Barrow.
(Se passa no mesmo tempo do livro)

(...) ao perceber um tumulto nos corredores da prisão, corro para ajudar a acalmar a situação. No caminho, encontro alguns sentinelas tentando lutar com vermelhos, e vou atacando um por um até deparar-me com uma situação caótica, onde não dá mais para fugir. Há muitos corpos pelo chão, a maioria prateados. Sinto uma repulsa ainda maior pelos vermelhos e logo percebo que, esses vermelhos, também estão recebendo a ajuda de alguns prateados que estavam presos. Levanto minhas agulhas, que estavam presas a minha armadura, para me proteger e atacar, mas sou surpreendido por um golpe rápido. Rápido até demais. Um silfo. Tento manter o equilíbrio, mas recebo outros golpes até cair no chão. Quando levanto o olhar, me deparo com Lady Ara enfurecida. Não consigo conter o sorriso da situação irônica e me levanto.
-Parece que não consegue dar conta sozinha, Lady. Teve que ser salva por ratos vermelhos. -Dou um sorriso ainda maior e levanto às agulhas novamente, apontando as mesmas para Ara. Quando preparo as armas para atacá-la, avisto a vermelha que provocou boa parte disso. Mare Barrow. Quando ela esbarra em Ara, aproveito o momento de distração. Dessa vez ela não escapa. Lanço uma lâmina em sua direção, mas Ara agarra a vermelha pelos ombros e a tira do caminho da lâmina. Meu sangue ferve ao olhar a cena e mando mais lâminas, cada vez mais rápido, mas ela se desvia de todas.
-Seu pai não te ensinou a respeitar os mais velhos? -Mando mais uma lâmina, mas ela agarra e tenta me atacar, um movimento inútil já que desvio a mesma com tanta facilidade. Dou um sorriso torto e não consigo evitar o pensamento de que ela foi mais esperta algum dia.
Ouço Ara pedir ajuda da vermelha e, se fosse em outra situação, eu estaria em gargalhadas, porém só consigo pensar em acabar com elas de uma só vez.
Observo a vermelha levantar, ficando em posição de guerra, e não consigo conter um sorriso largo.
-Agora vou acabar o que minha irmã começou na arena.
-Do que sua irmã fugiu na arena. -Ela rebate e lança um raio em minha direção. Bato contra a parede, mas não sinto o impacto, apenas uma corrente latejante em minha cabeça. Coloco a mão na cabeça e pisco algumas vezes enquanto me recupero da corrente de energia, mas não consigo nem levantar, Ara é mais rápida. Ela se atira contra mim e com um movimento rápido, ela dá um soco em meu rosto e só consigo pensar na dor. Ouço o estalo de minha mandíbula quebrando e tento me recuperar, afinal sou um guerreiro, e guerreiros não desistem tão fácil assim. Tento focar minha mente apenas em acabar com Ara de uma vez. Ignoro a dor e reúno minhas forças para dar socos e afasta-la. Sem ela perceber, levanto uma das agulhas que ainda restam e, com rapidez e precisão, atravesso a garganta dela com a arma e observo o sangue prateado jorrar. Não perco tempo e levanto, agora mirando a arma na vermelha. Mare Barrow parece distraída o bastaste, como se estivesse esperando por alguma coisa, só que isso não me importa. Essa vermelha finalmente vai ter o que merece.
Vejo a agulha criando velocidade até ela, vejo seu olhar parar nela sobre a agulha, mas a agulha não acerta ela, acerta outra coisa, outra pessoa. Parecia mais um borrão que apareceu na frente dela. Não poderia ser um silfo, não veio de lugar algum, apenas apareceu. Sinto uma fúria por ter errado, mas ao ver o sangue vermelho escorrendo e o choque no rosto da Barrow, sinto uma sensação boa, como a de um dever cumprido. Mesmo que não tenha acertado meu alvo inicial, acertou um vermelho, e ele morreu ajoelhado, como um vermelho obediente tem que ficar. Os olhos da Barrow continuam paralisados no corpo. Seja lá quem for, era importante para ela, vou me contentar com isso por enquanto.

Ela ainda não teve o que merece, mas chegou perto, e eu não vou parar até conseguir acabar com ela.

A Cabeça da CobraWhere stories live. Discover now