Capítulo 135

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Ele estava parado a olhando admirado, o loiro natural do cabelo dela ainda mais cumprido iluminava o rosto angelical, os olhos azuis tão intensos, brilhando ainda mais pelas lágrimas que insistiam em cair. Ele viu o sorriso se formando em seus lábios, ah com sentia falta dela, não sustentou as lágrimas e as deixou rolarem em um misto de felicidade, alívio e amor. Como amava aquela mulher. Andou a poucos passos até a cama, sentou em frente a ela e se encararam por um tempo, a conexão dos olhos foi rompida quando ela se jogou nos braços dele, o soluço veio alto dos lábios dela, ele não se aguentou e se derramou em lágrimas junto a ela. Como se arrependiam de ter perdido tanto tempo alimentando o orgulho e a mágoa.


Poncho: Meu amor você voltou pra mim!- acariciava seus cabelos e a abraçava forte.


Annie: Amor, eu tive medo, tanto medo, eu só via o escuro, eu não enxergava nada, sempre estava sozinha, eu queria tanto voltar pra você, pra nossa filha.- apertou fortemente a mão em suas costas.


Poncho: Ela é tão linda Annie, tão delicada. Você vai se orgulhar dela.- puxou o rosto dela pra frente pra encará-la- Tão linda, como senti sua falta! Senti saudade de você meu amor, do seu cheiro doce, do seu jeito meigo e carinhoso.- passou a mão no rosto dela.


Annie: Poncho eu te amo tanto!- sorriu pra ele.


Poncho: Eu também amo você, nesse tempo que você passou aqui pude perceber que minha vida não fazia mais sentido sem você. Minha vida parou meu amor, eu vivia pra nossa filha e pra você, eu vinha todos os dias te vê.- depois daquilo Annie sabia que o coração dele ainda pertencia a ela, não pensou em mais nada e se aproximando selou seus lábios com os dele, que logo tomou a frente do beijo pedindo passagem com a língua, foi um beijo saudoso, calmo, carinhoso, e amoroso, eles souberam que estavam de volta um pro outro.



Após uns minutos, Poncho já estava encostado na cabeceira da cama, com uma Annie agarrada em sua cintura, ele fazia carinhos no braço dela e a abraçava acolhendo seu rosto em seu peito. Ainda trocaram muitos beijos, e depois continuaram com a conversa.

Annie: Quanto tempo eu fiquei aqui?- perguntou curiosa.


Poncho: Fazem quatro meses hoje. Os piores meses da minha vida.- beijou seu rosto.


Annie: Nossa!- arregalou os olhos- Minha filha já tem quatro meses.- falou num sussurro e fez algumas contas na cabeça.- Poncho.- o chamou assustada e ele a olhou- Já passou o Natal! Se faz quatro meses isso quer dizer que hoje é 28 de dezembro.- estava passada- Meu Deus, eu praticamente perdi o ano.


Poncho: Sempre soube que você era dorminhoca, mas Annie, dessa vez você tirou todos os soninhos atrasados.- riu e tomou um tapa.


Annie: Sem piadinhas.- fez bico- Poxa eu perdi os primeiros meses de vida da minha filha, não amamentei, não troquei a primeira fraldinha, não vi o umbigo cair...- suspirou- É, não fui mãe.- os olhos se encheram de água derramando logo em seguida, Poncho levantou a cabeça dela e limpou as lágrimas.


Poncho: Ei, não precisa ficar assim, ela tomou do seu leite, Belle tirava todos os dias pra dar a ela. E não é pq perdeu os primeiros meses da nossa filha que te fará menos mãe meu amor. 

Daqui pra frente será tudo diferente!- sorriu pra ela- Ainda há tempo de recuperar o tempo perdido, tenho certeza, como sempre tive que você será a melhor mãe pra ela.- lhe deu um beijo casto, e logo após deu uma mordidinha no lábio dela, ainda trocaram alguns selinhos até que...


Annie: Poncho.- disse receosa- E nós, como ficaremos? Até porquê faz tempo que estou aqui e não sei se nesse tempo você firmou seu relacionamento com a Francielle.


Poncho: Eu a demiti!- ela o olhou de imediato e arregalou os olhos.


Annie: Eu entendi direito?- ele assentiu- E por qual razão você demitiria sua namorada?


Poncho: Não era minha namorada.- respirou fundo- Não tínhamos nada sério nós apenas ficávamos algumas vezes, na minha cabeça talvez aquilo fosse me ajudar a superar você. Só que no meio dessas ficadas nunca tinha rolado sexo.- ela não estava acreditando- No dia do meu aniversário eu acabei aceitando o convite de ir jantar no ap dela, só que essa não era bem a intenção que ela tinha, acho que a janta dela seria eu.- tomou um tapa no braço.


Annie: Seu idiota.- deu mais dois tapas- Continua.


Poncho: Isso dói tá.- viu a cara dela e continuou- Bom, quando chegamos lá se resume é que o clima acabou esquentando.- ela arregalou os olhos- Só que sua nossa filha não me deixou continuar.


Annie: Como assim? Larinha não era nascida.- não entendeu.


Poncho: Meu telefone começou a tocar Annie, ela não queria que eu atendesse, mas fiquei super preocupado com medo de que tivesse acontecido algo com você, e bingo, quando eu atendi era você dizendo que a Larinha iria nascer.- ela parou um pouco, olhou pra ele e explodiu numa gargalhada.


Annie: Você tá querendo me dizer, que na sua hora H com a outra antes de haver o ato, nossa filha resolveu vir ao mundo pra impedir uma tragédia?- ele riu mas assentiu- Eu amo a minha filha, a garota já nasceu causando.


Poncho: Deixa eu terminar.- ela ficou calada esperando- Antes de te atender a gente teve uma pequena discussão, depois que falei com você e contei a ela o que estava acontecendo e ela me disse com todas as letras, que esperava que você tivesse uma má hora e que não sobrevivesse nenhuma de vcs duas.


Annie: Mas que vaca!


Poncho: Então, daí vc já sabe o que aconteceu, seu parto, seu coma, e na minha cabeça eu não podia ter uma pessoa na minha equipe que estivesse feliz em saber que a mulher que eu amo corria o risco de não voltar pra mim, pedi ao Ucker pra demiti-la na mesma semana, desde então não a vi e nem ouvi mais falar dela.- beijou a cabeça dela

Estou pensando em Você- FinalizadaOnde histórias criam vida. Descubra agora