Meu Desejo - REPUBLICAÇÃO

Capítulo 5

Lorena 

A semana passou sem nenhum contato do Breno. Na terça-feira mesmo, voltei ao condomínio com a equipe para começarmos os trabalhos. Na quarta saí com Júlia para um barzinho perto do trabalho dela. Bebemos, comemos e conversamos muito. Na quinta, fizemos uma sessão de cinema no apartamento do meu irmão, João Vitor. Notei que começou a rolar um climinha entre eles. Adorei a ideia de ter minha amiga com meu irmão, mas não vou me meter. 

E enfim chegou a tão temida sexta-feira. Meu dia foi super produtivo. Fiz algumas mudanças em dois projetos, visitei a obra na mansão da senhora Fernandes, participei de duas reuniões e assim meu dia voou. Cheguei em casa por volta das seis horas da tarde e fui direto para o quarto. Ainda não tinha escolhido o que vestir. 

Abri a porta já tirando os sapatos e jogando a bolsa em cima da cama, escancarei a porta do pequeno closet e comecei a procurar o que vestir para esse tal jantar. Assim que já sabia o que vestir fui tomar banho. Passei por todo aquele processo de embelezamento que qualquer mulher sabe. Depilação, sobrancelhas, esfoliação, uma leve massagem. Acabei escolhendo um vestido preto justo que termina no meio das minhas coxas, com corte quadrado no busto e mangas que vão até o pulso e um decote generoso nas costas. Coloquei scarpins também pretos. Fiz uma maquiagem super leve apenas evidenciando os meus lábios. Passei um perfume, coloquei brincos de pérolas e estou pronta. Peguei uma bolsa minúscula vermelha e coloquei meus documentos, dinheiro, meu cartão de crédito, celular. 

Fui em direção à cozinha. Bebi um copo de água e quando estava indo me sentar no sofá da sala, meu celular tocou. 

– Alô? – atendi sem nem mesmo olhar para a tela do celular, mas já imaginava quem era. 

– Oi, Deusa. Já está pronta? Quer que eu suba? – ele fala tudo de uma vez com a voz mais sexy que já ouvi. Suspiro baixinho para que ele não ouça.

 Vamos lá, Lorena, foco e força de vontade!

 – Não precisa subir. Já estou pronta. Estou descendo. 

Encerro a chamada e coloco o telefone na bolsinha. Verifico se está tudo no lugar, respiro fundo e saio. No elevador, enquanto desço ao encontro dele, fico pensando. Será que isso não é uma loucura? Trabalhar para ele e mesmo assim sair com ele? Sempre fui muito impulsiva e isso sempre me colocou em grandes problemas. Espero que esse não seja mais um. Não quero prejudicar o meu trabalho e realmente espero que essa pequena travessura não me deixe em maus lençóis. 

A porta do elevador se abre me dando a visão do hall de entrada do prédio onde moro. Inspiro e expiro algumas vezes na tentativa de me acalmar. Vou fazer o que planejei para essa noite e vamos ver no que vai dar. Saio em direção à rua e antes mesmo de chegar no portão, paro com a visão dele encostado em seu carro. Breno está lindo em uma calça jeans justa em seu corpo, blusa com gola V preta que acentua os seus músculos, um blazer cinza escuro. Ele está de cabeça baixa, com as mãos nos bolsos. E como se sentisse a minha presença, ele levanta a cabeça bem devagar. Vai me olhando de baixo para cima, respira fundo e trava o seu olhar no meu.

Meu senhor! Quantos anos esse homem tem? Ele aparenta ter uns 29 anos, mas creio que tenha mais. Minha curiosidade está aguçada já que ele fez questão de não me dizer. Independente da idade que tenha, ele é lindo. Volto a caminhar, agora um pouco mais devagar porque ele consegue me desconcentrar e, com toda certeza, não quero cair desse salto gigantesco que calcei. Atravesso o portão ainda caminhando em sua direção. Ele desencosta do carro e finalmente me lança aquele sorriso que já derreteu a calcinha que eu estou usando.

 – Oi, boa noite, Breno. – digo, tentando manter minha voz estável. 

– Oi, Lorena. A noite será maravilhosa! – beija o cantinho da minha boca.