Aceitação

49 6 5
                                    


"Querer sentir a dor
Não é uma  loucura
Fugir da dor e fugir da própria cura "
  ( Titãs- Não fuja da dor)

- Não pode ser, por favor Dr.... - Digo chorando e me colocando de joelhos  diante dele.

- Letícia, fique calma. - Diz César olhando para mim, ele segura no meu cotovelos e faz força para me colocar de pé firme no chão. Sua tentativa é falha, estou totalmente desolada, nunca pensei que poderia chorar tanto em vinha vida, começo a ficar tonta e tudo fica escuro, posso ver meus pais sorrindo e dançando na varanda de casa...  Eles estão felizes.

CÉSAR

É madrugada e estou totalmente acostumado com a correria do hospital. Não imaginava que fosse me envolver tanto em um caso como o desse casal, eles deram entrada no hospital em estado grave, um caminhão evadiu a faixa contrária à onde estava o carro. No veículo foram encontrados alguns pertences como o celular, tudo foi entregue para equipe de plantão.

- Preparem a sala de cirurgia.

-Sim Dr.

- Vistori.

- Aqui Dr.

- O paciente apresenta uma lesão na espinha cervical.

-Dr. O paciente está tentando uma parada cardíaca.

- Temos que reanimar vamos pessoal.

- phiíiiiiiiiiii

- Conseguimos, vamos ter que ser mais ágil.

20 minutos depois

- Dr esses são os raio-x do paciente, mostra que tem várias fraturas internas.

- Obrigada, vamos salvá-lo, eu acredito em nossa equipe ..

Segunda, terceira parada cardíaca.

- vamos você consegue.. Mais um pouco... ele tem que ser forte.

Quarta parada cardíaca...

- Equipe vocês deram o seu melhor.

Eu queria dizer que ele resistiu, mais não foi isso que aconteceu. Não poder salvar uma pessoa me deixa totalmente em comodado, essa é o parte ruim do meu trabalho.

O Dr. Marcelo Vilela está cuidando da mulher que estava no veículo também,  ainda não temos informações sobre qual o estado dela.

Me dirijo até a recepção a onde os atendentes estão entrando em contato com os familiares do casal, foram encontrados os documentos pessoais e um celular na bolsa da mulher.  Pego a documentação que já estava metade preenchida, apanas contia o nome e idade dos envolvidos,  Joel Déssirée (40 anos de idade) e Samanta Déssiée (38 anos de idade) .

Volto para minha sala e ansliso novamente a fixa. Apois uns 30 minutos Marcelo entra e se senta colocando se próximo a mesa,  ele explica a situação de Samanta e coloca ela a meus cuidados pois seu plantão já acabou. Após uma longa conversa ele se despede e vai embora.

Está tudo mais calmo agora, a paciente está respirando com ajuda de aparelhos porém aguardamos os exames para dizer se a situação dela ficarar estável.
-Alice como a paciente está? - Digo olhando para ela.
Alice é enfermeira, trabalha no hospital há 3 anos, branca com os olhos pretos, sempre atenciosa com os pacientes e com um sorriso muito simpático. 
-Dr. A paciente apresenta um quadro estável, porém nossa equipe está preocupada pois apareceu uma mancha de sangue na parte inferior do cérebro. A mancha é muito pequena mais é algo que nos preocupa bastante. Diz ela mostrando os exames.
-Alice prepare a sala de cirurgia, e a equipe, quero tudo pronto pra qualquer imprevisto. Digo.
- Ok Dr.
Alice me acompanha até a recepção a onde está uma jovem com um olhar preocupado e perdido.  Ela está conversando com as recepcionistas e começa a chorar,  meu coração está acelerado quero abraçá-la e dizer que todo vai ficar bem mais não faço isso.
Alice e eu vamos até a jovem que está preocupada e desequilibrada, pego a mão da jovem e guio até a sala de espera. Após acomoda-la no sofá, ela me olha com os olhos cheios de lágrimas e me diz :
- Por favor diz que é mentira. - Não sei o que dizer, nessa hora percebo que ela só poderia ser a filha do casal que deu entrada no hospital, seus cabelos mel lembra muito o de Samanta, e os olhos castanho claro o de Joel, nesse momento a única coisa que vem na minha mente é de dizer:
- Vai ficar tudo bem, você precisa ficar calma,  estamos tentando fazer o possível para salvá-los.  Digo olhando para ela.
Saio para minha sala, Alice vem logo após. Sento e começo a pensar em como dizer para um moça tão jovem uma notícia dessa, essa é a grande parte ruim do meu trabalho, falar da morte.  Alice está sentada na cadeira de frente para mim, com os olhos cheios de lágrimas e diz :
- Dr. Você quer que eu fale com ela? Diz Alice.  olho para ela e vejo que ela não conseguirá conter as lágrimas a dizer sobre a morte de Joel, então digo para ela verificar como está Samanta e logo depois chamar a jovem até minha sala. 
Alice sai imediatamente após ouvi minhas orientações, logo em seguida volta me trazendo informações sobre a paciente nesses papéis está escrito o nome do famíliar presente no hospital, no caso o nome de Letícia Déssirée, contia nessa ficha a seguinte observação: " parentesco, filha dos pacientes Joel Déssirée e Samanta Déssiée "
Esculto a porta se abrir, como estou de costas não vejo quem era, talvez seja Alice pois não ouvi baterem na porta, então ouço uma voz doce e ao mesmo tempo assustada.
- Me desculpe acho que entrei na sala errada. - Diz Letícia. Logo em seguida me viro para olhá-la. Não sei se conseguirei aguentar, mas vou tentar fazer o possível.

- Sente-se você não entrou na sala errada, eu sou o Dr. César Freitas. Digo rapidamente,  e ela obedece.
após explica tudo vejo que Letícia não está nada bem, isso faz eu me sentir um inútil.  Ela  começa andar de o lado para o outro,  e está chorando, e diz coisas que realmente não importam,eu só quero abraçá-la e apoiá-la nesse momento tão difícil, um sentimento de proteção e segurança invade meu coração e acabo abraçando. 
Logo depois conduzo Letícia até o quarto a onde sua mãe está em observação, ela está em coma induzido. Ao ver oss olhos de Letícia se encherem de lágrimas acabo cedendo e a deixo ficar com a mãe.

Meu Primeiro Amor Onde histórias criam vida. Descubra agora