Capítulo Sete

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Olhei para Liam com medo, ele me olhou como se dissesse "se fudeu", se levantou e saiu. Ele foi embora!

Me levantei lentamente e encarei Zayn parado no pé da escada, me olhando de um jeito intimidador.

Fui em sua direção e ele virou as costas e foi em direção a um corredor gigante cheio de quartos, entrou na última porta, o qual deveria ser seu quarto. Entrei no cômodo, era dele mesmo o quarto, era gigante, com uma sacada, closet, banheira, uma cama enorme e seu cheiro pelo quarto todo.

Ele estava encostado na grade da sacada, me olhando com aqueles olhos misteriosos.

- Então, garota – Ele fez uma pausa – Agora que você faz parte, preciso saber mais umas coisas sobre você.

- E por que eu te contaria? – Perguntei cruzando os braços e jogando meu peso em uma perna só.

- Porque eu não sei se posso confiar em você. Você é garota, trabalhava para o Harry... Preciso de mais alguma coisa? – Ele perguntou sarcástico.

- Tá. – Disse me dando por vencida, me sentando na cama. – Pode perguntar.

- Tem namorado, é virgem e por que quer me ajudar?

- Porque te interessa esse tipo de informação sobre mim? Mas não tenho namorado. – me recusei a responder a segunda parte – E porque quero me vingar de Harry e matar ele. – Ele riu da minha cara.

- Sabe quanto tempo faz que eu tento fazer isso? – Ele perguntou debochando.

- E é isso, minha vida não tem nada de interessante. – Disse dando de ombros, me levantando e me encostando ao seu lado na sacada.

- Você é diferente, por que sinto que você não está mentindo? – Ele perguntou me olhando nos olhos e eu nos seus, indecifráveis.

- Talvez por que eu não esteja. – Pisquei para ele e desviei o olhar, olhando pela sacada e vendo a cidade cair na escuridão da noite.

- Já 'ta muito tarde, como você vai voltar? – Ele perguntou indo buscar uma camisa, estava começando a esfriar.

Abracei a mim mesma, a fim de me esquentar, e pensar em como voltaria para casa. Sinto algo em meus ombros e percebo que é um casaco que Zayn colocou.

- Não Zayn, não precisa. – Disse tirando e entregando a ele.

- Não sou tonto, pode ficar, já nem serve mais. – Ele disse fechando a janela da sacada para impedir o vento.

- Vem, eu te levo para sua casa.

- Não Zayn, eu vou a pé, não precisa. – Disse o seguindo para fora do quarto.

- Nós moramos em NY e não na Disney. E está tarde. – Ele disse sério.

Segui ele até a garagem, onde haviam vários carros e uma moto. E adivinhem? Sim, ele escolheu a moto.

- Zayn, eu não vou subir nisso. – Disse parando bruscamente no meio do caminho. Ele bufa e se vira para mim.

- Vai sim, por bem ou por mal. – Ele disse puxando meu braço e me colocando em cima da moto. – E nem uma palavra, senão te largo no meio da rodovia.

Ele subiu na moto e a ligou. Me agarrei na sua cintura.

-Pra que tanta força? – Ele ri.

-Eu tenho medo. – Digo o agarrando com mais força, o que só o fez rir mais.

Ele sai da garagem com uma velocidade fora do normal e não deu sinais de que ia diminuir, o que me faz agarrá-lo com mais força ainda e fechar os olhos com força.

Chegamos no meu prédio e eu praticamente pulei da moto. Nos encaramos por um tempo, mergulhei na imensidão castanha que eram seus olhos. Quando acordo do "transe", olho para ele e sorrio debochada.

- Obrigada pela tentativa de homicídio. – Disse e seu sorriso aumentou. Ele assentiu e sorriu. Colocou o capacete de novo na cabeça e saiu com a moto.

Entrei no prédio, subi de elevador. Destranquei a porta e entrei em casa, precisava tomar um banho, fazia um bom tempo que eu não tomava um. Assim que entrei no box, liguei o chuveiro bem quente.

Quando saí do banheiro coloquei meu pijama e fui dormir. Não estava com fome e não devia ser muito tarde.

Acordei com o sol no meu rosto, era feriado então resolvi fazer uma caminhada. Vesti uma roupa confortável – que consistia em uma calça legging preta e uma blusa regata cor-de-rosa – e saí.

Estava caminhando tranquilamente, observando outras pessoas, as árvores, os pássaros voando em conjunto, tudo a minha volta. Estava tão distraída que acabei tropeçando em uma pedra e caindo no chão, estava caída ali no meio de um parque movimentado e ninguém veio me ajudar a levantar ou perguntar se eu estava bem. Entre tantas pessoas passando nenhuma delas veio me ajudar ou ao menos percebeu o que acabou de acontecer. É assim.

Passei no Starbucks para tomar um café, e depois voltei para casa, precisava mexer em uns casos para amanhã.

Terça-feira

Estava na delegacia, faltava meia hora para eu ir embora. Eu estava meio nervosa, poderia morrer hoje. Mas eu não ia deixar isso acontecer, eu sei o que fazer. Não olhei na cara do Thomas desde sexta, ele estava sempre passando por mim e fazendo cara de coitadinho, mas eu virava a cara todas as vezes.

Estava guardando minhas coisas quando vejo Thomas entrando na minha sala.

- Não sei se você percebeu mas eu não quero falar com você – disse me virando e desligando o computador.

- Sério que eu ter transado com você vai acabar com nossa amizade? – Ele disse chegando mais perto.

Me virei em sua direção.

-Não foi o fato de nós termos transado e sim você ter me deixado bêbada para fazer isso, não podia simplesmente pedir? Eu não teria deixado, mas iria me sentir menos abusada – disse e me abaixei para pegar as coisas do lixo quando sinto mãos em minha cintura e algo duro em minha bunda, me levanto na mesma hora e coloco o lixo em cima de sua cabeça, com lixo dentro e saí dali.

- Não se esqueça de limpar o lixo do chão – disse saindo do cômodo com um sorriso cínico.

Precisava tomar banho por que hoje o encontro seria às dez horas da noite na casa de Zayn.

Cheguei oito horas em casa e fui tomar um banho. Já no closet enrolada na toalha estava escolhendo uma roupa, uma calça rasgada com um cropped laranja com uma jaqueta de couro. Deixei os cabelos soltos e passei meu perfume favorito.

Entrei no elevador e tive que encarar a Sra. Rasmussen, a idosa do andar de cima. Ela estava sempre com uma carranca de dar medo, abaixei minha cabeça e esperei chegarmos no térreo.

Assim que chegamos acenei para George e corri até a garagem, entrei em meu carro e coloquei minha música favorita para tocar no rádio e fui gritando a música até chegar na casa de Zayn.

Assim que cheguei, saí do carro e bati a porta. Toquei a campainha e um segurança do tamanho de um armário apareceu para me acompanhar até a sala de reunião.

- Garota! – Zayn disse bravo se levantando brutalmente. Parecia que estava me esperando fazia horas.

- Oi – disse levantando minhas mãos em sinal de rendição, fazendo uma careta de medo.

- Para de gracinha garota, temos muitas coisas para fazer e eu não tenho paciência para isso – ele disse passando por mim e batendo em meu ombro propositalmente. – E você veio toda arrumadinha pra levar um tiro, tem até blusinha. – Ele diz com uma voz infantil.

Eu tiro a jaqueta e jogo na cara do Zayn, que começa a rir histericamente.

-Idiota.


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