O novato da escola (Romance Gay)

Sim ou não?

-Não tem que ser perfeito, e eu tenho certeza de que não será! Brigaremos muito, e ainda derramaremos muitas lágrimas nesse relacionamento. Mas o amor é assim, é passar pelos momentos ruins não por que melhores virão, mas sim por que cada segundo ao lado de quem amamos vale a pena.
Era impossível não chorar, era uma das primeiras vezes que ele se abria para mim em anos.
-E...E o novato da faculdade? Você não quer pegar ele?
-Não sou o único que é fechado em relação aos sentimentos. As vezes eu me pergunto se você me ama realmente, se o que aconteceu com o Felipe foi coincidência ou destino... E hoje foi uma tentativa infantil minha de tentar trazer o seu lado sentimental a tona, uma tentativa para ver se você se importa...
-O que? É claro que eu me importo. Eu te amo!
-Eu também te amo!
Nós nos abraçamos por vários minutos enquanto a música falava tudo o que faltou para ser dito.
-Então, você aceita?-Diz João
-Claro que sim!
Nos beijamos e fomos para o quarto. Arrancávamos as nossas roupas vorazmente, como se fosse a nossa primeira transa. Depois de anos, o sexo já não era tão excitante como antes, mas, naquela noite, tivemos a melhor transa de nossas vidas. O tesão que dominou os nossos corpos durante a mesma foi inimaginável.
No fim, suados e sem fôlego, olhamos um ao outro e ao mesmo tempo abrimos um sorriso: nós iríamos casar!
-Sabe, João, eu acho que também sempre fui apaixonado por você.
Ele me olhou assustado
-Como assim, amor?
-Quando eu era criança, não entendia muito bem meus sentimentos. Eu gostava de meninas por que todo mundo agia dessa forma e eu imitava, mas eu não sentia o mesmo. Talvez seja por isso que eu trava todas como lixo, como se eu não gostasse delas. Por que eu realmente não gostava! Quem diria, né? Nós, juntos...
Ele riu
-Bom, eu sou bi, então eu sentia atração por homens e mulheres. Mas nunca encontrei alguém que pudesse me fazer sentir o que você me faz sentir. É mágico!
-É mesmo, o amor é mágico.
----X----
Como iríamos fazer uma cerimônia mais descontraída, escolhemos fazer em uma praia. Os pais do João tinham uma casa enorme de praia, e decidimos que, para facilitar, passaríamos uma semana antes do casamento nessa casa, para acompanhar mais de perto a organização da festa.
Os meses passaram voando e logo logo já estávamos passando a nossa primeira noite na praia.
-Faltam 6 dias para eu ser casado com o homem mais incrível desse planeta-Disse o João enquanto me fazia um cafuné
-Faltam 6 dias para você ser o homem mais sortudo do mundo-Disse rindo
-Não podia imaginar uma pessoa melhor. Mas se eu conseguisse seria alguém com o lado sentimental mais desenvolvido!
Ambos demos risada e dormimos abraçados. Nossos convidados chegariam na véspera do casamento para uma festa pré-noivado e estávamos ansiosos para isso.
Mas algo me incomodava profundamente. Nem eu nem o João conseguíamos manter uma conversa sobre o Felipe. Ao mesmo tempo que eu queria que ele viesse, pois é alguém importante para mim, continuo pensando que a distância eh a minha melhor aliada. Já o João é totalmente contra, e fica extremamente irritado quando toco no assunto. Será que eu deveria chamá-lo mesmo assim?