Nao muito longe das fronteiras da Russia. Um vulto caminha sobre os destrocos e metais sucateados de guerras passadas. Ele anda se apoiando uma vara, suas vestes lembravam sabios magos do passado. Mas era muito util contra as gelidas pancadas de areia que o vento trazia nesse deserto humido e sem vida. Ouviam se trovoes e metal rangindo ao longe. Provavelmente mais guerra. Entre robos e humanos.
Quando sua mochila estava carregada de peças velhas, o andarilho caminhou em direçao a um local que estava aberto a quilometros dali. Era alto e havia aproximadamente oito ou dez pessoas. Umas concertando seus carros com rodas absurdas em tamanho. Outras apertando uns parafusos em seus robôs, mas todas bebendo algo que parecia uma cerveja quente.
- boa noite! Otima noite por sinal Billy. Me de a mesma de hoje cedo.
- E como vai sua coleta? - Perguntou o rapaz que lembrava uma especie de barman, enquanto servia seu copo. O local lembrava uma borracharia dos dias atuais. Muita terra e tudo empoeirado.
- Estou cada vez mais perto de juntar todos os meus robos, antigos, mas reformados e adaptados e dar o fora daqui.
- Ah! Ontem achei uma peça que servia no meu Z-max, sabe? Aquele que vem equipado com uma serra e dispara granadas como uma... uma.
- Rocket launcher?
-Isso! E para onde você vai com esse pequeno exercito de maquinas velhas? - ele terminou a frase com um riso ja embriagado-.
- Vou para a Zona Restrita - houve um silencio no estabelecimento, rompido apenas pelo assovio do vento no lado de fora. O andarilho mantinha os olhos fixos em seu copo. Seu rosto ficou visivel quando alguem proximo tragou um cigarro que clareou o local com uma luz vermelho fraco.
- Você nao aceita a ideia de sua filha ter morrido e quer morrer junto com ela. Nao é?
- Estou cansado, preciso sair desse campo de guerra. Ocidente ou Oriente? São todos fascistas. Quero paz novamente. Quero viver em paz!
- E vai derrotar todas aquelas armas bio organicas sozinho?
- Se você me ajudasse...
- Ora Paolevas! Nem com os meus e os seus robos, mais um exercito mech de trinta robos conseguiriamos entrar na Zona Proibida e depois morreriamos de fome. Qual é seu plano?
- Eu darei um jeito. Essas ABO's não me assustam mais que esse governo podre. - Paolevas se levantou e caminhou rumo a sua toca subterranea.Na fronteira da Russia, a patrulha de ciborgues e robos ja estavam fazendo guarda a mais de quatro dias. Os comentarios e historias sobre o Androide que sozinho exterminou uma horda de inimigos se expalhou pelo globo. A nova arma que poderia por um fim na guerra. Um exercito deles ja era suficiente para monopolizar todo o planeta. Em resposta a isso, a uniao do ocidente mandou uma inestida pezada contra a fronteira da Russia, queriam a qualquer custo evitar que evoluissem tal arma, queria rouba-la e fabricar semelhantes.
- Inimigos à vista! - Gritou um sentinela. Todos ja olharam para Aghata, exigiam uma reação. Seria ela capaz de derrotar todos eles sozinha? Se transformar novamente em uma maquina de destruição? Dois dias depois descobriram que não. A fronteira foi rompida, restando apenas um cemiterio de ferro e cobre. Nesse dia a Russia sangrou. Perdeu seu territorio rico em cobre, recebeu ofensiva de rebeldes e mostrou ser vulnerável. De seus tres Androides, restaram-se apenas um. Os demais, ou teve baixa, ou desapareceu. Assim o projeto russo chegou ao fim. Não por apresentar falhas, mas sim por ter um alto custo, ja que para o governo a vida de um soldado não vale a pena o gasto.
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Aghata Freeman
Ficção GeralEm um futuro não muito distante, há uma guerra pelos recursos naturais já escassos em nosso planeta. Homens e maquinas marcham lado a lado para defender ou recuperar o que é seu por direito. Teria a humanidade ido longe demais dessa vez? É nesse cen...