O vírus

Capítulo 12

   Passado alguns dias após o ocorrido do traidor, todos estavam com medo e com receio de que mais alguém estivessem os traindo, começaram a fazer pequenas varreduras pelas casas, para ter a certeza de que ninguém estivesse envolvido com outros postos de sobrevivência. Marcos e Robert ficaram encarregador de fazer algumas buscas durante alguns dias, para ver se conseguiam algo ou tentar descobrir o paradeiro de quem estava por trás daquilo. Todas as manhãs, Marcos e Robert iam fazer as buscas, mas sem retorno algum.

   George ficou muito pensativo com tudo o que havia ocorrido recentemente e como ele pôde ter abrigado um traidor, com isso, ele começou a suspeitar de uma boa parte das pessoas que moraram ali. Montou uma equipe de vigias e seguranças, para que nada de errado acontecesse por lá.

   Toda noite antes de todos irem dormir, George obrigou que os guardas revistassem todas as pessoas e perguntavam onde foi o último lugar em que elas estiveram, caso se recusassem a responde-los, iriam presos ou até mesmo expulsos do grupo. Essa atitude de George acabou gerando um baita alvoroço, pois ninguém esperava isso, muito menos dele, que sempre foi um cara bom, e que agora está com medo e não confia em mais ninguém.

   Naquele mesmo dia, Marcos e Robert foram fazer mais algumas buscas, e até mesmo pra encontrar suprimentos e até mesmo sobreviventes daquele caos, ficaram o dia inteiro à procura de algo importante, Marcos deu sorte e encontrou um caminhão cheio de caixas, foi abrindo algumas e se deparou com muita comida e água, eles estavam com poucos recursos em seu grupo. Aquilo foi muita sorte, Robert ficou de vigia para ver se não encontrava ninguém por ali ou até mesmo algum metamorfo.

   Por sorte, não encontraram nada, Marcos saiu da caçamba do caminhão e fechou a mesma. Indo em direção da parte da frente do caminhão, assim que abriu a porta, sentou-se no banco e viu que o caminhão estava sem chave e que iria fazer ligação direta. Robert ficou o tempo todo vigiando o local, assim que Marcos terminou, fazendo o caminhão ligar, ambos ouviram gritos ali por perto. Quando menos esperaram, era uma garota, tinha aproximadamente dezesseis anos e era morena, estava toda ensanguentada. Ela corria com um pouco de dificuldade, pois estava com a perna machucada, Marcos e Robert olharam aquela cena e notaram que haviam alguma normis atrás dela. Então Robert correu rapidamente até ela, como estava armado, atirou em alguns deles e jogou uma bomba de fumaça, que logo explodiu, deixando os normis um pouco atordoados. Robert pegou a garota no colo e correu rapidamente até o caminhão, onde Marcos já havia ligado e estava esperando pelos dois. Ambos chegaram até o caminhão e Robert deitou a guria com cuidado ali. Marcos arrancou com o caminhão e foi embora dali, quando menos esperaram, alguns normis apareceram bem na frente, junto à alguns blockers.

   Eles entraram em pânico, mas não podiam desistir assim tão fácil, Marcos continuou arrancando com o caminhão, e antes que chegassem perto dos blockers, mudaram de direção, deixando os mesmos para trás e fugindo com sucesso. Até que por azar deles, apareceu um novo metamorfo, eles podia esticar seus braços, como um elástico. Aquilo surpreendeu todos eles, pois não esperavam por aquilo. O novo metamorfo esticou seus braços e segurou o caminhão com muita força, Marcos não parava de acelerar o caminhão nem por um minuto, caso ele parasse, todos morreriam ali mesmo. Foi quando Robert abriu o vidro do caminhão e com muita sorte e habilidade, pegou um rifle que estava com ele e mirou certeiro na cabeça do tal metamorfo e que morreu na mesma hora, assim eles puderam fugir com sucesso e não demoraram muito para que chegassem em seu cativeiro.

   Logo que chegaram, abriram o portão para os dois. Robert desceu e pegou a garota que ainda estava assustada, no colo e a levou direto para a ala hospitalar do cativeiro, onde Audrey cuidou de seus ferimentos e procurou por mordidas ou arranhões, caso ela tivesse algum traço daquilo, teriam que ou cortar um de seus membros afetados ou expulsa-la do cativeiro. Audrey olhou cuidadosamente cada parte de seu corpo, mas não encontrou nada, apenas sua perna que estava sangrando bastante. Ela acabou fazendo um torniquete, para que a garota não morresse de hemorragia, Robert agradeceu à Audrey e foi saindo de lá, pois ele e Marcos precisavam conversar com George à respeito do novo metamorfo que eles haviam encontrado e falar sobre a garota.

   Enquanto isso, Audrey ficou cuidando da garota e começou a lhe fazer algumas perguntas: - Não precisa se preocupar... Não vou lhe fazer mal, mas preciso saber quem é você e como veio parar aqui, tudo bem?

   A garota, ainda com dor, assentiu e olhou um pouco assustada para ela e disse: - T-Tudo bem... Eu vou tentar... Bem, me chamo Sabrina... E-E eu estava tentando procurar algum lugar seguro com os meus amigos, para podermos fugir daquelas coisas lá fora, mas... Deu tudo errado e eles acabaram nos achando, eu tentei fugir, mas acabei caindo em uma espécie de vala e machuquei feio minha perna, não faço ideia de como consegui sair daquele lugar, meus amigos foram massacrados por aquelas criaturas medonhas, eu fui a única que conseguiu sobreviver, foi ai que eu encontrei aqueles dois homens que me trouxeram para cá.

   Audrey ficou espantada com a história daquela garota e como ela foi tão esperta em ter fugido enquanto havia tempo, por mais que tenha se machucado, ela conseguiu sobreviver e era muito corajosa. Ela terminou de limpar os ferimentos de Sabrina e então improvisou uma tala com alguns pedaços de ferro e algumas gazes.

- Não se preocupe, agora você está em um lugar seguro, ninguém irá lhe fazer mal, tuo bem? Antes que eu me esqueça... Eu me chamo Audrey, vim parar aqui com o meu marido, não tem nem um mês direito, e nós éramos assim, como você, quando viemos parar aqui... Passamos por maus bocados antes de chegarmos aqui, fomos aprisionados, meu marido teve que lutar contra normis, para divertir outras pessoas, em uma arena. Logo você irá se acostumar com tudo isso... Bem, caso precise de algo, é só me chamar.

   Sabrina deu um sorriso fraco e assentiu com o que Audrey havia dito e então ela decidiu descansar um pouco, pois ela realmente precisava de um bom descanso, depois de tudo o que havia passado... Ela acabou pegando no sono devido seu cansaço.

   Audrey ficou realmente surpresa, como uma garota igual ela conseguiu escapar assim de tantos normis enquanto seus amigos haviam sido massacrados? Sorte talvez? Não sabia-se ao certo... Ela voltou para a ala hospitalar e se deparou com Sabrina, que estava dormindo. Decidiu deixar a garota descansando e assim que acordasse, iriam fazer mais algumas perguntas para ela.