D o i s

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Acordo me sentindo bem, o que era estranho já que ele havia me açoitado a noite inteira e ainda fez com que recordasse o quanto seu braço era bom com um flogger

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Acordo me sentindo bem, o que era estranho já que ele havia me açoitado a noite inteira e ainda fez com que recordasse o quanto seu braço era bom com um flogger.

Depois de me foder na sacristia, fomos para seu quarto na casa pastoral anexa à igreja, o quarto branco sem decoração alguma estava do mesmo modo que lembrava, já fiz de tudo para pelo menos ter um vaso de flores coloridas em algum canto, mas ele não deixou.

Suas palavras foram simples e diretas me fazendo lembrar até hoje.

"Como vou fode-la com um vaso em minha mesa, Nina?"

Claro, ele não usou e nunca usará a palavra "foder", mas ele tinha razão, seu corpo sobre o meu ocupava o mobiliário todo, não ia dar certo se derrubássemos o vaso, coitada das flores.

Olho em volta e há em cima da mesa de cabeceira um copo com água e um analgésico, não deixo de notar um bilhete embaixo do comprimido. Esticando o corpo, faço os movimentos bem lentamente, meus músculos protestam por estar se movendo depois de ter pouco tempo de descanso. Sento na cama e tomo o remédio, ainda estava cansada, mas não podia ficar ali, não sem que ninguém descobrisse.

Conciso e direto o bilhete dizia que ele queria me ver na diretoria do colégio, como sempre. Abro um sorriso lembrando-me de tempos atrás quando era chamada naquele lugar.

Vejo meu casaco perfeitamente dobrado no sofá e minha camisola por cima, não tinha como sair com aquela roupa agora de manhã, as pessoas poderiam associar às coisas depravadas e de certa forma elas estariam certas, mas não arriscaria a posição de Ezra a esse ponto. Eu tinha amor a minha vida e ao que tínhamos, portanto discrição era indispensável.

Levanto e vasculho seu armário, as camisas de manga longa e camisetas de manga curta perfeitamente passadas e penduradas nos cabides faz com que a tentação de usar pelo menos uma delas aflorasse dentro de mim, porém sabia que ele não gostaria de me ver em uma delas sem que esteja presente, seu orgulho falava mais alto.

Mais ao fundo do armário vejo um vestido preto longo, a minha peça de roupa favorita, nostalgia me consome quando o pego nas mãos. Ezra havia me dado esse vestido no meu aniversário de dezenove anos quando me levou para jantar em um encontro, porém em outra cidade onde ele não era padre e eu não era uma estudante. Foi a noite mais especial da minha vida e a cada dia que estive longe as lembranças voltavam enchendo meu coração de amor ajudando na escuridão da minha mente perdida.

Faço uma rápida higiene torcendo o cabelo em um coque desajeitado, entro no vestido vendo que ganhei alguns quilos a mais, por sorte ainda cabia, deixo uma anotação mental para atualizar minhas roupas deixadas aqui caso precise novamente.

Procuro nos inúmeros calçados algum meu, qualquer um que fosse. Rezo a Deus para que ache alguma coisa e atendendo minhas preces encontro um scarpin vermelho e me apresso a arrumar a cama e apagar meus vestígios. Amassando a nota coloco o papel entre o bojo e o meu seio, o copo deixo em cima da pia do banheiro e seco tudo com um pano de chão que já estava propositalmente molhado.

TRILOGIA SANCTUM - A Tentação de Nina - LIVRO 1Onde histórias criam vida. Descubra agora