Coração

48 6 0
                                    


-Letícia, você precisa comer alguma coisa. - Diz minha Tia Ro

- Não estou com fome Tia Ro. -

Demoro um pouco até a fixa cair, o que minha tia está fazendo aqui, faz quatro anos que ela foi morar em São Paulo e nem sequer deu notícias sobre sua vida.

- O que você está fazendo aqui? - Digo

- Calma Letícia, sei que não tá sendo nada fácil mais estou aqui para ajudar, aliás sou a única da família que teve a disposição para correr atrás das papeladas do hospital.  Não quero que me leve a mal, mais estou tentando fazer o meu melhor!  - responde Tia Ro com a voz calma e ao mesmo tempo intrigante.

A nunca coisa que eu queria era que tudo isso fosse um sonho, ou melhor um pesadelo do qual eu queria loucamente acordar.
  O fato da minha família não ser muito unida não me comove pois desde que me conhço por gente meus pais nunca falavam sobre como foi sua infância e nem sobre o porquê decidiram morar tão longe do seus outros irmãos, sei apenas que eles se afastaram-se depois da morte dos meus avós. Tenho dois tios por parte de pai, Murilo é o mas velho, meu pai Joel e o segundo depois a Tia Rose (tia Ro). Já  por parte de mãe só tenho uma tia que  mora fora do Brasil, Tânia mora Nova York. 
- Você precisa se alimentar. - Diz Tia Ro
- Eu não estou com fome, quero ficar aqui. - Digo já com os olhos cheios de lágrimas.

- Eu sei o quão difícil vai ser para você, mas você precisa ser forte pense  que seus pais apenas estão viajando e que logo logo vocês vão se encontrar de novo. - Diz tia Ro, vindo em minha direção e me abraçando com força.

- Obrigada por ter vindo, eu realmente não sei se conseguirei aguentar. - Digo retribuindo o abraço.

- Bom Letícia quero deixar bem claro, que vai aparecer gente que você nunca viu na vida no enterro do seu pai, então queria saber o que você acha, devo fazer uma cerimônia simples?  - Diz tia Ro calmamente.

- Como você pode falar sobre esse assunto assim calmamente, sai daqui agora, você é maluca, qual é o seu problema? O meu pai está morto e vc quer saber sobre que tipo de cerimônia eu acho melhor, como você acha que eu estou me sentindo eu queria não ter que pensar em enterrar meu pai. Você não tem noção do que está perguntando né? - Digo me levanto e a conduzido até a porta.

- Tudo bem acho que não me expressei muito bem, vou deixar você um pouco sozinha. -Diz tia Ro saindo do quarto.

Andado pelo corredor começo apesar, como ela pode tratar à morte do próprio irmão assim, talvez a distância tenha feito o sentimento de amor de irmos desaparecer, mais será isso possível?  Então passo a mão entre os olhos e começo a limpar as lágrimas, subo as mãos até a altura do cabeça e arrumo o cabelo em um coque.  Voltando para o quarto vejo a enfermeira ajeitando minha mãe.

-Ela está melhorando? - Digo olhando para minha mãe.

- Na verdade a paciente não apresentou nenhuma melhora. - Diz a enfermeira arrumando o travesseiro.

- Isso é muito ruim? Pergunto.

-Bom eu não posso dizer nada com certeza, cada paciente reage de eu geito, alguns melhoram mais rápidos e outros mais devagar. Isso vária de paciente para paciente. -Diz a enfermeira olhando para o termômetro.

- 39, isso não é nada bom.  Diz a enfermeira saindo rapidamente do quarto.

- Calma o que está acontecendo? - Ao chegar próximo percebo que minha mãe está ardendo em febre. c
Coloco a mão na sua cabeça e começo a chorar, então seguro sua mão e começo a beijá-la sem parar,  apenas escuto um som, é do monitor dos batimentos cardíacos ele está no 112 e ao piscar de olhos ele desse ao 0, minha mãe está morrendo e eu não posso dizer o quanto a amo, nem obrigada por te sido a melhor mãe do mundo, meu Deus não quero perdê-la não estou preparada para deixá-la partir. Olha para a porta, vejo um enfermeiro alto juto com enfermeira e logo atrás o Dr. César entrando correndo na sala.

- Aguarde um pouco do lado de fora Sr. Letícia.  Diz o Dr. César.

- Não, eu quero ficar com ela. - Digo chorando.

- Por favor precisamos fazer o possível para salvá-la.  - Diz o Dr.

Então eu me levato beijo mais uma vez a mão de minha mãe, passo as mãos em seus cabelos e dou um demorado beijo em sua testa.

ALGUMAS HORAS DEPOIS

 
-Sr. Letícia, infelizmente sua mãe não resistiu,  eu sinto muito. Diz Dr César

O último beijo na mão,
O último carinho,
O último eu Te Amo em silêncio as lágrimas.

Meu Primeiro Amor Onde histórias criam vida. Descubra agora