Vinte e sete

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Narrador;

- Vamos – Yugyeom disse e BamBam se levantou andando com ele para fora do hospital. Depois de algumas horas foram liberados com alguns pontos na testa. O carro de Yugyeom tinha sido levado para o conserto e ainda chovia fortemente na cidade – o prédio que eu moro não fica longe daqui, vamos – ele se meteu debaixo da chuva e começou a andar pela calçada. BamBam não podia, mas foi atrás do menino.
Andaram alguns minutos até entrarem em um prédio totalmente molhados recebendo olhares de todos na recepção do local. Foram para o elevador e subiram até o novo apartamento de Yugyeom onde ele morava sozinho. BamBam tremia de frio e Yugyeom apenas o empurrou até ele entrar no box do banheiro e ligou a água quente.
- Ah isso é horrível – disse caindo sentado no chão sentindo a água esquentar seu corpo.
- BamBam, por que você levou a gente num hospital? – perguntou Yugyeom olhando o menino debaixo da água e esfregava os braços pois também estava morrendo de frio. Sentiu sua mão ser puxada e caiu sentado do lado de BamBam tendo contato com a água quente.
- Porque você estava sangrando né – disse como se fosse obvio e espirrou – e você é um completo idiota a gente podia ter pego um táxi – espirrou novamente e Yugyeom riu – porra eu vou ficar doente – colou a mão na frente do rosto e estava chorando?
- Oh BamBam gripe não mata ninguém, que eu saiba – disse meio baixo e ouviu o ruivo tremer, é ele estava chorando – por que você está chorando? – perguntou diminuindo a força do chuveiro.
- Porque era o meu primeiro 'grande' papel – falou olhando agora Yugyeom – e eu não podia ficar doente, vai estragar tudo – fungou espirrando novamente. Yugyeom se sentiu mal vendo o estado dele. Desligou o chuveiro e o forçou a se levantar.
- Vamos, vou te fazer um chá e te entupir de remédios para gripe – disse e BamBam apenas assentiu com o rosto vermelho pelo choro. Entregou roupas a ele depois de um tempo estavam sentados no sofá tomando chá e enrolados em cobertores, o clima dentro do apartamento era quentinho devido ao aquecedor está quase no máximo.
- Yugyeom – falou BamBam com a voz rouca e o nariz escorrendo – eu vou morrer – disse tossindo e Yugyeom riu – a culpa é sua.
- Minha nada, era só você não ter me seguido – se defendeu o olhando.
- Mas você queria que eu tivesse feito o que? Ficado com cara de bunda vendo você ir embora? – perguntou sem humor na voz.
- É, podia – Yugyeom deu de ombros.
- Eu já fiz isso uma vez, acho que que fazer duas não é muito inteligente – disse baixinho e Yugyeom o encarou.

Não. Não. Não iriam voltar aquele assunto. BamBam quis socar a própria cara depois de falar aquilo.
- Entendo – Yugyeom disse – você quer pedir pizza? – perguntou desconversando e BamBam gritou de felicidade por dentro.
- Sim – assentiu e Yugyeom pegou o celular discando rapidamente um número logo pedindo pizza de pepperoni.
- Você pegou seu colar? – BamBam perguntou e o mesmo embranqueceu, saiu correndo pelo apartamento e BamBam apenas olhou. Depois de alguns minutos voltou e se sentou do seu lado, agora ele parecia que ia chorar.
- Perdi – disse fungando com os olhos vermelhos – eu perdi, que merda.
- Quem te deu ele? – Bam perguntou vendo o menino o encarar.
- Você - um silêncio de instalou, mas esse silêncio era ruim.
- Sério? – perguntou BamBam um pouco surpreso por ele estar triste de ter perdido algo que ele o tenha dado.
- Sim, você deu quando fiz 17 anos - falou se abraçando com uma almofada.
- Sinto muito - disse um pouco triste.
- Não tem problema, hoje está sendo um dia e tanto, nos falamos mais de uma vez - riu um pouco e BamBam exibiu um pequeno sorriso e tossiu - você vai ficar bem, nenhuma gripe pode parar o grande ator que você é - disse calmamente agora se aconchegando em seu cobertor.
- Obrigado - disse um pouco envergonhado - Yugyeom acho melhor eu ir, não preciso lhe incomodar quando moro a alguns prédios de distancia, vou pra casa - disse se levantando e Yugyeom o encarou. Aquele tipo de encarada de "porra não faz eu me levantar".
- Ah eu pedi pizza Bamby - disse se espreguiçando nem notando o apelido que falou. Mas BamBam notou.
- Ok, mas depois eu vou - espirrou uma vez e outra vez, fazendo o tombar no sofá e coçar o nariz.
- Melhor você ficar, se você morrer na rua por soltar um espirro mal caculado e cair em buraco a culpa vai vir pra mim - BamBam riu.
- Você tem cada pensamento - se levantou e foi em direção ao banheiro. Estava horrível, a testa com um corte e roxo, o nariz vermelho escuro e os olhos fundos de sono. Sentiu algo incomodar seus olhos e olhou o chão. Ali estava o colar. Yugyeom só podia ser cego mesmo. O pegou e guardou, quando consertasse devolveria.
- BamBam - ouviu um grito e correu assustado - a pizza - Yugyeom sorriu e BamBam suspirou.
Foi um momento de poucas palavras. BamBam insistiu tanto em voltar para casa que acabaram brigando e Yugyeom o chutou, literalmente, para fora do apartamento. Mas logo depois sorriam, BamBam pegando um pequeno chuvisco na rua e Yugyeom abraçado em seu travesseiro. Haviam sentido falta um do outro, falta de simples momentos como esses.

Seria o renascimento de novas estrelas?

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