Prólogo

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Eu já sabia - e também não precisava de lembretes - que meu dia seria o mesmo.

De manhã cedo, Charles abria minhas cortinas douradas, que escureciam meu amplo aposento. Um quarto semi real, pois logo me tornaria rei. Nunca me perguntaram se era isso  o que queria. Talvez pouco se importassem com o que eu queria, já que tinha dever com meu povo e minhas vontades eram completamente deixadas de lado.

Se a pergunta crucial tivesse sido feita, eu teria dito, com todas as letras "NÃO!". Mas, como disse: ninguém me ouvia.

Era incômodo estar rodeado pela multidão, acenar durante horas ininterruptas dentro de um carro, com um vidro grosso blindado. Ei, eu desejava estar na multidão! Queria calor humano, abraços, tapinhas nas costas que observava por trás dessa camada transparente que me separava dos demais.

Queria que algum dia não me olhassem torto, como se eu fosse especial e que precisava de cuidados especiais. Era normal, feito da mesma carne, osso e sangue. No entanto, diziam que o meu era azul e que eu pertencia à Monarquia.

Se pudesse viver a vida deles, seria bastante feliz. Porém, não me restavam muitas opções: ficar e aceitar meu fardo ou fugir.

Fugir?

Monarquia Indesejada (Em hiatus)Onde histórias criam vida. Descubra agora