Eu fui para o quarto na espera de encontrar Bryan com as crianças lá. Havíamos combinado que ficaríamos o resto da tarde juntos, mas quando cheguei, a única coisa que encontrei foi a babá com as crianças á minha espera.
Ele não deixou um único bilhete avisando que iria sair, e o que mais me entristece é que isso estava acontecendo frequentemente sem que ele ou até eu mesma percebêssemos, por conta dos desentendimentos.
- MAMÃE! - Laila e Louis gritaram quando me perceberam no quarto e vieram correndo em minha direção, abraçando minhas pernas me fazendo cair sentada sobre a cama. - Nós estávamos te esperando! - Louis disse sentando-se na cama enquanto eu pegava a sua irmã mais nova no colo.
- Eu também não via a hora para voltar e ficar com vocês! - Sorri e Anna fez o mesmo quando eu a encarei, um pouco insegura. Ela sabia que algo estava errado. - Onde está o seu pai? - Sussurrei para Louis, que balançou os ombros como se não houvesse ideia de onde ele estava.
Aquilo me entristecia, eu não aguentava mais. Abaixei a cabeça e tentei não chorar, respirando fundo várias e várias vezes enquanto me concentrava no que aqueles dois tanto tagarelavam no meu ouvido.
As vezes, eles eram os motivos das brigas, e eu já peguei Louis chorando algumas vezes por medo ou por escutar as nossas discussões que tentávamos tanto afastar deles. Bryan não perdia tanto a paciência, eu era muito mais estourada e estressada, além do cansaço me consumir.
Fiquei com as crianças pelo resto da tarde, e por mais que tenha ligado mil vezes e ele não atender o telefone - como sempre - me esqueci desses problemas, os meus filhos eram com toda a certeza a melhor coisa que havia me acontecido em toda a vida.
Quando o relógio marcou 18:00 horas, eu falei que entraria para um banho e começaria a me arrumar, então coloquei as crianças no outro quarto com a babá e disse que Bryan logo voltaria para ficar com eles.
Me arrumei em algumas horas, e já eram quase 20:00 quando Bryan resolveu aparecer no quarto com a blusa de frio nas mãos, a camisa entreaberta e o cabelo levemente bagunçado. Ele não estava me esperando ali, pois pareceu surpreso quando me viu.
- Está bonita com esse vestido. - Jogou o casaco na cama e me olhou de cima a baixo. - Onde você vai?
- Onde você estava, Bryan? - Cruzei os braços e o encarei.
- E desde quando devo satisfações á você?
- Talvez seja desde quando somos um casal. - Peguei a minha bolsa. - Você está cheirando a perfume de mulher, deveria tomar um banho antes de deitar-se na mesma cama que eu vou dormir. - Bufei e tentei segurar o choro.
- Sandy! - Segurou meu braço e eu soltei bruscamente da mão dele, indo em direção a porta. - Você também nunca me diz onde está indo!
- Eu sempre falo e me despeço de você, mas você não deve me levar muito em consideração e está mais preocupado em se vingar de mim. - Abri a porta e ele tentou me segurar de novo, sem sucesso. - Eu pensei que você era diferente. Eu pensei que podia realmente confiar em você...
- Onde você vai vestida assim, Sandra? - Aquilo me irritou profundamente.
- NÃO INTERESSA! - Falei mais alto e tentei me controlar quando me dei conta de que estava no corredor. - E você, deveria ir pro inferno! - Entrei no elevador assim que o mesmo chegou no andar, assim que um casal saiu de dentro do mesmo, e observei ele até a porta se fechar.
Aquilo me estressou profundamente. Tentei ao máximo não cair no choro ao pensar nas inúmeras possibilidades de traição e falta de confiança que o nosso relacionamento estava se tornando, acabando aos poucos.
Uma lagrima minha escorreu e eu limpei a mesma, mantendo-me em pé. Assim que cheguei na enorme sala de espera do hotel, avistei Cate no telefone, andando de lado a outro, parecia estressada e gesticulava muito.
Fui até próximo de onde ela estava e fiquei a esperando. Coloquei meu sobretudo e o deixei aberto, me sentia bonita, a troco de nada.
Hoje eu só precisava de um bom porre para esquecer os acontecimentos recentes.
Quando ela desligou o telefone e se virou, assim que me avistou, sorriu abertamente. Eu fiz o mesmo, e pude perceber que éramos parecidas no aspecto de não deixar os acontecimentos ruins transparecerem.
- Oi! - Veio até mim e acompanhei seus olhos me analisando de cima a baixo, parando por alguns segundos em minhas pernas, subindo em seguida, me dando um abraço. - Você está bem?
- Sim! - Ri sem mostrar os dentes e ela olhou pra mim com certeza de que eu estava mentindo. - Não... - Sorrimos juntas.
- O que houve?
- Nada, eu só preciso beber hoje. Onde vamos? - Coloquei o meu cabelo atrás da orelha. - Quem irá dirigir?
- O meu motorista, porque eu não pretendo voltar tão sóbria pra esse maldito hotel. - Falou e pareceu um pouco irritada. Eu levantei as sobrancelhas e encarei-a por meio aos cabelos dela sobre o rosto. - O que você gosta de comer?
- Qualquer coisa, é só você escolher! - Entrei no carro após ela, analisando-a da mesma forma que ela havia feito comigo há alguns minutos atrás. Eu tinha de parar com isso.
- Vamos em um bar, eu conheço bares ótimos aqui. Frequento bastante NY ultimamente...
- Pelo visto eu também vou começar a frequentar. - E ficamos em silencio.
Por mais que não quiséssemos transparecer algo que nos incomodasse, estava sendo complicado. Eu não queria perguntar pra ela, e ela provavelmente não queria me perguntar o que estava acontecendo. O silencio já estava ficando constrangedor.
- Lembra do meu marido? Ele estava comigo naquela premiação... - E ela finalmente quebrou o silencio.
- Sim, claro... - Olhei pra ela, que continuou encarando a janela, evitando olhar pra mim.
- Ele está me traindo. Estamos em uma briga eterna, e eu não consigo imaginar no que fazer! Eu não sei como separar sem a mídia saber desse inferno, e eu não quero por as crianças nessa porcaria de confusão. Eu não sei mais o que fazer e isso me atormenta. É por isso que estou com essa cara horrível hoje. Estávamos brigando no telefone.
Eu não sabia muito bem o que dizer, já passei por isso e provavelmente passaria novamente.
- Eu sinto muito por você, Cate... - Segurei a mão dela, que finalmente me encarou. - Eu já passei por isso, e provavelmente vou passar de novo. Bryan sumiu o dia todo, e quando chegou no quarto se surpreendeu ao me ver. Ele estava um caos, parecia ter acabado de sair de um filme pornô! - Eu sorri mas neguei com o rosto, sentindo os meus olhos queimarem. - Estamos em uma crise horrível de relacionamento, eu só não esperava que ele fizesse isso... - Ela apertou a minha mão e nos encaramos.
- A vida é uma grande porcaria! - Uma lagrima minha caiu e ela limpou a mesma, sorrindo pra mim. - Mas vou tentar seguir em frente assim mesmo, não vou me prender a quem não me merece. Você deveria fazer o mesmo.
- É... eu só não quero muito falar sobre esse traste hoje! - O motorista avisou que havíamos chego no local e saiu para abrir a porta pra nós. - Eu preciso beber agora! - Sorrimos e saímos do carro juntas, uma ao lado da outra.
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Body on Me
FanfictionLet's cut down the lights, i just really wanna let this fire burn bright. I'm just telling you to have an open mind, just imagine us