Capítulo 02

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Olá amores!!! Desculpem a demora pra postar esse capítulo, mas está: grande e maravilhoso pra vocês ♡
E claro que não vou deixar de pedir pra vocês se manifestarem com estrelas, comentários, estrelas e dicas também! Bjoons e até a próxima amoores! 😍











(...)

Mas não. Não desta vez...

Minha respiração se cortou, meu corpo não tremia mais pelo susto que passei. Pensei que morreria naquele instante, que nunca realizaria nenhum dos meus sonhos.

Mas não foi desta vez.

A flecha passou com um zunido em meus ouvidos, me fazendo arrepiar. Passou direto. Esperei para me acalmar e conseguir respirar. Quando olhei para trás estava lá, correndo de nós. Algo que quase me matou, que me fez correr durante vários minutos. A coisa maligna. Sorri comigo mesma vendo aquela coisa se afastar e como apelidei ela.
- Como... - Comecei. Minha voz vacilava - Como ela se... Se foi... Assim? Tão fácil?
- Ela não se foi fácil. Ela voltará. - O soldado Dominic respondeu. Era ilegível sua expressão.
- Como assim, soldado Evans?
- Só Dominic para você, senhorita...? - Ele disse, se inclinando e erguendo uma sobrancelha. A esquerda, para ser precisa.
- Meu nome é Celeste Loren Titanos. Ou só Loren, Dominic. - Falei, dando ênfase ao seu nome. - Agora, continue a falar daquela coisa.
- Ah... Bonito nome, senhorita Loren... Bom, chamamos a coisa, de A fera. Ela geralmente é mais amável do que você pensa. Ela brinca com suas presas, isso a faz ofensiva. E sobre ela se afastar assim, é a flecha. Ela tem um tipo de... veneno... que deixa o lugar ferido dormente. Ela odeia essa sensação, senhorita Titanos, ela sabe que provém das flechas então se esquiva dela e sai correndo. Ela é bem rápida e já fica em alerta ao ver a flexa. Claro que pega, ninguém se esquiva de uma flexa. Ela se esquiva mas pega de raspão, então...
- Nossa... - a única coisa que consegui falar.
- Mas senhorita, o que faz sozinha por aqui? Mulheres não costumam andar sozinhas assim.
- Eu sou diferente. E também não tenho nenhum "Amo" para me obrigar a seguir suas ordens, graças aos céus.
- Então você pensa assim... são poucas as mulheres que tem coragem de expor opiniões como essa, senhorita.
- Sim, eu penso. Soldado Evans... creio que nós mulheres podemos mais do que ter a barriga no tanque ou a mão suja de giz. Traria vários benefícios a todos.
- Bom, é inegável que uma mulher satisfeita é uma mulher em dobro. Mas creio que não seja tão fácil mudar as coisas assim...
Eu não entendi o que ele queria, de que lado estava. Sua expressão, sua face era tão incerta, não consegui enxergar nada além de... nada. Ele tinha um mistério enorme, isso me cativava e deixava confusa ao mesmo tempo. "É inegável que..." "Mas creio que...". Eu realmente estava frustada com o resultado de minha busca de caráter e expressões. Ele era impenetrável, sentia isso. Conseguia disfarçar qualquer "quê" em seu rosto.
- Não entendi ao certo o que quer dizer, mas preciso ir. - falo, dando um sorriso e quase me viro para ir embora. Porém:
- Não vai me acompanhar nessa noite longa, senhorita Titanos? - ele perguntou, jogando as mãos para trás me fazendo um convite.

- Eu preciso voltar na madrugada de sexta para casa. Não sei onde estou e preciso me situar para achar para onde vou. E ainda preciso achar mantimentos. Obrigada.
- É só me acompanhar, senhorita Titanos. Eu pego seus suprimentos na aldeia ao lado durante a madrugada.
- O senhor não pode sair e deixar seu posto assim.
- Eu posso. Na verdade posso fazer o que eu quiser. Fique e consigo seus suprimentos. - Ele disse se sentando em um toco no canto da estrada - Sente-se.
Bom, era uma oferta bem tentadora. Eu precisava encontrar Emanoel, mas também queria os mantimentos que ele me proporcionaria.
- Aqui mesmo? - perguntei, procurando algum toco. E achei.
- Sim.- ele falou e eu me sentei. Todo o meu corpo estava dolorido.
O tempo que se seguiu foi em um extremo silêncio. Estava me perguntando se ele brincava com minha cara. Mas o silêncio ficou tão incômodo quanto uma pedra numa bota. Ele estaria rindo a essa altura.
- Que horas buscará meus mantimentos?
- A hora que o meu amigo vier me substituir por alguns minutos. É o tempo de eu ir comer algo, mas não vou o fazer. O que a senhorita procura mesmo?
- Alimentos... produtos de higiene pessoal... guloseimas... o que o soldado achar já é de bom grado.
- Eu não vou achar, eu já tenho uma ideia do que quer, só vou pegar. Não acha muita coisa para carregar sozinha?
Pensei na pergunta. Era óbvio que a resposta era "sim, eu acho muita coisa" mas o Emanoel estava comigo para isso também. Eu sou rápida e inteligente, digamos de passagem, e ele é a parte forte e voraz.
- Por isso eu preciso achar meu companheiro de caça. Ele carregará tudo para mim.
- Mas já vamos tratar de uma coisa, senhorita... ninguém pode ficar sabendo do nosso combinado.
- Por que? - perguntei, arqueando uma sobrancelha. Qual era o mal disso?
- Bom, primeiro porque um soldado não rouba, certo?
- Todo mundo sabe que soldados fazem o que querem por aqui. Estão apenas debaixo do rei e dos coronéis enviados pelo mesmo. Certo?
- E segundo que meu superior não pode saber. - ele continua, ignorando minha reflexão - Ah, também tem a parte de que qualquer pessoa vai mandar senhoritas para gantantir suprimentos. Certo?
- Correto. Não vejo problema algum em falar para ninguém. Como vai conseguir isso tudo?
- Olha, tudo o que falamos aqui, fica aqui. Nada sai.
- Claro.
- Poucos de nós sabemos de um galpão subterrâneo de mais ou menos uns... - ele para e encara o céu cinzento, fazendo as contas. Homens... - Três. Isso; uns três andares.
- Galpão?
- É um tipo de... um... lugar gigante onde é enorme tanto de altura quanto largura e comprimento. Não sei explicar direito. Acho que vai ter que ver com seus próprios olhos... mas enfim; ele é enorme e cada um deles guarda milhares de caixas com suprimentos. Os que sabem disso são apenas... quatro soldados, incluindo eu. O local onde construíram foi bem estratégico. Fica bem camuflado.
- Então de certo tem dono.
- Não, não mesmo. - ele balançou a cabeça e sua máscara imperceptível voltou ao lugar. Nada de expressões, nada de reações. Apenas o piscar de olhos.
- Como sabe? - quis saber. Ele suspira e estufa os peitos.
- O dono era um velhinho esnobe. - ele balançou a cabeça e a levantou, parecendo tirar um peso do ombro. - Ele previu a guerra antes de todo mundo e se preveniu, mas perdeu toda a família na guerra. Ele era aquele tipo de velho que ninguém queria perto.
- "Era"?
- Sim. Fizemos o que estava em nosso alcance, mas o velhinho não aguentou. A única pessoa que estava ao seu lado sempre era sua esposa, mas ela morreu no ataque na aldeia em que o casal vivia. Passaram-se alguns meses o velho não aguentou e foi se encontrar com a amada...
- Que história linda. - eu refleti e peguei ar. - Ele morreu de saudades?
- Não, não. Ele literalmente foi se encontrar com a amada. Ele... bom... digamos que ele não a visitou nunca, e quando foi o fazer caiu dentro de uma vala no cemitério improvisado e morreu com o pescoço destroncado.
Ele estava brincando. Desenrolou toda uma história chocante e depois me fala que o velho literalmente foi se encontrar com a amada. Caiu na vala e morreu com o pescoço destroncado. Pisquei algumas vezes para sinalizar meu entendimento e soltei um riso sem graça.
- Está brincando, não é? - perguntei forçando o riso.
- Não mesmo, senhorita Titanos. É uma história real... e convenhamos nós que um pouco engraçada. Não deixa de ser uma bela história de amor.
- Claro. - assenti. - Mas qual parte dela é verdadeira?
- Toda ela, senhorita.
- Certo.

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