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POV Dinah

Já faziam 20 minutos que o Shawn havia se oferecido para me levar para casa com as garotas, eu e ele éramos amigos a mais de 3 anos. Na verdade eu o vejo como um irmão mais novo. Nos conhecemos pela internet por que na época eu ainda não morava nessa cidade. A nossa história é um tanto engraçada, até hoje fazemos questão de lembrar sempre que saímos juntos, só para rir feito idiotas.

Tudo começou em uma noite que eu estava em meu quarto entediada e resolvi entrar em um bate papo qualquer só para trollar. Tinham diversas salas, mas invadi a primeira que vi pela frente sem muitos rodeios. Comecei a me passar por homem, eu tinha essa mania, pois assim não ficava toneladas de tarados puxando papo comigo. Eu estava interessada apenas nas garotas.

Meu apelido era "ursinho_carinhoso", um pouco brega eu sei, mas as meninas héteros na época piravam. Foi aí que uma garota chamada de "sonhadora66" começou a puxar assunto comigo e ficamos nisso o resto da noite inteira.

Comecei a adorar bater papo com ela e tudo mais. E ela demonstrava um certo interesse em mim, inclusive em saber como eu era fisicamente. Trocamos os números de telefone. Uns dias se passaram e senti que era o momento de nos falarmos por chamada de vídeo para que a palhaçada acabasse antes que ela acabasse me odiando para sempre quando descobrisse que eu na verdade era uma mulher.

Quando as câmeras revelaram nossas reais identidades, depois de muita insistência da minha parte, quase caímos para trás. A garota era na verdade um garoto branquelo de bochechas rosadas, o Shawn no caso. Eu não sei até hoje quem ficou mais surpreso com a verdade. Estávamos tão nervosos por um segundo e em outro só conseguíamos dar risadas. Felizmente, toda a farsa não foi motivo para que nos afastássemos, pelo contrário, viramos meio que confidentes e nossa amizade só cresceu.

Quando me mudei para cá foi ele que me recebeu de braços abertos, me apresentou a cidade, me ajudou em tudo que precisei até me estabilizar e por sorte, conheci a Camila.

Voltemos ao presente, agora.

DJ: Tá todo mundo tão calado... nossa

S: Que tal falarmos sobre o quanto você é folgada? Desce esses pés daí!

Shawn dá tapinhas nos meus pés, que estão apoiados no painel do veículo.

DJ: Ei!

Reclamo, permanecendo do mesmo jeito e aumentando o volume do som do carro.

S: Não tem conserto para você.

N: Não mesmo.

Encaro os dois com um sorriso nem aí no rosto e começo a cantar e dançar uma música do Drake que tocava no rádio.

Alguns minutos se passaram e o carro para em frente a nossa casa.

S: E então ursinho, vai querer uma mãozinha pra tirar a dorminhoca daqui?

Sim, ele me chama de ursinho até hoje.

E ele se referiu a Allyson que se encontra deitada no banco de trás com a cabeça no colo da Mani.

Olho as duas pelo retrovisor e reviro os olhos.

DJ: Eu não consigo entender como ela até agora não acordou, só podem ter colocado um boa noite Cinderela na bebida dela.

N: Não pode ser normal mesmo ou a bichinha não nasceu pra beber, me sinto um pouco culpada...

DJ: Não exagera, Manibear. Você não tem culpa nenhuma.

A novataOnde histórias criam vida. Descubra agora