Capítulo 4

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Juliana

Minha manhã começou deliciosa, como sempre. Trânsito caótico, vontade de gritar e passar por cima de alguns motoristas ruins. Depois de quase duas horas cheguei ao trabalho e meu chefe me chamou a sua sala. Pensei que tínhamos algum caso urgente para analisar, mas ele me veio com uma proposta de almoço, logo cedo, depois de tudo o que passei com meu noivo. Estava com o meu humor do cão! Aff! Como um homem casado pode se prestar a um papel tão ridículo desses? Comecei a analisar friamente a coisa e cheguei à conclusão de que estava na hora de arrumar outro emprego. Era insustentável aguentar assédio sexual todos os dias.

— Marcos, vou deixar uma coisa muito clara. Você é dono do escritório, mas é casado, não faz meu tipo e tem idade para ser meu pai. Está me constrangendo com suas investidas e posso muito bem te processar por assédio sexual. Também não ficaria muito bonito se eu contasse para a sua mulher. — Fitei-o desafiadoramente e, antes de sair da sala, informei: — Estou saindo do seu escritório. É um pedido de demissão e espero que me pague tudo o que tenho direito. Tenho certeza de que não quer um escândalo envolvendo seu nome. — Saí batendo a porta. Ai que raiva!

— Doutora Juliana, essa senhora veio conversar com você. O filho dela agendou a visita contigo, pelo que disse — falou Emília, a secretária.

— Eu sou a mãe do Gustavo. — A senhora me estendeu a mão e eu a apertei. Gustavo? O do trem? Mesmo?! Meu dia pode ficar pior?

— Vamos entrar, por favor? — chamei-a e fomos para a minha sala.

— Meu nome é Teresa. Não sei se meu filho lhe pôs a par do que me ocorreu.

— Ele disse que foi demitida injustamente por justa causa, mas não entrou em detalhes.

— Eu trabalhava há dez anos em uma grande empresa e tive o mesmo gerente durante todos esses anos. Um dia ele se aposentou e colocaram alguém mais jovem. Um jovem recém-saído da faculdade. Era sua secretária e fazia tudo o que me pedia, porém, na segunda semana de trabalho, o senhor Henrique começou a exagerar. Começou com pedidos pessoais.

— Que tipo de pedidos pessoais? — perguntei, arqueando uma das sobrancelhas.

— Ir à livraria comprar livro e ficar na fila de autógrafo para a noiva. Ir à floricultura, ir ao banco, a farmácia, comprar seu almoço... Tudo que tivesse que fazer na rua, ele me mandava. Com o tempo já estava até encarando filas de banco para pagar as contas dele. Contei para uma amiga, que também é secretária em um mesmo prédio, e ela achou aquilo um abuso de autoridade. Me aconselhou a não fazer mais os trabalhos pessoais. Quando me neguei, ele me deu justa causa, alegando que eu não havia cumprido com minhas tarefas.

— E o seu advogado?

— Tem me enrolado. Não me mantém informada e diz que a audiência será marcada, mas já se passaram quatro meses e nada.

— Você tem o número do processo? — inquiri.

— Não!

— Então me dê o número do seu advogado e o endereço. Entrarei em contato com ele, informando que tomarei sua representação.

Ela tirou um bloco de anotações da bolsa e depois de fazer alguns rabiscos me passou o papel com os dados.

— A senhora acha que tenho chances? — perguntou, preocupada.

— Todas! Vou deixar o meu cartão pessoal, com meus dados para a senhora. Estou saindo desse escritório, mas quero muito representá-la. Cobro 30% do que ganhar de indenização, como qualquer advogado. E não precisará me pagar honorários enquanto não resolvermos o caso. Preciso que junte todos os documentos e testemunhas, se tiver. Eu entrarei em contato com a senhora em breve, para passar uma posição. No momento estou sem escritório, mas logo terei uma sala própria.

— Eu agradeço muito, dona Juliana. A senhora é uma boa pessoa.

— Senhora está no céu! Sou muito jovem e poderia ser sua filha — respondi sorrindo, sentindo um afeto inesperado por aquela mulher.

Meu telefone tocou e me desculpei ao atender. Quando comecei a ouvir a história absurda, coloquei a mão na cabeça, sem acreditar no que ouvia. Como minha mãe foi cair em um golpe tão baixo? Foi tão ingênua! Não acreditava naquilo.

— Aconteceu alguma coisa? Precisa de ajuda? — perguntou dona Teresa.

— Minha mãe caiu em um trote e estava em um banco sacando dois mil reais para pagar meus sequestradores. Preciso ir buscá-la em Copacabana. Desculpe-me! Entrarei em contato ainda essa semana. Só preciso fazer contato com seu advogado e resolver a minha questão aqui. Estou tão cansada... — desabafei. — Assim como a senhora estou sofrendo com algo desagradável, mas pretendo resolver antes de me estressar ainda mais.

— Vou orar para que tudo fique bem. Deus lhe pague, dona Juliana. Ops! — Colocou a mão na boca, sorrindo. — Juliana!

— Tenho certeza de que sim, dona Tereza!

Nos despedimos e saí do escritório, avisando que não voltaria mais naquele dia. Encontrei com meu chefe antes de sair e fuzilei-o com o olhar. Ele sabia que eu não estava brincando. Sabia que teria que me pagar todos os meus direitos ou estaria ferrado. Nas atuais circunstâncias, eu não faria o menor esforço para poupá-lo de um escândalo. Estava a ponto de explodir e descontar as frustrações em alguém. Ele seria o alvo, se não me deixasse em paz.

Voltei para casa de carro, deixando-o no estacionamento do prédio em que morávamos, e resolvi ir de trem e metrô até Copacabana. Levando-se em consideração o caos do trânsito na cidade, demoraria muito se fosse dirigindo até lá. Uma hora e meia depois cheguei à agência bancária e pedi para falar com o gerente. Expliquei quem era e o motivo de estar ali e fui conduzida até uma copa, onde minha mãe chorava, muito nervosa e amedrontada.

— Mãe! Como isso aconteceu? — perguntei, abraçando-a, afetuosamente.

— Eles me ligaram e disseram que estavam com você. Depois veio a sua voz, chorando e pedindo socorro. Perguntaram quanto eu tinha e me mandaram vir até essa agência para sacar o dinheiro. Pediram para jogar o pacote em uma lata de lixo, do outro lado da pracinha. Eu fiquei tão apavorada! Você não atendia ao telefone e não havia chegado ao escritório. Achei que realmente estava sequestrada.

— Meu Deus, mãe! Nunca assistiu TV. Esse golpe é tão velho. Pelo amor de Deus! Como se livrou dessa? — perguntei, nervosa, ainda abraçando-a.

— Um rapazinho, muito solicito, percebeu que não estava bem e perguntou se realmente sacaria a quantia. Disse que poderia ser assaltada na saída do banco e que não era seguro. Aí eu acabei contando para ele, que me trouxe para cá e me acalmou.

— Vamos sair daqui, pegar um táxi e ir para casa. Precisamos relaxar, depois desse dia infernal — afirmei.

— E o seu trabalho? Não pode faltar ao trabalho por causa de uma pamonha como eu.

Olhei naqueles olhinhos tristes e sorri. Eu faltaria ao trabalho somente para ficar com ela, mas não tinha realmente intenção de voltar lá. Não aguentava mais meu chefe me assediando sexualmente. Era insuportável demais.

Saímos da copa do banco, mas antes de partir minha mãe quis agradecer ao jovem que havia ajudado. Caminhamos até o caixa e ela pediu licença para a jovem que era atendida. Segurou a mão dele, dizendo algo que não ouvi, e sorriu. Ele abriu um lindo e satisfeito sorriso, depois me olhou de um jeito estranhamente desconcertante. Fiquei completamente sem ação, mas não desviei o meu olhar. Por alguns segundos me senti completamente presa e invadida por ser perscrutada de cima a baixo. Senti-me nua e algo se aqueceu no fundo do meu ser. Há muito tempo ninguém me admirava daquele jeito, nem Pedro nos anos que estivemos juntos. Tive vontade de sorrir, mas não o fiz. Mantive a expressão dura de sempre, enquanto ele me devorava com os olhos. Se fosse uma mocinha sonhadora e sem-vergonha, como Nat, teria corado naquele momento. Mas aprendi a disfarçar minhas emoções há muito tempo. Não mudaria isso porque um homem me admirava com interesse verdadeiro.

:"PREFED:9z

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