Prólogo

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Você sabe que seu dia vai ser um desastre total quando: bate seu dedo mindinho no pé da cama; derrama seu café super quente em sua camisa branquinha; perde o metrô; e por fim, mas não menos importante, chega atrasado para sua entrevista de emprego.

Eu estava suado e ofegante, quando parei em frente ao enorme prédio espelhado da E&M. Meu coração batia como um louco dentro do peito e pude sentir um filete de suor escorrer pela lateral do meu rosto. Essa não seria uma simples entrevista de emprego. Respirei fundo e reuni toda a coragem presente no meu ser e entrei no edifício.

Olhei em volta deslumbrado com a arquitetura e decoração do ambiente. Era tudo tão sofisticado e moderno. O salão de entrada possuía granito de cor clara cobrindo o chão e as paredes eram tingidas de creme. Logo na frente tinha um largo balcão em formato de arco e o emblema da E&M grudado na parede atrás dele. Desviei minha atenção da decoração e me dirigi até o balcão.

– Bom Dia, eu tenho uma entrevista de emprego com a senhora Blake. – falei ao recepcionista à minha frente.

– As entrevistas não estão acontecendo com a senhora Blake, pegue o elevador a direita e siga para o andar da presidência. – arregalei os olhos e engoli em seco quando ele terminou de falar.

Eu estava numa enrascada.

Entrei no elevador e me deparei com uma senhora sentada num banco em frente aos botões. Ela me olhou entediada e percebi que ela estava esperando eu dizer para onde queria ir.

– Para a presidência, por favor.

******

– Candidato vinte e cinco. – ouvi a voz feminina chamar o próximo candidato. Eu já estava ficando agoniado com aquela espera. Quantas pessoas ainda tinham antes de mim? Cem?

– Candidato trinta. – quase caí da cadeira quando meu úmero foi chamado, pensei que teria que passar o dia inteiro ali. – Me acompanhe, por favor.

Segui a mulher a minha frente e ela abriu a porta dupla de madeira escura para mim. Meu coração pulava feito um louco e senti minhas mãos suarem. Respirei fundo e entrei na ampla sala.

E lá estava ela, de cabeça baixa enquanto lia alguma coisa no notebook à sua frente. Demorou cinco segundos para ela erguer a cabeça e eu soltar o ar que nem sabia que estava segurando. Ela arregalou os olhos de leve e pude notar o leve tremor de seus lábios, mas logo se recompôs e retomou a postura séria.

– Ethan Clark. – meu nome saiu como um sussurro de seus lindos lábios.

– Elisa Maxwell. – dei um passo a frente.

Sentada naquela cadeira de coro estava Elisa Maxwell, a garota por quem fui perdidamente apaixonado, meu passado.

Meu doce secretárioOnde histórias criam vida. Descubra agora