Maus tratos e a primeira parte do plano

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Pov. Marinette


Após acabar a festa do Adrien, cada um foi para seu quarto. Como eu já estava no meu, foi mais fácil para mim.

A Tikki e o Plagg levaram os pratos sujos e restos de comida (que eram só migalhas, já que estavam todos esfomeados).

Já eu, livrei-me de algumas coisas que tinham sobrado e acabei por adormecer.

No dia seguinte, acordei cheia de dores de barriga. "Ontem comi demasiado" -pensei eu.

Sempre era uma desculpa para não estar com aquele conde de meia tigela. E aproveitava a minha desculpa da noite anterior.

Estava a ler um livro de romance, quando se ouviram anunciar trompetes. Elas anunciavam a chegada do meu pai. Ainda estava com a roupa de dormir, por isso peguei no primeiro vestido que me apareceu à frente e saí do quarto. As dores de barriga não me permitiram correr, mas tive de andar bem rápido para chegar depressa ao pé do meu pai.

Quando cheguei ao local, estava repleto de criados e não havia possível caminho para eu passar. Cutuquei alguns deles, que me confundiram com outros e ignoraram-me. Não me agradou lá muito o que eles fizeram, mas não é por isso que vou mandar matá-los, como o meu pai faria.

Ao fim de uns longos minutos, consegui abrir uma passagem que dava diretamente ao meu pai.

Ele estava montado no seu cavalo branco. Exercia uma figura austera e fria, porém com um ar superior e intimidante. Ninguém se atrevia a olhar-lhe nos olhos, a não ser eu.

Quando comecei a avançar para o cumprimentar como qualquer princesa faria, e senti alguém agarrar-me os ombros. Assustei-me com o brusco movimento e dei um pulinho.

Virei-me para trás e dei de caras com uma pessoa que não queria. O conde Nathanael. Ahhhg, que secante, o que será que ele quer de mim, desta vez?

-Bom dia princesa. Eu queria saber se estás melhor desde ontem, acredita que fiquei mesmo muito preocupado.

-Bom dia senhor conde. Não precisa de se preocupar, eu estou melhor.

-Já te disse para me tratares por tu. Enfim, ainda bem que estás melhor. Eu gostaria de saber se hoje queres vir dar um passeio comigo pelos jardins do castelo.

-Eu adoraria -menti eu- desculpe-me, senhor, quero dizer, desculpa conde Nathanael, mas eu tenho de ir cumprimentar o meu pai. Até breve. – fiz-lhe uma rápida vénia e saí daquele sítio onde estava a sentir-me bastante desagradável.

Enquanto parei ao lado do cavalo do meu pai, para o cumprimentar, este estendeu-me a mão cheia de anéis de diamante esperando um beijo na região. Ele deve-me ter confundido com alguma espécie de conselheiro ou criado, por isso não lhe beijei a mão.

Ao fim de alguns minutos com a mão estendida esperando um beijo, ele fartou-se e dignou-se a olhar para baixo, vendo-me.

Ele fez um sorriso que só eu sei distinguir pela sua maldade. De certeza que vou levar umas açoitadas.

De seguida, ele pediu-me para o seguir e a marcha entre o público de criados acabou mais depressa que o esperado. Depois dos seus últimos acenos reais e de alguns sorrisos, ele desapareceu da vista de toda a gente, menos da minha.

Sem querer saber sequer a razão, agarrou-me pelos cabelos com uma força brutal e fez-me curvar diante dele.

-Com que então a maneira de cumprimentares o teu pai é humilha-lo à frente de toda a gente. Nem sabes qual é a punição para o que fizeste. No caso de um criado é a morte, no teu caso, pode ser... o meu tubo metálico. -desesperei-me ao pensar naquele instrumento que me causou sempre imensas dores quando era utilizado nas minhas mãos.

Ma belle princessOnde histórias criam vida. Descubra agora