Capítulo 2

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Lohanna era a segunda filha de Joanna e Tywin Lannister, dois anos mais jovem que Jaime e Cersei. Os três cresceram juntos, correndo e brincando pelo Rochedo.

Cersei e Lohanna inclusive brincavam entre os vestidos e joias da mãe, imaginando quão belas seriam quando crescessem, enquanto Jaime as incentivava.

Porém, Joanna engravidou pela terceira vez. E com isso, sem saber o que as esperava, as crianças ficaram felizes.

Jaime queria um irmão homem, afinal ser o único herdeiro masculino de Tywin Lannister era um enorme peso nos ombros. Suas irmãs até aceitavam isso, porém preferiam outra menina. Pois se Westeros era dos homens, pelo menos Rochedo Casterly seria das mulheres.

Porém, uma semana antes de Tyrion vir ao mundo, Lohanna começara a chorar.

Sem causa aparente. O meistre foi chamado para ver se ela tinha se ferido, mas nada havia. Joanna também perguntou se um dos irmãos tinha lhe batido, e a resposta também foi negativa. Os próprios irmãos também tentaram lhe consolar, sem sucesso. Ela apenas chorava, e não conseguia expressar o que havia de errado.

Quando finalmente Joanna começou a sentir as contrações, mandou as crianças irem para longe. Não queria que a vissem "sentindo dor e parecendo fraca", segundo ela. E mesmo apreensivas, as crianças foram brincar.

- Vocês não acham que está demorando muito? – Indagou Lohanna aos irmãos.

- Verdade. Mas não lembro como foi com você da última vez. – Replicou Cersei.

- Deve ser um bebê grande... – Ponderou Jaime.

E começaram a ver o entra e sai de parteiras do quarto, com expressões cada vez mais aflitas. De repente, Joanna gritou. Mas era um grito estranho, não normal de dor. Algo tinha dado errado.

Os três correram para dentro. A tempo de verem Tywin segurando o corpo da mãe, já sem vida; enquanto o bebê era cuidado por servas assustadas, que esperavam que ele acompanhasse a mãe ao túmulo. Mas a criança viveu.

***

Houve o funeral, com toda a pompa a qual uma Lannister tinha direito. Tywin recebia as condolências, como era o seu dever. Mas se olhou para os filhos duas vezes, foi muito. E Jaime, Cersei e Lohanna estavam mais agarrados do que nunca.

Talvez a parceria entre os três irmãos tenha sido um dos maiores estopins para as maldosas histórias que corriam. Mas os rumores eram como pragas: Surgiam de qualquer forma.

Havia os que diziam que os Lannister estavam ficando fracos. Que Tywin não disciplinava nem os próprios filhos, para saírem chorando como donzelas assustadas.

Outra coisa que se dizia era que Lohanna era amaldiçoada e via coisas nas chamas, tendo atraído a desgraça sobre sua família pelo "choro de antecipação", e premeditadamente, pois tinha ciúmes do bebê.

Talvez tenha sido esse segundo boato que despertou a fúria de Tywin, ou ainda isso tenha sido uma válvula de escape para a sua frustação de não poder ter impedido a morte da mulher; de algo ter fugido ao seu controle.

Um camponês teve um olho arrancado por estar espalhando essas histórias. Mas não foi o suficiente.

Menos de três luas após o nascimento do bebê, Tywin mandou chamar Lohanna para fora. Os irmãos, curiosos, foram junto.

- Você vai para uma casa nova. – Disse Tywin à menina, sem emoção na voz.

Lohanna não entendeu. Ficou totalmente confusa. E os gêmeos se entreolharam com expressões de estranhamento.

Havia três guardas vestidos de carmesim, e uma carruagem com ouro o suficiente para manter a antiga caçula por bastante tempo.

Vendo que a menina não se mexia, o pai disse: - Você vai, como uma boa moça Lannister, ou precisa ser levada?

Não houve resposta, não houve despedidas. Então Lohanna foi pega pela mão e posta na carruagem.

Cersei e Jaime fizeram menção de correr atrás, porém um olhar do pai os segurou.

E o assunto foi proibido. Tanto para a plebe, quanto dentro de casa. Lohanna tinha sete anos. Jaime e Cersei, nove.

A Leoa PerdidaOnde histórias criam vida. Descubra agora