Capítulo 11

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Lorena

Dois meses. Dois meses que estou saindo com Breno. Dois meses demuito sexo, sedução, castigo (ainda o castigo, principalmente porcausa dos ciúmes dele) e amor. Não era o que eu queria, masaconteceu. Como não aconteceria? Apaixonar-me por Breno era algoinevitável, eu sabia disso. Por isso não quis assumir compromissoalgum com ele, por isso impus aquelas três regras idiotas, por issotenho tentado ao máximo não ceder às suas chantagens.

Namorando. Parece que estamos namorando, mesmo que ele ainda nãotenha feito o pedido. Acho que depois de tanto dizer que não queronada sério, agora é ele que deve estar levando isso a sério. Souuma idiota! Sei que se continuar com essa lenga-lenga por muitotempo, ele cairá fora. Qual homem, na face da Terra, de trinta eoito anos, que quer namorar uma mulher de vinte e quatro totalmenteinsegura (mesmo que ele não saiba disso)?

Nos encontramos sempre aos fins de semana, mas fico morrendo desaudades dele a semana inteira. Saio algumas vezes com meus amigos,com minha família, mas os outros três dias da semana fico só. Vocême pergunta, por que você fica sozinha se tem um homem que querestar com você todos os dias? Simples. Não quero ser dependente dapresença dele, por que sei que quando Breno enjoar de mim ele iráembora. E eu? Eu ficarei sofrendo apaixonada por ele, sem saber o quefazer da vida porque preenchi todos os meus dias com ele! Não queroisso pra mim.

Já admiti para mim mesma e para Jú que estou apaixonada por ele.Tenho conversado muito com ela sobre Breno. Júlia sempre meaconselha a cair de cabeça nesse relacionamento, parar de neurose eser feliz. Eu tento, juro que tento, mas o medo de que ele aodescobrir que o amo me abandone é tanto, que recuo.

Hoje, já é quarta-feira, estou morrendo de saudades dele. Dos seusbeijos, do seu corpo, do seu toque. Mas me faço de forte, mesmoquerendo o contrário.

Acabo de chegar na empresa e meu chefe Alberto manda nos avisar queteremos uma reunião e um treinamento logo em seguida. Bufo. Homeminsuportável. Estou na minha sala terminando de arrumar meu materialpara uma reunião, quando meu telefone toca. É Breno. Conversamospor poucos minutos e marcamos de almoçar. Ele virá me buscar.

Assim que a reunião termina, mando uma mensagem para ele avisandoque já estou livre. Vinte minutos depois, encontro com Breno naentrada do edifício da Conceitos. Ele está lindo em um terno cinzaescuro, bem ajustado ao seu corpo, camisa branca e gravata cinzaclara, com um sapato social preto. Um verdadeiro arraso.

Ele vem ao meu encontro e me chama de linda. Breno só me chama pelomeu nome, quando está com ciúmes ou raiva de algo ou alguém.Sorrio tímida pra ele. Pois é, depois que me descobri apaixonadapor ele, tenho ficado tímida com certos elogios vindo dele. Entramosno carro e seguimos em direção ao restaurante italiano que eu amo.No caminho ele liga o rádio e escutamos uma das minhas músicasfavoritas, Tão perto. Canto baixinho. Percebo Breno meolhando e sorrindo. Estacionamos em frente ao restaurante. Ele, comosempre, é um cavalheiro, abre a porta pra mim e me guia até ointerior do restaurante. Passamos duas horas maravilhosas nacompanhia um do outro, rimos, brincamos e combinamos de ficarmosjuntinhos no meu apê mais tarde. A saudade é tanta, que eu mesmaestou ansiosa para quebrar uma das regras que eu mesma impus.

Quando já estávamos no carro, recebi a ligação do Fernando, umamigo de longa data com quem eu não falava há um bom tempo.Conversamos por cinco minutos, eu acho. Nossa! Quanto tempo nãofalava com Fernando. Acho que tem uns seis meses que não o vejo.Fernando foi meu terceiro namorado, mas meu primeiro homem. Comeceiuns namoricos muito nova com catorze anos. Nando e eu começamos anamorar quando tínhamos dezenove e dezesseis, respectivamente. Nossonamoro durou três anos. Fui completamente apaixonada por ele. Com umano de namoro, perdi minha virgindade e aí fiquei mais apaixonadaainda. Mulher tem dessas coisas!

Meu Desejo - REPUBLICAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora