Estou pensando em Você- Finalizada

Capítulo 100

No Hospital...

Annie, abria os olhos lentamente e tentou situar-se, quando se deu conta de onde estava, deu um profundo suspiro, ao lembrar-se do que fez uma lágrima rolou por seus olhos, estava arrependida do que tinha feito, tocou a barriga e fechou os olhos com pesar. Estava se sentindo um monstro, como pode ter feito isso com um fruto seu, não queria, fez tudo por impulso, se arrependeu amargamente do que fez na hora em que viu o desespero nos olhos de Poncho ao socorrê-la, se arrependeu na hora em que viu o sangue escorrer, na hora em que sentiu seu filho ir embora. Era a pior sensação do mundo, estava se sentindo incompleta, vazia, sentia que algo estava lhe faltando e sabia que era o ser que a poucas horas atrás crescia dentro dela e agora não mais. Fez um pequeno esforço e conseguiu se sentar na cama, sentiu um pequeno incomodo no braço, odiava agulhas, e era a própria quem a acomodava. Quando levantou a cabeça, viu uma mulher sentada na poltrona ao lado da porta e digitava algo no celular freneticamente, ela era bonita, pelo que pode perceber a mulher era de estatura mediana, cabelos castanhos e longos, olhos cor de mel, estava bem maquiada mas a aparência parecia triste, estava bem vestida, de calça jeans escura, blusa roxa, uma jaquetinha preta de couro e calçava uma sandália preta de salto muito alto, pelo visto era bem de vida, mas quem seria aquela mulher? A curiosidade foi maior.

Annie: Quem é você?- perguntou e logo a mulher tirou os olhos do celular e sorriu, guardou o mesmo na bolsa e levantou, a mulher tinha um corpo lindo.

Xx: Você acordou!- sorriu simpática- Como se sente?- parou ao lado da cama, arrumando o travesseiro atrás de Annie, para que ela se sentisse confortável.

Annie: Eu estou me sentindo bem dentro do possível. Mas você quem é? E o que está fazendo dentro do meu quarto? Cadê o Poncho?- começava a se alterar com medo.

Xx: Ei calma eu não vou te fazer mal.- sorriu lhe passando confiança- Eu me chamo Daiana, e já sei que o seu é Anahí. Eu estou aqui pq quero te fazer uma proposta, preciso muito da sua ajuda. Você está disposta a me ouvir?

Annie: Sim, mas como você sabe meu nome e como me achou aqui?- estava um pouco assustada.

Dai: Bem, eu vou te contar. ok?- viu Annie assentir e continuou- Então eu infelizmente não fui agraciada por Deus a ter o mesmo dom que o seu. Eu não posso ser mãe sou estéril.- os olhos se encherão de água e Annie a olhou assustada- Eu sou casada a 7 anos e desde então eu e meu marido fazemos de tudo pra eu conseguir engravidar, pagamos os tratamentos mais caros que você possa imaginar, até mesmo uma viagem ao Estados Unidos e estou esperando os resultados chegarem, mas eu não posso esperar de braços cruzados e ter esperanças. Não consigo engravidar de jeito nenhum, e meu maior sonho é ser mãe.

Annie: E seu esposo, o que diz?

Dai: Ele casou comigo sabendo do meu problema, eu descobri isso quando eu tinha 13 anos, tive uma hemorragia muito forte e fui levada ao hospital, lá descobri todo meu problema, passei toda minha adolescência em hospitais, perdi anos no colégio, mas eu imaginava que valeria a pena se no futuro eu estivesse curada e pudesse ter um bebê no meu colo que eu pudesse chamar de filho.

Annie: E onde eu entro nisso, ou melhor, em que você acha que eu posso te ajudar.

Dai: Anahí eu perdi as esperanças, eu sei que esse exame que vai chegar daqui a 5 dias vai ser negativo. Mas eu não quero desistir de ser mãe, eu não vou abrir mão desse sonho, mesmo que ele não saia de mim. Eu tenho uma proposta a te fazer. - pegou a mão de Annie e segurou fazendo um carinho.

Annie: Pode falar!

Dai: Você é a primeira mulher que eu procuro pra isso, decidi semana passada que adotaria uma criança. Minha prima é enfermeira deste hospital, hoje após você ter dado entrada aqui ela me ligou dizendo que tinha uma moça internada aqui por tentativa de aborto, meu esposo infelizmente não pode vir, mas eu vim pra acompanhar o que aconteceria com você. 

Annie: Não, por favor, eu não quero falar do meu aborto, por favor.- pediu angustiada.