Sally desperta. O peso da quantidade exagerada de maquiagem em suas pálpebras dificulta a abertura plena de seus olhos. Ela tenta, mas nota-se incapaz de mover um único músculo, pois estava presa de pé no que parecia ser uma espécie de caixão metálico, e gelado; o pânico começou a tomar conta de seus pensamentos, e ela não conseguiu esperar pelo melhor daquela situação. Seu rosto, a única parte de seu corpo que estava para fora do confinamento, encontrava-se paralisado de frente á uma uma platéia bizarra: pessoas seguravam máscaras de arte sobre seus rostos, escondendo suas identidades, enquanto pareciam entretidos observando a agonia da jovem mulher.
Sally se esforçou para olhar direito seu público, mesmo sem entender absolutamente nada do que estava acontecendo. De repente, a platéia aplaudiu alguém entrando no palco, um homem usando um vestido negro cheio de pétalas prateadas, também com uma máscara artística cobrindo seu rosto. Ele empunhava em suas mãos uma bolsa cheia de espadas com pequenos diamantes colados nas lâminas, e se equipa com uma delas. Uma lágrima escorre pelo rosto de Sally, borrando a maquiagem de circo que lhe foi feita. O homem de vestes estranhas no palco enfiou a primeira espada dentro de um dos pequenos buracos no caixão de metal em que Sally estava, perfurando-a, e atravessando do outro lado. O público aplaudiu novamente e foi ao delírio enquanto Sally gritava desesperadamente por ajuda...
A ponta da espada com minúsculas pedras de brilhantes coladas na lâmina serviram como um labirinto para o sangue que escorria sobre ela, e no final, gota por gota formavam uma poça vermelha e densa no chão. A garota chorou e implorou, até que sua voz ficou rouca de tanto gritar por clemência e piedade. Mais uma vez ela escutou o som vibrante de uma espada sendo puxada da bolsa. Sally suspira fundo, e a platéia aplaude.
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histórias para não dormir
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