Remember Him

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9:15 pm - Sexta feira, 14 de dezembro de 2016.

"Oi, como andam as coisas por aí?
Bom, minha vida está uma verdadeira loucura. Minha agenda anda sempre cheia ultimamente, muitos trabalhos novos surgindo, muitas propostas, e infelizmente muitos flashes e holofotes e paparazzis por toda a parte... Mas eu me sinto bem. Realizada pra ser mais precisa. Ser reconhecida pelo meu trabalho é uma das melhores sensações do mundo, e agora acho que eu te entendo um pouco melhor quando se trata disso. De vez em quando eu fico tentada a te ligar e pedir alguns conselhos sobre o que fazer e como decidir, assim como você fazia comigo. Lembra que às vezes você me ligava só para dizer que se sentia meio perdido e eu te falava umas bobagens motivacionais, coisas de livro de alto ajuda mesmo, e você me dizia que só de ouvir minha voz já se sentia melhor? Eu me pergunto se ouvir sua voz mais uma vez me faria sentir melhor também.
Teve um tempo em que eu não lembrei da sua existência simplesmente porque minha cabeça estava tão cheia com outras coisas que meu coração ficou mudo. Eu achei que tinha te deixado partir, ou melhor, que você tinha me deixado partir. Engano meu. Foi só eu chegar em casa com a mente vazia de compromissos e deitar minha cabeça no meu travesseiro que um trem de carga me acertou em cheio. Eu chorei pensando em nós dois deitados naquele mesmo lugar, olhando um nos olhos do outro... Você me dizendo que eu era especial e eu acreditando em cada palavra. Eu acreditei em cada palavra sua... E me pergunto se você também acreditava nelas enquanto as dizia."

Quando as primeiras lágrimas começaram a rolar pelo meu rosto eu me levantei do sofá abruptamente, irritada com todo o drama, e apaguei o texto que tinha escrito para ele no celular. Obviamente que nunca enviaria algo como aquilo mas precisava jogar para fora aquela merda de sentimento de alguma forma. Lancei o celular no sofá e fui em direção à sacada do meu apartamento, a noite estava fria e o céu não tinha estrelas, o que é comum para uma noite de dezembro em Nova York. As luzes da cidade de certa forma me preenchiam por dentro e as pessoas andando agitadas pelas ruas pareciam me fazer companhia... eu simplesmente amava Nova York, a cidade que nunca dorme. Algumas vezes quando não conseguia dormir saía de madrugada pelas ruas só para me confortar com um aceno de cabeça de um estranho e algo me dizia que eles me entendiam. Para mim a madrugada era cheia de corações partidos. Bom, na verdade ele meio que havia me dito isso uma vez.

1 ano e 1 mês atrás
3:34 am - Terça feira, 10 de novembro de 2015.

Eram 3:30 da madrugada quando Justin finalmente respondeu à mensagem que eu havia o enviado horas atrás. O som da notificação me despertou de um sono leve e depois de esfregar meus olhos que estavam ardendo abri a mensagem e li.

"Foi mal, ainda está acordada?"

Abri um sorrisinho e revirei os olhos pra mim mesma.

"Sim" Respondi.

"Pode conversar agora?"

Eu ja havia despertado completamente, então...

"Pode falar" Digitei de volta.

E ele falou. Conversamos por mais de duas horas e eram quase 6 da manhã quando percebi que ele não iria mais me responder, provavelmente porque tinha adormecido com o celular na mão. Bufei e coloquei o celular na mesinha de cabeceira ao meu lado antes de me aconchegar debaixo das cobertas para dormir. Então percebi que não tinha sono. Algo que ele havia me dito estava martelando na minha cabeça e me deixando inquieta. Alcancei o celular novamente e procurei a mensagem que queria.

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