Vinte e seis

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Narrador;

BamBam lia seus textos na sala de aula. Estava vazia, e assim era bom. Precisava decorar suas falas, mas algo lhe tirava a atenção. Um colar em cima de sua perna. Tinha uma bolinha prateada como pingente. Era de Yugyeom, ele havia se quebrado na hora em que se esbarraram.
Yugyeom continuava lindo aos olhos de BamBam, era um homem já, cresceu e era um ótimo publicitário. Nunca se lembrará de nada relacionado a eles. Sua mente simplesmente não quis e ele não a forçou. Gostava do que tinha se tornado. E estudava intensamente para ser melhor no futuro.
- BamBam – ouviu e se virou olhando os olhos pretos de Yugyeom – você por acaso viu um colar? Tem um pingente de bolinha – disse ofegante e vermelho, devia ter corrido até ali. BamBam levantou o colar e Yugyeom parecia desmaiar e o outro riu.
- Se acalma – disse entregando o colar a ele que o olhou e fez uma cara triste vendo o fecho dele quebrado – eu vi isso, eu conheço um local que conserta – Yugyeom o olhou – o meu uma vez quebrou e levei numa loja e consertaram – ele segurou o pingente quadrado entre os dedos e Yugyeom sorriu. Ele ainda usava aquele colar.
- Onde fica? – perguntou.
- Na cidade, se quiser eu posso te levar lá – falou calmo. E Yugyeom pareceu pensar por alguns segundos.
- Ok – disse e BamBam se levantou guardando seus papeis – agora?
- É, eu vou estar sem tempo depois – disse.
- Tudo bem – os dois saíram da sala e andavam lado a lado em silencio. Não era um silencio ruim, já haviam se acostumado com isso. Foram até o carro de BamBam. O céu estava nublado, tudo estava escuro e ainda nem eram duas horas da tarde.
O caminho pela estrada foi ao som de alguma música boa que BamBam botou para tocar, ele sempre tivera bom gosto e Yugyeom gostava. Uma chuva fraca começou a cair e ficou frio. Os dois queriam falar algo, mas não tinham o que falar, o assunto entre eles havia acabado há anos. A chuva e cada segundo fica mais forte e Yugyeom apertava os dedos. Odiava chuvas fortes.
- BAMBAM – ele gritou quando os dois virão algo passar pela pista e ele tentou desviar acabou derrapando na água da pista perdendo o controle do carro e batendo em uma das árvores que ficava no acostamento.
- Yugyeom? – BamBam perguntou um pouco desnorteado sentindo sua cabeça latejar – Yugyeom – falou de novo e conseguiu se virar. Yugyeom estava com a cabeça apoiada no vidro da porta que estava meio rachado. BamBam se apressou e tirou seu cinto se aproximando mais de Yugyeom. Segurou o rosto dele em suas trêmulas mãos, ele estava desacordado e com um corte feio na testa – Yugyeom, por favor abre esses olhos – pediu desesperadamente e ouviu o menino soltar um grunhido e franzi a testa – ah ainda bem – suspirou abaixando a cabeça.
Voltou pro seu lugar ligando o carro, felizmente o estrago não tinha sido tão grande, assim BamBam pensava, ele conseguiu com algum esforço tira-lo do acostamento e arrancou rapidamente na estrada, a chuva ainda estava forte, mas precisava chegar em um hospital o mais rápido o possível.
- Eu estou bem – disse um Yugyeom completamente tonto sendo carregado por BamBam para dentro da emergência do hospital.
- Cala a sua boca – disse vendo duas pessoas vindo em sua direção – acidente de carro, por favor me ajuda – falou e trouxeram uma maca onde colocou Yugyeom. Ele foi puxado por uma enfermeira o fazendo sentar contra a sua vontade em uma maca – mas eu preciso ficar com ele – disse.
- Primeiro precisa cuidar desse ferimento na testa – disse ela botando algo em sua testa fazendo arder.
- Mas eu não estou machucado – disse e ela lhe mostrou o algodão cheio de sangue e ele suspirou.
Não era pra ser, mas agora seria um longo dia.

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