Q u a t r o

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Querendo saber qual o motivo de tudo aquilo, chamo a atenção de uma das crianças que estava perto de mim e pergunto o que estava acontecendo

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Querendo saber qual o motivo de tudo aquilo, chamo a atenção de uma das crianças que estava perto de mim e pergunto o que estava acontecendo.

— A professora Nina voltou! — sua voz alegre me faz abrir um sorriso quase que imediatamente.

Como todos ali, vou para a janela e a vejo passar rapidamente pelo jardim usando um vestido preto longo. Vejo que ninguém percebeu que suas roupas de festa não condiz com o horário, todos ali estavam contentes com a sua presença para reparar em tal coisa.

Estava há meses esperando ela aparecer, procurei em todos os lugares possíveis do planeta, mas quando um contato disse ter visto uma mulher parecida com aquela que estava procurando, montei meu disfarce de professor voluntário procurando por mais uma instituição para acrescentar em seu extenso e invejoso currículo profissional e assim me infiltrei no orfanato.

As freiras me receberam muito bem e entusiasmadas, elas estavam desesperadas por ajuda e isso partiu meu coração, não que eu me importasse, mas elas não sabiam que o próprio diabo estava visitando aquele lugar e que queria roubar seu precioso anjo.

— Crianças abram o livro na página quinze e façam a lição, preciso sair um minuto. — bato palmas e coloco ordem na sala.

As crianças voltam para seus respectivos lugares me obedecendo, algumas resmungam, mas eu não ligo, por mais que não goste de lidar com crianças essas são muito bem-educadas e obedecem a qualquer ordem.

Isso já era esperado desde o dia em que vim fazer a entrevista para o cargo de professor de artes, quando cheguei procurando o responsável fui levado direto para a igreja onde encontrei o padre Cullman se preparando para uma missa.

Diferente do que estava pensando, encontrei um homem com um porte atlético definido e bem-afeiçoado para estar no cargo de padre daquela igreja, mas depois de uma conversa mais séria, percebi que Ezra Cullman seria um grande problema enquanto estaria em meu disfarce.

Nada passava despercebido por ele, pude notar no dia seguinte que estava com uma pasta em mãos sobre mim, claro que todas aquelas informações eram falsas, muito bem plantadas pelo meu contato, eu era irrastreável quando estava em campo, o padre Ezra não ia conseguir nenhuma informação sobre mim tão facilmente.

Ando apressadamente pelo corredor passando pelas salas de aula com as portas fechadas, eu queria vê-la de perto e ter certeza que não tinha me enganado. Viro em um corredor e acabo trombando em seu pequeno corpo, seguro seus braços para que não caia no chão com o impacto e sorrio vendo seus olhos me estudar.

Era ela, Nina Le Blanc estava encolhida e assustada em meus braços.

Agora vinha a pergunta, como iria tirar ela desse lugar e dessa cidade sem que seus amigos ou conhecidos percebam?

─ Você está bem? A machuquei? ─ começo meu jogo, olho em seu rosto e em seu corpo.

─ Não... Quer dizer, sim, estou bem. Obrigada ─ se recompondo do choque, Nina se solta dos meus braços falando atrapalhada.

TRILOGIA SANCTUM - A Tentação de Nina - LIVRO 1Onde histórias criam vida. Descubra agora