Capítulo 01

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Já era de noite, eu havia chegado cansado da escola, fui tomar banho e dormir. Adormecido eu tive uma sensação estranha e quente o que me fez acabar acordando. Quando abri meus olhos e olhei para o lado para ver o de onde vinha aquela sensação vi uma figura familiar de camisola, deitada ao meu lado olhando fixamente para mim com um sorriso no rosto. Eu conseguia sentir o cheiro de shampoo vindo de seu cabelo liso e escuro, sua pele branca e macia suavemente encostava na minha pele e seus olhos azuis sutilmente me induziam a olha-la, fazendo meus olhos castanhos e o dela se encararem. Ela pôs sua mão no meu rosto carinhosamente e aproximou sua cabeça na minha, quase fazendo nossas testas se tocarem.

-Bom dia dorminhoco. – Disse ela com uma voz suave e gentil.

-Bom dia... – Falei ainda com sono – O que você está fazendo aqui?

-Eu não posso ficar junto a você?

-O ponto não é esse, por que você está só de camisola na minha cama?

-Por acaso isso excita você?

Eu não respondi e ela deu um tímido sorriso.

-Você é tão previsível, se eu fosse uma pessoa ruim eu poderia seduzir você.

-Desde quando você é uma boa pessoa?

-Eu sou ruim por acaso?

-Tanto faz, só me deixa.

-N-ã-o.

Ela sempre faz isso, sempre que pode ela se aproxima de mim me deixando aflito por não poder recuar. É como se ela me manipulasse e eu solenemente a obedecesse, embora sempre foi assim. Desde que eu me lembre eu sempre obedeci e fiz o que minha irmã pedisse ou mandasse, nunca consegui a dizer um "não".

Na manhã seguinte acordei coberto por um edredom. O quarto estava meio frio, abafado e dava para ver pela janela que chovia bastante. Dava para sentir um calor vindo da outra parte da cama que não vinha de mim, meio obvio de quem deveria ser. Era final de semana então não precisava me incomodar de dormir mais um pouco, porém eu não estava me sentindo nem um pouco cansado para dormir de novo. Levantei da cama e me espreguicei, tendo que tirar meu cabelo castanho que caiu sobre meus rosto e consequentemente olhando para minha blusa. Era uma blusa branca com manga de uma banda que eu gostava, não ouvia mais ela, mas era muito confortável para jogar ela fora, assim como meu short preto que já estava ficando curto. Saí do meu quarto e desci as escadas ouvindo o som das gotas de chuva que me tranquilizavam. Chegando no primeiro andar senti um cheiro amargo e ao mesmo tempo doce que vinha da cozinha. Abrindo a porta eu vi minha irmã de blusa branca, short azul usando pantufas. Ela estava fazendo panquecas enquanto fazia café. Quando me viu ela veio até mim e apertou minha pele pálida gentilmente com suas mãos depois de me dar um abraço.

-Bom dia.

-Agora sim, bom dia. – Respondi.

Como eu que fazia as tarefas domésticas ao decorrer da semana ela pedia para fazer nos dias livres, já que ela dizia que era injusto para mim fazer tudo. Eu dizia que não precisava, mas não adiantava muito.

Depois dela preparar e tomarmos o café da manhã eu peguei um livro e fui ler na sala enquanto ela estava vendo uma série na TV. Aos poucos ela foi se aproximando de mim e deitou sua cabeça no meu colo despreocupada.

-Você realmente tem que ficar aqui?

-Sim.

-Não tem nenhum lugar mais confortável?

-Não tem nenhum lugar mais confortável que aqui.

-Francamente...

-O que?

-Deixa pra lá...

Não é como se eu odiasse ou gostasse disso, mas era estranho, constrangedor. Acho que qualquer um gostaria de estar na minha pele, porém não é assim que funciona, pelo menos eu não sou assim. Muitas pessoas devem estar se perguntando o que um adolescente está fazendo morando com uma mulher mais velha, 24 anos para ser mais exato. Bem, é uma história bem longa, mas resumindo minha "família" se resume a ela.

Passado o final de semana a segunda-feira veio junto com uma semana inteira de provas. Se ela não tivesse me ajudado eu estaria ferrado, não pensei que o último ano do ensino médio fosse ser tão difícil assim. No caminho para a escola, no ônibus encontrei dois amigos meus e começamos a reclamar sobre as provas.

-Você é realmente sortudo por ter uma ajuda dessas em casa. – reclamaram.

-Não é bem uma "ajuda', mas eu posso ser considerado sortudo sim.

-Você mora no mesmo lugar que uma mulher linda, é de dar inveja. – Robert reclamou.

-Sim, parece até que você está em algum romance ou algo do tipo. – Lucas também reclamou.

Eu apenas respondi com um sorriso enquanto olhava para a paisagem pela janela e os dois ficavam irritados e riam comigo. É realmente o sonho de qualquer um, morar sozinho com uma mulher bonita e carinhosa, porém não é exatamente um "sonho" ou um "romance" afinal de contas, ela é minha irmã.

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Sonho ImpossívelOnde histórias criam vida. Descubra agora