Talking Body.

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Eu me levantei com algumas dores no corpo, e marcas de chupões sobre as pernas e pescoço, conseguia observar com clareza sobre o espelho as marcas que ela me rendeu à noite passada, e, deus sabe o quão sujos eram os meus pensamentos no momento.

Entrei no banho e coloquei uma roupa qualquer rapidamente, descendo as escadas e pegando uma fruta dentro da geladeira. Passaria em um café no caminho, compraria algum chá ou um descafeinado para me manter em pé até chegar na gravação.

Quando cheguei no set, não a encontrei. Sarah já estava lá, e veio me cumprimentar assim que percebeu minha presença. Eu a abracei e perguntei sobre Cate sem hesitar, o que a fez me olhar diferente mas responder que não sabia.

Eu não estava preocupada com o que poderia ter acontecido, até porque, do jeito que ela era literal ao extremo, levou ao pé da letra o acordo de apenas uma noite.

Entrei no meu trailer depois de deslizar meus olhos por todo o local cheio de pessoas e fios na rua e não a encontrar. Enquanto esperava minha equipe, tirei o tempo para mexer no celular que estava descarregado desde ontem.

Mensagens da babá com fotos de Louis e Laila me dizendo que eles estavam bem me fizeram sorrir e esquecer dos meus problemas por um pequeno momento.

Bryan havia mandado três ou quatro mensagens dizendo que queria conversar comigo e eu hesitei muito em não responder.

Bloqueei o celular e respirei fundo. Me encarei sobre o espelho enquanto sentada na cadeira, pensando em que inferno eu estava fazendo comigo mesma e que diabos estava acontecendo na minha vida momentaneamente.

Pensar nisso não era nada bom, porque eu chorava quando não em frente aos outros, e não pararia tão cedo. Precisava me concentrar, precisava não transparecer minhas fraquezas.

Ouvi um barulho na porta de meu trailer e me ajeitei sobre a cadeira, pensando ser minha equipe, porém me deparei com Cate entrando rapidamente e trancando a porta.

Mas que caralhos essa mulher estava fazendo?

- Olá querida. Bom dia! - Falou quando entrou no trailer e me deu um tapa sobre o ombro, entrando nos cômodos do pequeno trailer. - Você tem uma cama e um sofá nesse inferno de trailer, por que a queridinha da América tem seus privilégios?

- Eu não tenho privilégios. - Fui até ela no quarto e a deparei deitada sobre a minha cama. - O que foi?

- Nada, eu só estou com sono, não sei se você se lembra mas não dormimos por muitas horas a noite passada. - Me fez morder os lábios e sorrir, lembrando de alguns momentos.

Eu estava morta de cansada e de sono, viveria a base de café o dia todo, mas, sem ressentimentos e arrependimentos.

- Então quer dizer que eu cansei você? - Perguntei e me sentei ao lado de onde ela estava deitada.

- Você acha que é fácil cuidar de uma mulher como você na cama? - Eu a encarei e sorri maliciosamente. - Eu sou muito boa, pra mim é fácil, porém eu estou morta de sono. Estou ficando velha.

- Você é ridícula, Cate! - Sorri. - Se eu fosse você, saia daqui porque precisamos trabalhar.

- Você só e a minha chefe no filme, minha querida. Em outros quesitos, sou eu quem mando. - Me deu um tapa na perna e se levantou.

- Não tenho muita certeza disso. - Sussurrei e ela voltou para me encarar, encostando o ombro no batente da porta. - O que foi? - Levantei-me e tentei passar por ela, mas a mesma segurou meu pulso e colou nossos narizes.

Body on MeOnde histórias criam vida. Descubra agora