Sábado, 31 de Outubro de 2015.
Mais uma tarde de Halloween. Estava andando em direção à uma loja de conveniência para comprar mais ramen para a minha linda noite de doramas e comida gordurosa. Se houve algum termino de relacionamento? Não, mas eu não tenho o que fazer e odeio esse bando de pirralho batendo na minha porta pedindo essas merdas de doce, comprar eu até compro, mas quem come sou eu. Entrei na loja, que era no final do meu quarteirão, e fui direto na prateleira de comidas rápidas. Estava entretida com a diversidade de sabores que havia naquela pequena prateleira quando entrou um garoto com vários amigos. Ele tinha o cabelo roxo, piercing no septo, tatuagens e um fone de ouvido absurdamente grande. Ele era um pouco baixinho, mas não era tanto perto de mim. Eles entraram e eram em aproximadamente nove, todos eram muito bonitos e faziam uma bagunça incrível.
-Ow... Kyungsoo! -Ele tira um dos lados do fone de ouvido para ouvir o que o ruivo dizia. -Tá na hora, vamos! -Eles se entreolharam com olhares maléficos, abriram a mochila que se encontrava nas costas de um deles, pegaram máscaras de palhaço e... Armas?
*Ow Ow, S/N... Que porra é essa mano?!* -Sussurrei pegando meus 4 potes de ramen e me escondendo atrás da prateleira.
-BORA BORA! PASSA TUDO!!! -O garoto bonito disse para a menina que era caixa. -ANDA LOGO CARALHO! EU NÃO TENHO A NOITE TODA! -Conforme ele gritava mais eu me apavorava. Eu estava sentada no chão quase rezando quando o garoto ruivo surgiu na minha frente e se agachou.
-Você é S/N, não é? -Ele falou me olhando e tirando a máscara, tudo que eu fiz foi assentir freneticamente com medo. -Não tenha medo, sou eu vizinho. Vem, vou te levar para casa! -Ele falou e sorriu.
Todo o saqueamento acabou, eu me sentia mal por estar voltando para casa com uma gangue de nove ladrões. Eu posso estar me queimando, não é? Cheguei na porta de casa, o tal Kyungsoo, o moço de cabelo roxo, se virou para mim.
-E o que vai fazer agora? -Ele falou guardando as coisas na mochila.
-E-eu... V-vou fazer algumas planilhas do serviço.
-Ata, deixa eu adivinhar... Planilhas com Lee Min-ho? Ou com Song Joong-ki?
-Táááááá... Eu vou ficar assistindo novela sim, idaí?
-HÁHÁHÁHÁ -Ele riu. -Deixa disso, vem virar a noite com a gente...
-Não, não, obrigada! -Eu falei meio tímida.
-Vamos, S/N! -Meu "vizinho" falou sentando na escada.
-O-ke-i... -Eu falei rindo. -Vou me vestir...
Fui correndo para o meu quarto, coloquei uma calça jeans ralada, o meu coturno preto, um college vermelho e preto e a minha touca. Desci, abri a porta e o Kyungsoo "pasmou" ou me ver, alguns sussurraram alguma coisa para ele e o mesmo riu. Fomos andando pela rua, sem qualquer rumo, a rua cheia de crianças, nós, dez moleques.
"Ele é um impostor
Ele não é bom de jeito nenhum
É um perdedor, ele é um vagabundo
Ele mente, ele blefa, ele não é confiável
Ele é um otário com uma arma"
Quando paramos de andar, chegamos em um local totalmente afastado da cidade. Um morro com grandes pedras pichadas, todos subimos até a mais alta e lá ficamos sentados olhando as luzes da cidade que mais pareciam um pano cheio de estrelas.
Eu fiquei ali, hipnotizada com aquelas pequenas luzes e pensando no quanto eu desperdicei a minha vida até ali. Eu olhava para o Kyungsoo e via as luzes em seus olhos, seu rosto tão branquinho, as tatuagens davam um ar mais velho a ele, seus piercings e alargadores davam um ar mais descolado a ele. Tão lindo, tão perfeito, tão perigoso. Eu estava parada olhando as luzes ao escurecer quando ele estala os dedos na minha cara.
