Capítulo 20

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Breno


Minha primeira reação seria me sentar, se já não tivesse feito.Fico uns quinze minutos sentado, parado, olhando para o papel e paraas roupas picadas. Nem em um milhão de anos imaginei que elareagiria assim. Levantei determinado a encontrá-la. Primeira parada,apartamento da Júlia. Toco a campainha três vezes seguidas e nada.Ela não está em casa. Aperto o botão do elevador. Enquanto espero,digito o número de Júlia no meu celular, mas toca repetidas vezesaté cair na caixa postal. Entro no elevador e marco o andar do meucunhado. Em menos de cinco minutos, chego em frente à sua porta eaperto a campainha. Uma, duas, na terceira ele abre a porta.

– Oi, cara! Tudo beleza?

– Oi, João. Sua irmã está aí?

Ele olha para mim confuso

– Ela não está aqui, mas mandou uma mensagem dizendo que ficariafora uns dias e que eu não me preocupasse.

Eu fico olhando para João Vitor sem reação alguma.

– O que está acontecendo, Breno?

– Nada. Vou procurar por ela, obrigado.

Aproveito que o elevador está parado no andar, entro e marco otérreo. Vou direto para garagem, entro no carro, dou partida aomesmo tempo que conecto o celular no bluetooth e ligo para Lorena.

Deixe seu recado, você será tarifado após o sinal. Grave o seurecado.

Escuto o bip e desando a falar.

– Amor, onde você está? Eu vou até você. Precisamos conversarsobre essa história de tempo. Liga pra mim. Te amo.

Desligo e me concentro na estrada. Fico tão desnorteado que nem seicomo fiz para chegar à casa dos meus sogros. Fico pior ainda quandoeles me dizem que ela não apareceu hoje, mas que mandou um recadodizendo que se ausentaria por uns dias e manteria contato. Despedi-medeles e entrei no carro. Desanimado, dirigi direto para casa. Assimque entrei em casa, fui direto para o bar, peguei uma garrafa deuísque e sentei no sofá. Já vivi essa cena antes, com algumasdiferenças, porém muito parecida. Depois de dar algumas goladas nomeu copo, retiro o celular do bolso e ligo para ela. Mais uma vez.

Uma, duas, três, trinta e cinco vezes! E em nenhuma vez, ela meatende. Também mandei trocentas mensagens pelo WhatsApp, mas ocelular dela está off-line. Não sei onde ela está, com quem está.Não sei se está bem, se algo aconteceu. Droga!!!
Isso tudo porquê? Porque fui idiota e não fiquei com ela.


****


Três semanas. Três semanas de merda sem ela. Não como direito, nãodurmo, não trabalho, não saio de casa, não vejo ninguém a nãoser que venham aqui. Estou vazio sem ela, vivendo de uísque duranteo dia e à noite saindo pelas ruas de carro à procura dela.
Estouno sofá esparramado. Marina tentou fazer-me almoçar, mas nãoconsegui comer mais do que quatro colheradas. A campainha toca, semânimo levanto e vou abrir a merda da porta. Não me surpreendo aover a gangue da animação entrando. Júlia, João e Diego entramsorridentes com várias sacolas nas mãos.

– O que fazem aqui?

– Viemos te animar, mano!

– Não quero animação, não quero vocês aqui.

– Se nos tratar bem, posso te contar uma ou duas coisinhas sobreuma certa mulher brava e sumida. – Júlia diz enquanto adentra aminha cozinha.

Sigo-a até a cozinha desesperado por notícias.

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⏰ Última atualização: Jun 14, 2017 ⏰

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