Adeline

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-Pegue as malas, Victor. -A voz confiante ecoa pela local.

Olho pra ela por alguns minutos.

-Me chame de Senhora W. -Assusto-me com suas palavras repentinas. -Ou... Adeline.

Victor volta com as malas em mãos.

-Nosso carro é aquele. -Ele aponta para um impala preto que não era muito chamativo comparado aos outros carros. Olho mais uma vez pro aeroporto. "Por que não estou tentando escapar disso?" penso.

-Por que você precisa de respostas. -Olho surpresa pra "Adeline". -Se é isso oque estava pensando. Você não esta correndo, porque precisa de respostas. Viveu décadas de décadas sem elas mas agora tem uma oportunidade.

Hesito um pouco, porém entro no carro.

-Escolheu bem.

-Escolhi? -Falo mais alto do que esperava.


Passamos por ruas muito conhecidas e lembro-me da época em que vim para essa cidade iluminada. Eram tempos mágicos, muitas invenções e mudanças importantes, não só para esse local mas para o mundo inteiro.

Sinto o carro parar a frente de uma enorme mansão, vejo uma fonte jorrando água para cima formando um pequeno arco íris em volta de si e desço do carro, a ordem de Adeline.

'Que lindo', penso.

Observo arbustos muito bem podados em frente a porta e algumas flores em volta dos mesmos.

Victor se aproxima para abrir a porta, mas uma pequena criança abre-a antes e sorri vendo o homem com as malas vermelhas nas mãos.

-Papai! -Ele o abraça e logo depois vai para Adeline. -Mamãe! Voltaram mais cedo!

Ele abre um grande sorriso e logo me vê.

-Claro que sim, Gabriel! Não podíamos ficar tanto tempo longe de você, ainda mais quando seu aniversário de 9 anos está se aproximando. E onde está sua babá? -Pela primeira vez, vejo um sorriso verdadeiro na face da moça.

-Ela dormiu, faz alguns dias. -Ele fala com a maior inocência. -E não acordou mais.

Fico boquiaberta e Victor larga as malas no chão indo em direção ao quarto que era provavelmente o de hóspedes. Depois de uns segundos ele volta com o corpo de uma jovem de uns 25 anos com cabelos loiros no meio de sua face e um fio de sangue saindo de sua boca.

-Não deu certo...

-De novo. -Ele dá o cadáver para um guarda costas que estava o esperando. -Sabe oque fazer.

Ele assente e sai da casa.

-Nossas memorias não são as mesmas, Victor. E você ainda disse que não precisávamos dela.

Ele respira fundo e sai da casa.

-Vamos, querida. -Ela fala calmamente como se fôssemos amigas.

Andamos em silencio por um enorme corredor até chegar em uma porta branca com flores a sua frente. Ela abre e vejo uma cama vermelha, aparentemente de casal, uma guarda-roupa roxo e uma escrivaninha com vários livros.

-Fique à vontade.

Adelino sai do quarto e escuto a chave; estava trancada, maravilha.

Deito-me na cama de braços abertos e escuto o barulho de um celular a tocar. Procuro por minhas roupas e no bolso esquerdo do casaco acho um aparelho antigo com uma chamada em espera. "Bill" estava escrito na tela.

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⏰ Última atualização: Jan 19, 2017 ⏰

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Mary, the Immortal [HIATUS]Onde histórias criam vida. Descubra agora