Nada mais que escuridão

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Acordei com a luz do sol em meu rosto, estava tudo escuro, somente o feixe de luz que vinha de uma janela bem no alto da parede, que clareava pequena parte do local

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Acordei com a luz do sol em meu rosto, estava tudo escuro, somente o feixe de luz que vinha de uma janela bem no alto da parede, que clareava pequena parte do local. Eu estava jogada no chão, havia um prato de comida bem próximo à minha perna, estava faminta, comi sem pensar duas vezes, e a comida não tava lá das ruins, dava pra engolir.

Me levantei pra tentar descobrir onde eu estava, mas não conseguia ver nada além daquele feixe de luz. Passei perto dele e percebi que não estava com meu uniforme, desesperei, estava com uma camisola branca, com uns manchados marrons, que presumi ser sujo por causa do chão, e fiquei com medo de terem feito algo comigo enquanto eu estava desacordada, procurei qualquer tipo de marca de violência no meu corpo, mas não achei nada e isso é uma melhora, não que eu esteja feliz por estar aqui, não mesmo, estou querendo chorar, estou desesperada, com medo, mas nada saía de mim, nem se quer um grito de socorro, estou extasiada por causa no medo que estou sentindo, não consigo demonstrar reação alguma.

Começo a andar novamente, procurando forças pra tentar sair daquele lugar, mas tudo foi em vão. Não tinha como eu sair de lá, achei somente uma porta, estava totalmente trancada, não tinha maçaneta nem nada. Não faço ideia do que fazer.
Depois de muito tempo pensando e procurando um jeito de como sair, eu desisto, a fome já tinha voltado, o sol já tinha saído, estava tudo escuro, me deitei naquele chão sujo mesmo e acabei adormecendo em meio à lágrimas.

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Passaram-se mais ou menos dois dias, estava suja, sem banho, comia somente duas vezes ao dia, fazia minhas necessidades em um pequeno buraco que havia no chão. Estava mais magra que o normal, chorava muito e a luz do dia cegava meus olhos.

Era mais ou menos 11 horas da manhã quando entraram onde eu estava, não conseguia ver quem era, a luz que vinha da porta machucava meus olhos, quase não conseguia abri-los .

-Garota, venha.- Falou uma voz masculina, não reconhecia de quem. O homem me levantou brutalmente, eu estava fraca, não conseguia demonstrar reação alguma, só fui levada até o lado de fora, não sabia onde estava indo, não via quase nada, não conseguia abrir meus olhos.

Quando realmente consegui abrir, percebi que estava em uma casa bem bonita, digamos que uma mansão, nunca tinha visto um lugar tão bonito quanto este. Era rústico e moderno ao mesmo tempo. Era simplesmente incrível, mas não queria estar aqui, queria minha casa, meu conforto, meus pais.

Quando olhei para o lado, aqueles olhos azuis, os tais olhos azuis que me encaravam quando saía do colégio, os tais olhos azuis dos meus sonhos. Eu parei. Fiquei encarando-o. Queria chorar, e ele apertava cada vez mais meu braço enquanto eu não voltasse para a realidade. Voltei a andar. Paramos em uma porta, bem bela, por sinal, estava entreaberta.

-Entre, este será seu quarto enquanto for boazinha. Se ousar teimar, vc terá consequências.- Engoli seco, somente concordei com a cabeça, nada mais que isso.- Agora tome seu banho, tem roupas no armário e desça para comermos.

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Demorei quase uma hora no banho, se não for mais, como é bom sentir a sensação de limpa. Lavei bem o meu cabelo, me ensaboei tanto, que acho que parte da minha pele ficou na bucha. Escovei beeeem meus dentes, não aguentava mais aquele gosto nojento. Enfim, COMO É BOM ME SENTIR LIMPA.

Quando acabei, abri o armário, tinha poucas peças, mas o que tinha daria pra uns dias e farei de tudo para não sujá-las. Vesti uma blusa, uma calça de moletom e calcei um chinelo que estava lá. Estava pronta, agora tinha que criar coragem para descer. Não conseguia tirar nenhuma animação pra ir, fora a fome que eu tava.

- Respire, Melina. Respire! Vc consegue.

Abri a porta e desci, não vi ninguém. Procurei onde fica a cozinha, e sinceramente, esse lugar é gigante! Com certeza vou me perder muitas vezes aqui.

- Melina! Venha.- Falou a voz masculina, dona daqueles olhos azuis.

Somente segui o rapaz. Chegamos em um salão, havia uma mesa gigante, quase do tamanho da mesa do salão comunal do Harry Potter. Exagerei um pouquinho, mas era beem grande, e a comida era farta, acho que vou engordar tudo que emagreci esses dias naquele cativeiro.

Me sentei à mesa, em frente ao rapaz, não trocamos uma palavra durante esse tempo. A cara dele era fechada, não demonstrava sentimento, somente raiva, não dava um sorriso, somente raiva, raiva e raiva.

Quando acabei, ele já havia terminado e me esperava acabar para se retirar. Ele se levantou, deixou o prato onde estava e saiu. Eu, no entanto, me levantei, peguei seu prato e o meu, levei para a cozinha. Comecei a lavá-los, aproveitei e lavei o resto que havia na pia. Não demorei nem 10 minutos e já estava tudo limpo. Me virei para subir para o meu quarto, quando me assusto. Ele estava lá, parado perto da porta, estava somente com uma toalha enrolada na cintura. Parei, olhei, admirei aquela belezura (e que belezura hein) e, com certeza, eu estava toda envergonhada, nunca havia visto um homem desse jeito na minha frente, somente em filmes e nada mais.

- Me... me desculpe.- Tentei falar algo, mas custava a sair. Passei ao seu lado para ir para o meu, até então, quarto, quando ele pega meu braço com força.

- Não se desculpe, isso não irá acontecer novamente.- Falou bem ríspido.- Amanhã iremos comprar algumas roupas e alguns objetos necessários para vc. Agora suba.- Somente concordei com a cabeça e fui para o meu quarto.

Fiquei o resto do dia deitada. Revesava entre cama e chão. Tomei mais uns 2 banhos, estava bem atoa, não quis sair do meu quarto, saí somente para comer. E agradeço a Deus por ter um banheiro no meu quarto, pq se não eu estava ferrada.

As refeições ocorreram sem nenhuma troca de palavras, como o resto do dia. Eu não iria puxar conversa, e ele, acredito que também não. Quando acabei, voltei novamente pro quarto, único local que posso ficar à vontade sem me preocupar. Vasculhei ele todo, procurando algo que eu podia fazer, e a janela era minha única saída para ficar menos atoa. Olhei pra toda aquela visão. Era tudo mato, nem uma luzinha ao fundo para saber onde havia gente e, pelo visto, somos só nós dois nesse local. Sem nenhum "criado" para cuidar da casa e ninguém para me socorrer.

Meu ProtetorOnde histórias criam vida. Descubra agora