Capítulo Dois

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- Quem é você? – Ele pergunta me encarando com os olhos semicerrados.

- Eu sou alguém que pode te ajudar. Eu trabalhava para o Harry – logo que eu disse vi seu cenho franzir e seu rosto ganhar uma expressão irritada – Calma, aquele cara não sabe apreciar uma pessoa tão talentosa como eu. – Eu disse com desprezo na voz. – Eu posso te ajudar, eu sei onde ficam os esconderijos dele, sei de coisas que você pode querer saber.

Ele me olhou desconfiado, lancei meu sorriso mais falso para ele, que me encarou por alguns segundos.

- Qual seu nome garota? – disse desconfiado, mas talvez ele tenha acreditado.

- Por que se importa?

- Por que eu não vou aceitar ajuda de uma estranha que ainda por cima trabalhou com o Harry – ele me encarou. Ele tinha caído.

- Jones, Esther Jones – me dei por vencida.

- Então, senhorita Jones – ele diz em tom de deboche, com um sorriso de lado. – Acho que vou aceitar sua ajuda. – Ele estende a mão para mim e eu a aperto com um sorriso de lado.

- Agora vamos voltar para a boate, quero te pagar uma bebida. – Ele disse se levantando e estendendo a mão para eu me levantar também.

Entramos e vamos direto para o bar, ele pede para nós um copo de tequila com limão.

- Não, já tomei muita tequila. E já está muito tarde. Acho melhor eu parar de beber. – disse me levantando, mas ele segura meu braço.

- Só essa – ele disse, sério.

- Tá- disse me sentando, não ia querer que ele desconfiasse de nada.

Pegou nossa bebida e me olhou sério.

- Preciso conversar melhor com você, na terça vou encontrar você no meu escritório. – afirmei com a cabeça

- ótimo, agora tenho que ir, que uma carona?

- Não obrigada, vou embora com uma amiga.

- Ok, tchau.

Despedi-me dele sai da boate. Sabia que Charlie já tinha saído com algum homem, então chamei um taxi, voltei para casa e fui dormir.

Acordei na segunda-feira com o soar do meu alarme, esfreguei meus olhos e me levantei rapidamente, estava muito feliz, eu ia ser promovida, ia receber um aumento e em menos de um mês eu já teria prendido ele e estaria recebendo o dobro do que recebo.

Tomei um banho e, ao sair, meu celular apitou, indicando que eu recebi uma mensagem. Era Zayn me passando o endereço. Salvei seu contato e continuei me vestindo.

Cheguei na delegacia bem animada, com um sorriso largo no rosto. Quando avistei James –meu chefe –, ele parecia meio zangado.

- Bom dia senhor James. – disse, o sorriso ainda estava alegremente estampado em meu rosto.

- Bom dia Jones, ia te dizer ontem, mas você já tinha ido embora. – disse me encarando sério, me fazendo para de andar e encarar ele de volta – Você tem apenas mais dois meses para resolver todo o caso do tráfico, se não será passado para outros detetives.

- Então, senhor, era sobre isso que queria te dizer, eu... – como de costume, fui interrompida.

- Dois meses Jones. Agora vá para a sua sala, por que tenho muitas coisas para resolver. – Disse e virou as costas caminhando até sua sala.

Fui bufando e batendo o pé até minha sala, liguei o computador, cuidei de outros casos o dia todo, por que eu iria colocar meu plano em prática, mas não iria contar a ninguém, porque vai que o James coloca outra pessoa para me "ajudar" e roubar meu cargo.

Mesmo trabalhando com outras coisas minha cabeça não parou de pensar em o que eu iria falar para Zayn na terça. Tinha que impressioná-lo. Chequei as pastas para ver se ainda tínhamos os dados sobre a gangue do Harry, e sim, tínhamos, não sabia se eram verdadeiros, mas pelo menos tinha alguma coisa.

Na hora do almoço, estava chegando no shopping com Thomas – meu colega de trabalho – ele tinha me chamado para almoçar com ele naquele dia.

Como de costume fomos ao McDonalds, pois era mais fácil e rápido, e nossa hora de almoço era curta. Fizemos o pedido e nos dirigimos à mesa.

- Então Esther, sério que o chefe vai te dar só mais dois meses com o caso do tráfico? – ele disse rindo pelo nariz.

- Pois é - disse bufando - Que saco, aquele velho 'ta sempre no meu pé. – Disse revirando os olhos com raiva.

Por um segundo pensei em contar que tinha me encontrado com Zayn, mas achei melhor não dizer nada, o caso era meu, certo? Certo.

- Calma Esther, eu sei que você vai conseguir. Você sempre consegue. – disse ele com um sorriso meigo.

- Já nem sei mais, Tom – dei de ombros desviando o olhar, envergonhada.

Voltamos para a delegacia e passei o resto do dia conversando com Thomas sobre o caso.

Terça-feira, 00:17

Já era a quinta vez que eu olhava no relógio, ansiosa para reencontrar meu principal suspeito, e a única coisa que eu conseguia pensar era em como impressioná-lo. Fui tomar um banho rápido, fiz um coque alto e frouxo. Ao sair do banho, fui ao closet escolher a roupa. Como estava calor, um calor que não dá para por short, mas um casaco seria exagero, coloquei uma calça jeans preta rasgada com uma blusa cinza e um tênis All Star cor-de-rosa.

Peguei meu celular e prendi meu cabelo. Saí de casa e andei até o metrô naquela noite vazia, percorria as ruas naquela escuridão, olhando para as poucas luzes que iluminavam as ruas e pensando na loucura que estava prestes a fazer.

 

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