É incrível como o tempo passa lentamente quando estamos com pressa ou ansiosos para ver alguém. E hoje não estava sendo diferente.
Faz um tempo que estou saindo com o Luiz, cinco encontros para ser mais precisa. Entre encontros no Starbucks e ao cinema, hoje iria jantar na casa dele, pelo menos este é o plano.
Não contei a ninguém que estava saindo com o Luiz, nem para minhas amigas, tive medo de ser repreendida. Não costumo sair com pacientes, na verdade, sou extremamente contra está prática, mas o Luiz me encantou de todas as formas. Foi o interesse e o respeito dele por mim que me fez admira-lo, nunca deixei de expressar meus temores e receios em sair com ele. Afinal, posso receber um processo por isso!
Nosso primeiro encontro foi por acaso, próximo do hospital onde trabalho, em um restaurante, na hora do almoço. Ele fez questão de vir até mim e fazer uma piada sobre meu almoço.
"Olha isso! Uma nutricionista comendo lasanha! " – Disse rindo.
"Em minha defesa é vegetariana".
No dia seguinte ele também estava lá e foi assim que começamos a nos conhecer.
Sempre acreditei na ideia que quando um homem ou uma mulher estão interessados em alguém, não medem esforços para estarem juntos, terem tempo e demostrar carinho. E foi exatamente o que ele fez durante todo esse tempo, mesmo no início quando tentei afasta-lo.
A tarde continuava a se arrastar e me deixando mais ansiosa, mas era uma tarde linda de sol, um daqueles dias tão bonitos que te deixa feliz e com uma sensação de que algo bom irá acontecer, é revigorante. Eu amo dias de sol, uma leve brisa, aquela sensação de ar fresco, você se sente vivo.
Esperei as horas passarem assistindo um filme. Um dia vou entender por que os filmes sobre a segunda grande guerra me atraem tanto.
Quando o celular despertou, as 18h, comecei a me arrumar. Foi uma escolha simples, um vestido longo, bem estampado e alegre. Já havia tirado os óculos e posto a lente de contato, estava pronta.
Assim que saí do meu apartamento encontrei um meu vizinho bem-humorado e barulhento, mas que eu adorava. Na verdade, eu gostava mais do cachorro barulhento dele. Achava engraçado o som que as patas do cachorro faziam sobre o piso enquanto ele andava, o ruim era na hora de dormir.
-Oi Marcus! – Eu o cumprimentei ao mesmo tempo que me abaixava para fazer carinho no Darius – Vai passear com ele?
-Oi, Ceci – Disse sorrindo – Na verdade, vou leva-lo no veterinário, ele está fazendo uns sons estranhos quando corre.
Eu ri – Com certeza é por causa do peso.
-Disso você entende mais do que eu, tchau – E nos separamos no térreo.
Marcus é muito gentil e tranquilo, bonito demais para alguém tão caseiro. Ele trabalha em casa, nunca entendi exatamente com o que, mas envolvia concerto de computadores e elaboração de sites. Ele faz um trabalho voluntário cuidando de animais abandonados, este foi o motivo do nosso primeiro contato, ele me chamou para ser voluntária assim que comecei a morar no prédio, uns dois anos atrás, mas meu horário não batia com o da ONG então só pude colaborar financeiramente. Como fiz vários amigos ajudarem na ONG, Marcus ficou extremamente agradecido, desde então toda vez que tenho algum problema no meu celular ou computador ele me ajuda.
Um pouco antes das oito da noite, havia chegado na Tijuca. Luiz morava um quarteirão depois de onde ficava seu escritório de advocacia, não foi difícil de achar. Assim que terminei de estacionar o carro na garagem do condomínio, ele estava lá me esperando.
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Causa et effectus
Misteri / Thriller"Para toda ação existe uma reação de força equivalente em sentido contrário". A vida de Cecília, Luiz e Marcus nunca vai ser a mesma, suas ações vão demostrar exatamente como tudo pode caminhar errado e voltar aos eixos para quem merece, pelo menos...