Um demônio chamado Depressão

Capítulo 5

Tate

Eu nunca contei minha história a ninguém, nenhum espírito, nenhum servo demoníaco. Ao mesmo tempo que eu nunca falei minha história a alguém, muitas pessoas sabem sobre mim, só que de maneira indireta.
Meus pais nunca ligaram pra mim, eles só estavam aí para eles mesmos. As vezes eles duvidavam que eu era filho deles. Eles me tratavam igual a um lixo,(Oh desculpas lixo, estou te ofendendo) havia dias que eu não comia pois eles estavam muito "ocupados" trabalhando para sustentarem a si mesmo.
Meu pai traira minha mãe com a nossa vizinha e minha mãe não estava nem aí. Sabe o por quê? Porque ela era lésbica. Ela vivia indo em baladas LGBT. Até que um dia ela conheceu uma mulher, ela se apaixonou por essa mulher e fugiu sem deixar um mínimo bilhete.
Quem acabou "cuidando" de mim foi meu pai, que teve que contratar uma babá para cuidar de mim.
Ela se chamava Sarah...
Sarah tinha 16 anos, e na época eu tinha 13. Nós tínhamos pouco tempo de diferença de idade, até que nossos assuntos não era tão diferente assim.
Seus cabelos eram longos e negros, sua pele era bem pálida, e seu rosto era cheio de sardas. Quando ela olhava para mim, eu conseguia ver naqueles olhos verdes um universo muito mais bonito do que minha realidade. Meu pai pagava ela para cuidar de mim, só que nós cuidavamos um do outro, tanto eu como ela.
Eu tinha apenas 13 anos, não sabia mais o que eu estava sentindo, mas sabia que aquele sentimento que sentia por Sarah era algo que eu não conseguia sentir por ninguém, nem pelos meus pais. Era amor...
Quando percebi que eu estava apaixonado por ela, eu resolvi tomar uma grande iniciativa: Pedir ela em namoro. Eu sabia que muito bem que essa era uma decisão muito forte a ser tomada, ainda mais que eu nunca consegui ser ligado à relacionamentos com outras pessoas.
Fui até uma Floricultura e comprei o buquê mais bonito da loja, e o mais caro. Gastei meu dinheiro inteiro para agradar Sarah. Eu não me importei em gastar meu dinheiro com ela, eu nem quase gastava dinheiro comigo, já que nada que eu comprasse preencheria o vazio existente em meu ser.
Quando cheguei em casa, fui direto para o banho. Peguei todos os perfumes mais cheirosos de meu pai para ficar cheiroso para a Sarah.
Arrumei meu cabelo e coloquei minha melhor roupa.
Eu estava empolgado com tudo isso, não era fácil que ficar empolgado com algo. Tudo era a mesma coisa, e as mudanças eram ruins, então era difícil eu ficar empolgado com algo.
Sarah iria vir na minha casa às 19:00 da noite. Eram 18:24, eu estava com muito sono, então resolvi tirar uma soneca.
Quando acordei, eram 19:30.
Ela provavelmente já estava na minha casa, então, sai do meu quarto, peguei o buquê e fui procurar ela dentro de casa.
Eu sabia que ela estava na casa pois eu estava ouvindo barulhos, e se não fosse ela, seria um bandido ali dentro.
Os barulhos se baseavam em gemidos, na época eu só tinha 13 anos, eu não sabia nada sobre essas coisas e então não desconfiei de nada.
Esse barulho estava vindo do quarto do meu pai, eu estava pensando que ela estava ali, arrumando o quarto do meu pai com o aspirador.
Eu fiquei na porta, e bati nela. Ninguém abriu a porta. Eu toquei na maçaneta e vi que estava aberta.
Quando eu abri a porta, vi a cena mais forte da minha vida...
Meu pai e Sarah estavam se pegando...

Continua...