4. Kendall Jenner

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Terça-feira - 8 de Novembro

Eu acordei um minuto antes do despertador tocar, ofegante e suada. Aquela merda de sonho com o Harry não foi nada decente. Não tive pensamentos eróticos com ele, só uns beijos muito quentes. Eu desliguei o despertador assim que ele começou a tocar, levantei depressa e fui tomar banho. Depois que terminei, voltei para o meu quarto e terminei de vestir. Assim que desci os primeiros degraus da escada escada sorri ao sentir o cheiro da massa que apenas minha mãe preparava. Não pude evitar sorrir ao vê-la encostada no balcão da cozinha ainda de roupão.

— Bom dia, filha.

Virou-se e sorriu docilmente.

— Bom dia, mãe.

Respondi-a da mesma forma, sentando-me na cadeira. Ela estendeu-me um prato e eu aceitei de bom grado.

— Aqui estão suas torradas.

— Obrigada. – Agradeci, mordendo um pedaço de umas das torradas. Céus, aquele gosto amanteigado das torradas caseiras que apenas ela sabia fazer. – Devo confessar que estou adorando esse seu tempo em casa, ontem você me presenteou com cookies recheados e agora com essa maravilha. Eu já te agradeci?

Ela me olhou feio por falar de boca cheia, pedi desculpas silenciosamente.

— Nós precisamos conversar, Brooke. – Engoli o seco. Eu sabia que se essa conversa não viesse à tona na noite anterior, viria agora. Ergui a cabeça e olhei-a. Ela puxou uma cadeira para a minha frente e sentou-se, com uma expressão séria. – Quem era aquele garoto que você trouxe ontem?

— É um amigo meu da escola, meu parceiro de laboratório, o nome dele é Harry.

— Ah, certo. – Ela pareceu estar mais aliviada, porém logo sua expressão mudou-se para confusa. – Espera, não é o mesmo Harry que você reclamava o tempo todo, chamando-o de idiota metido?

— Ele não deixa de ser um idiota metido.

— Mas o quê eu vi ontem não me levou a acreditar que você ache-o um idiota metido.

— Mãe, nós estávamos apenas brincando.

Deixei claro, forçando meu subconsciente a esquecer o sonho indecente que tive há algumas horas.

— Ah, querida, ele é bonito e parece ser um bom rapaz. Qual é o problema?

— O problema é que eu conheço bem esse tipo, mãe. Conheço muito bem e a senhora sabe disso.

— Meu amor, Harry com certeza não vai ser igual ao Brad.

— Como pode ter certeza? Não conhece o Harry, não sabe como ele é na escola. Ele é o típico garoto bonito e irresistível que todas as garotas caem aos pés. Ele fica com a representante geek da escola, pedi-a em namoro e deixa todos chocados. Depois, ele revela que era só uma aposta que fez com os amigos, uma aposta em que ele devia namorar todas as garotas do colégio, inclusive a “diferente das outras”, inclusive eu, mãe!

— Sinto em lhe informar, mas você descreveu o Brad.

Bufei angustiada, perdendo toda a fome e afastando o prato de mim.

— Só estou tentando dizer que eles são todos iguais.

— Dê uma chance a ele, filha. Quem sabe o quê o futuro reserva?

Ela me abraçou fortemente e eu acomodei meu rosto em seu pescoço. Ela tinha razão, eu detesto admitir, mas tinha. Harry foi tão doce quando tive uma oportunidade de conhecê-lo melhor. Ele poderia ser um pouco diferente de Brad. Certo, talvez BEM diferente. Mesmo assim, não deixava de ser o galinha que já pegou todas as meninas do colégio. Menos eu, Mia e a Sophia.

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