Já estive ao lado de pessoas como Anne Frank, Marilyn Monroe e Abraham Lincoln.
Você pode pensar "Nossa, ser imortal deve ser muito legal, viver pra sempre e se aventurar.", mas tente se colocar no meu lugar, aqueles que amei estão mortos e hoje estou sozinha, pois é melhor pra todos.
Já tentei me matar quantas vezes você pode imaginar, de todas as formas diferentes; atirei em minha cabeça, joguei-me do Gran Canyon e entre outras maneiras.
Eu estava frustada.
Por que não podia simplesmente morrer logo?
Não aguentava mais aquilo. Teria que tomar medidas drásticas.
-Mary? -Uma voz doce disse.
Saio dos meus pensamentos rapidamente
-Sim? -Respondo.
-Mesa dois -Ele me dá uma bandeja metalica com waffles, ovos mexidos e mel.
Concordo com a cabeça e boto um sorriso no rosto andando até a mesa indicada
-Bom dia, senhorita! -Um homem me cumprimenta.
-Bom dia!
Enquanto eu botava seu pedido na mesa, não conseguia parar de observa-lo. Seus olhos azuis não eram o mais destacante naquele homem, um sorriso largo tomava seu rosto branco chamativo.
-Tenho a sensação de já te-lo visto...
Ele me olha um pouco assustado.
-Impossivel! Sou novo em Hamuno City. -Seu sotaque era indescritivel.
-Se o senhor diz.
Olho-o por um tempo e me retiro da mesa limpando a mão em meu avental verde.
Vou até o caixa rapidamente.
-Posso ir, Bill? Não estou muito bem...
Começo a tossir vagarosamente.
-Pode sim, Mary. Se cuida, amiga.
Dou um sorriso torto pra ele e começo a andar pra saida; boto meu avental em um cabide e saio da, rustica porem acolhedora, lanchonete.
Passo por muitos carros e olho para o estabelecimento novamente, seu letreiro amarelo escrito "Burguer's do Bill" se destacava naquela pequena rua.
Ando mais alguns metros e chego a um apartamento velho e fedido, suas paredes que antes eram brancas como a neve se tornaram marrons café e as janelas mostravam pequenos cômodos onde, sem sombras de dúvida, ninguém gostaria de morar.
Abro a porta velha e suja de vidro e adentro.
O ambiente não era um dos melhores; havia vomito no chão e nas paredes, podiamos ver garrafas de vinho e vodca quebradas na supeficie vermelha felpuda e uma pessoa, claramente bêbada, estava deitada no sofá.
Passo pela mesa executorial que não tinha ninguém e olho novamente pro sofá.
"Pobre John." penso naquele momento.
Subo as escadas de madeira rapidamente e ando pelos corredores acabados do prédio. Paro em uma porta.
"63" dizia na frente.
Pego uma chave prateada e coloco na fechadura, onde giro-a duas vezes.
Depois de empurrar a porta com o corpo, consigo entrar na pequena sala.
Olho em volta.
"Tenho que mudar meu estilo de vida" suspiro.
Um pequeno sofá cama azul destacava-se no cômodo, havia apenas um fogão e uma pia separados por um balção sujo e tinha roupas jogadas por toda a parte.
Ando até o banheiro, que não tinha porta, e retiro a cabeça da privada, mostrando muitos arquivos e papeis.
Pego todos e jogo no chão da sala.
Procuro por uma cerveja na geladeira e sento-me no centro da sala, onde os papeis se encontravam.
Bebo um gole e boto arquivos escritos "Cia", "FBI", "Governo", "Outras empresas multi" e "Operações secretas" no meu lado esquerdo, deixando na minha frente somente três "Ele", "Não indentificado" e "os ultimos 120 anos".
Abro os três ao mesmo tempo e fico vendo-os, com as pernas cruzadas.
Pego uma foto meio apagada de um homem que estava andando.
Em seu rosto, tremido, destacava-se os olhos azuis claros.
"Não pode ser.."
Ligo os fatos.
Procuro no arquivo de antiguidades e pego as fotos de figuras conhecidas.
Vejo Abraham no teatro e sentado um pouco longe a mesma pessoa que tinha visto.
Observo uma foto de Marilyn com os amigos e, pra minha surpresa, lá estava ele.
Fito outra foto, havia Otto Frank com algumas pessoas, ele estava nesta também.
"Como pude ser tão cega?" julgo-me.
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Mary, the Immortal [HIATUS]
RandomSeu passado volta a tona para lhe atormentar, sem amigos e sem ninguém, como Mary vai conseguir vencer isso? Ou melhor dizendo "Ele". 'capa por cecilia895'