⇜Prólogo⇝

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Noemi ouviu o telefone tocar e se levantou de sua poltrona, amarrou firme o seu roupão e atendeu a chamada. Era seu marido lhe ligando para lhe dizer que chegaria tarde por causa do trabalho, e que ela não precisaria mais o esperar. Um pouco decepcionada ela disse que entendia e então a ligação foi finalizada. Após suspirar e ter seus olhos fixos no telefone, ela deu meia volta e subiu as escadas. Seguiu seu caminho em direção ao quarto da filha para coloca-la na cama. Ela abriu a porta gentilmente e viu sua filha deitada de barriga para baixo em seu carpete rosa felpudo, ela desenhava alegremente com seus giz de cera.

- Diana... Está na hora de dormir - Noemi disse gentilmente ao se aproximar de sua filha.

Ao ouvir a voz de sua mãe ela se ergueu rapidamente, passou levemente suas mãos em seus olhos dando lhe a certeza de que o sono estava presente. Noemi a pegou no colo e a colocou em sua cama, cobriu lhe com a coberta e deu um beijo de boa noite em sua testa. Ao se virar, Diana agarrou uma pequena parte de seu roupão para chamar a atenção de sua mãe.

- Mamãe... me conte uma historia? - perguntou ela docemente enquanto um pequeno sorriso se formava.

- Claro... Que historia quer que eu leia para você? - Noemi a perguntou enquanto seguia em direção a estante de livros de sua filha.

- Sereias Sombrias... - disse ela em um tom animado.

- Você gosta mesmo deste livro... - Noemi passou seus delicados dedos nas lombadas dos livros a procura do qual a sua filha havia pedido. Após o encontrar, ela removeu um enfeite de um panda que estava na frente do livro e depois o puxou cuidadosamente. Se dirigiu a uma cadeira confortável que ficava ao lado da cama de sua filha e se acomodou nela. Abriu o livro e começou a ler.

Essa não é uma historia igual ao conto de fadas onde uma bela sereia se apaixona por jovem príncipe. Essas sereias eram traiçoeiras e sombrias. Sua comida preferida era os humanos. No livro eu irei falar sobre os dois tipos de sereias que eu tive conhecimento durante uma viagem que eu havia feito, e neste lugar em que eu estava eu me encontrei com uma delas, era um Nitry Nay, que eram apelidadas de sereias das águas sombrias. E um dia ela havia me contado que também existiam as Ciliz Nay, que eram das águas tempestuosas. Seus parentes distantes.

- Eu queria conhecer uma Nitry Nay, mamãe... será que elas eram bonitas igual esse desenho? - Diana disse após apontar na ilustração que havia na pagina. - Elas são as sereias do bem, não é?

- Talvez sejam... - Noemi virou a página revelando outra ilustração de uma sereia perto de um palácio e continuou a ler.

Os Nitry Nay eram mais sociáveis, seu lar era perto de um grande Palácio no fundo do mar, onde a "família real" morava. Um lugar onde eu nunca tive o prazer de visitar. Agora os Ciliz Nay eram mais selvagens e não obedeciam regras, quanto mais longe ficar dos Nitry Nay, melhor. Esse era o lema deles.

- Não gosto deles, mamãe... - Diana disse ao apontar novamente para uma ilustração um pouco sombria dos Ciliz Nay.

- Eu também não - Noemi concordou com a filha enquanto sorria, ela virou outra página e havia uma grande flor de lótus ilustrada, direcionou seu olhar para a página ao lado e continuou.

Os Nitry Nay guardavam um segredo perigoso que atraia olhares duvidosos de todos aqueles que sabiam sobre ele, sendo criatura ou humano. Era sobre um lugar onde havia uma caverna, mas somente a família real sabia a encontrar. Mas o mais importante era o que havia dentro dela. Uma linda e poderosa Lótus.

- Ela é muito bonita... - Diana disse ao passar delicadamente seus pequenos dedinhos no desenho.

- Sim, muito bonita e poderosa - Noemi então virou outra pagina revelando um desenho de uma caverna emitindo um pequeno brilho no fundo, e com duas sereias que estavam prestes a entrar na caverna.

Castelo Minori - O Lado Sombrio.Onde histórias criam vida. Descubra agora