O salvamento

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Pov. Marinette

E lá estava eu, a descer pela varanda do meu quarto. Tinha deixado o meu cavalo pronto nessa tarde. A minha dama-de-companhia, a Tikki, ajudava-me sempre com essas coisas.

A Tikki tem 15 anos, ela começou a trabalhar este ano graças às suas habilidades e bons reflexos. Apesar dela ter mais 4 anos que eu, nós somos as melhores amigas.

Até ao dia em que ela chegou ao castelo, eu nunca tinha tido nenhum amigo ou amiga. Mal ela chegou, o meu pai pô-la como minha dama-de-companhia. Logo ficámos amigas e ela contou-me coisas sobre a vila que cercava o castelo. Desde aí, eu tenho saído às escondidas do castelo.

De volta ao que estava a dizer, eu montei o meu cavalo e dirigi-me à passagem secreta que me levava à vila.

Caminhei pela passagem às escuras, mas com o tempo já me tinha habituado à escuridão.

Quando cheguei ao final da passagem, avistei um arbusto onde poderia trocar de roupa ( para roupa de camponesa).

Eu sabia que ninguém ia desconfiar, pois o meu pai nunca me deixa sair do castelo.

Na vila, não estava quase ninguém, por isso, eu perguntei a um velhinho que estava a caminhar onde estava toda a gente.

Ele respondeu-me que estavam todos numa feira de ciganos que tinha aberto sem a autorização do rei.

Eu fiquei com algum receio de aparecer na feira, porque se o meu pai não sabia, alguém lhe iria contar e ele iria mandar matar todos os ciganos e mandar revistar toda a gente da vila.

Enfrentei os meus medos e entrei na feira. Nunca tinha visto coisas daquele género. Havia homens com pele elástica, homens que treinavam tigres e mulheres com bolas de cristal.

Um homem bêbado vinha na minha direção e eu desviei-me dele. Ele continuou a andar atrás de mim e rapidamente conseguiu apanhar-me. Eu fiquei aterrorizada e não me conseguia mexer mais.

O homem encostou-me a uma parede e tirou uma faca do bolso das calças.

Eu fiquei à espera de sentir qualquer tipo de dor, mas só senti o homem a largar-me. Virei-me para ver o que tinha acontecido e vi-o deitado no chão a esfregar a cabeça. Ele tinha a cabeça a sangrar muito. De repente, senti uma mão puxar-me pelo braço.

-O que pensas que estavas ali a fazer? Não sabes que aquela é a rua dos bêbados?- disse a voz do rapaz que me tinha agarrado o braço. Quando consegui olhar melhor para ele, reparei que ele era loiro e tinha os olhos verdes mais bonitos que eu alguma vez havia visto.

-Eu nao sabia disso. Quem és tu?- perguntei eu.

-Eu sou o Adrien Agreste. Tens de ter mais cuidado por onde andas. Qual é o teu nome?

-Eu sou a pr...- eu pensei melhor e não queria que ele soubesse que eu sou a princesa.-Eu sou a Marinette, mas podes tratar-me só por Mari. Tu és novo por aqui?

-Eu ia perguntar-te a mesma coisa. Eu vivo no orfanato da vila e tu?

-Eu vivo no castelo. Sou filha de uma empregada de lá.-menti eu.

-Qual é a tua idade? A minha é 11 anos.

-Eu tenho 10 anos, mas faço 11 daqui a alguns meses. Obrigada por me teres salvo, Adrien. Pareces ser um excelente amigo.

-Tu também me pareces ser uma excelente amiga. Queres ir brincar?

-Sim. Podemos brincar às escondidas?- as escondidas eram a minha brincadeira favoritas na altura.

-Claro. Eu começo a contar. Um, dois, três, quatro....-eu escondi-me debaixo de uma carroça com feno toda partida.- Pronta ou não aqui vou eu!

Ele não demorou muito a encontrar-me e depois foi a minha vez de o procurar. Ele escondia-se muito bem e quando o encontrei, estava encolhido dentro de uma pipa.

Ficámos a brincar até se fazerem ouvir as 12 badaladas da noite. Eu despedi-me do Adrien e combinámos encontrar-nos todos os dias à frente daquela carroça de feno onde eu me tinha escondido.

Voltei para o castelo e a tikki estava à minha espera. Contei-lhe tudo o que tinha acontecido nessa noite, pormenor a pormenor.

A Tikki contou-me que gostava de um rapaz chamado Plagg. Ela disse-me que ele também era órfão e tinha a mesma idade dela. Quando ela veio para o castelo, deixou de poder vê-lo.

Espero que isso não aconteça comigo e com o Adrien.

No final dos relatos, a Tikki despediu-se de mim e foi para os seus aposentos.

Não tardei muito a adormecer e a sonhar com o meu salvador.



Pov. Adrien

Hoje estava a falar com o Plagg, que é o meu melhor amigo do orfanato e ele disse-me que abriu uma feira de ciganos na vila. A feira não era autorizada pelo rei. Eu pedi ajuda ao Plagg, e durante a noite fugi para a rua. O Plagg tem 15 anos e chegou ao orfanato à dois anos. Ficámos logo melhores amigos, pois ele faz o mesmo género que eu e vice-versa.

Eu estava a passar pela rua dos bêbados e vi um homem a agarrar uma rapariga. Ele tinha uma faca na mão e a rapariga estava a morrer de medo. Antes dele lhe fazer algum mal, eu atirei-lhe com uma pedra grande à cabeça e ele caiu ao chão, esfregando a cabeça.

Eu peguei no braço dela e puxei-a para um sitio mais afastado, onde não nos vissem.

-O que pensas que estavas ali a fazer? Não sabes que aquela é a rua dos bêbados?-Eu olhei para ela e reparei na sua beleza. Ela era a menina mais bela que eu alguma vez tinha visto. Tinha uns olhos azuis lindos e que faziam que quem olhasse se hipnotizasse de imediato.

-Eu não sabia disso. Quem és tu?- perguntou ela.

-Eu sou o Adrien Agreste. Tens de ter mais cuidado por onde andas. Qual é o teu nome?-perguntei eu, querendo saber o nome daquela a quem salvei.

-Eu sou a pri......Eu sou a Marinette, mas podes tratar-me só por Mari. Tu és novo por aqui?

-Eu ia perguntar-te a mesma coisa. Eu vivo no orfanato da vila e tu?

-Eu vivo no castelo. Sou filha de uma empregada de lá.

-Qual é a tua idade? A minha é 11 anos.- disse eu.

-Eu tenho 10 anos, mas faço 11 daqui a alguns meses. Obrigada por me teres salvo, Adrien. És um excelente amigo.

-Tu também me pareces ser uma excelente amiga. Queres ir brincar?

-Sim. Podemos brincar às escondidas?- perguntou ela.

"Que bom gosto que ela tem em gostar de brincar às escondidas"-pensei eu.

-Claro. Eu começo a contar. Um, dois, três, quatro......- e foi assim que se iniciou a nossa noite de brincadeiras.

Quando soaram as 12 badaladas da noite, ela teve de se ir embora. Combinámos encontrar-nos à frente de uma carroça cheia de feno todos os dias.

Depois de algum tempo a pensar, eu voltei para o orfanato. O Plagg ainda estava acordado e eu contei-lhe tudo o que aconteceu naquela noite.

Ele contou-me que estava apaixonado por uma rapariga chamada Tikki, só que ela tinha sido empregada no castelo e nunca mais a tinha conseguido ver.

Espero que isso nunca aconteça comigo e com a Mari.

Fui-me deitar um tempo depois, e adormeci rapidamente. Tinha sido uma noite cansativa. Os meus sonhos passaram a ser diferentes a partir dessa noite, pois comecei a sonhar todos os dias com aquela menina que eu salvei.


Ma belle princessOnde histórias criam vida. Descubra agora