Quinta-feira 6 a.m
Conheci-te na van do curso; quase nunca falava contigo. A primeira vista eu te achei fantástico. Olhos grandes, a boca bem marcada, boné e um resquício de barba que estava por nascer.
A gente não se falava na ida, ate porque eram seis da manhã e ninguém quer ser incomodado nessa hora. Porém na volta, eu te irritava pra caramba. Eu tentava fazer cocegas em você, mas não dava certo e quem sempre acabava morrendo de rir e com falta de ar era eu!
A gente não se falava durante a semana, mas na quinta-feira era como se a gente nunca tivesse se separado. Falávamos sobre tudo; música, heróis, ruas, carros, futuro, qualquer coisa.
Eu nunca quis tanto beijar alguém como eu queria te beijar. Era estranho, eu sei, até porque nós não nos conhecíamos, mas depois de você me fazer cocegas eu deitava no seu colo e ficava te olhando. Você respirando pesadamente por causa da correria e das risadas olhando pela janela e eu ali, deitada te observando.
Quando me falam de você, a primeira coisa que eu lembro é de nos dois, a Barbara e o Guilherme na van; eles estavam num papo engajado e do nada começaram a se beijar - e nesse momento tudo o que eu queria era ir ao seu encontro e fazer o mesmo. Eu estava lá na frente e você no fundo; eu me virei e pousei meus olhos nos seus e ficamos ali por uns 6 ou 7 segundos até que o beijo deles acabou e alguém fez um comentário engraçado.
Você terminou o curso e eu fui te encontrar esses dias na pista de skate depois de três anos. Tu andas de skate muito bem e ainda continua lindo.
Você me viu, olhou nos meus olhos e me deu um sorrisinho, eu retribuo com um enorme sorriso e você acertou a próxima manobra que era a que estavas tentando fazia algum tempo.
Eu gostava muito de você, e queria que nos víssemos mais vezes e que nosso cumprimento fosse além de um sorriso.
"os melhores textos surgem das piores dores"

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Drunk
NouvellesQuase bêbada, quase amada, quase completa. Um relato sobre pessoas que passaram na minha vida e marcaram de alguma forma. Nada real, nada funcional, apenas desejos, paixões momentâneas; uma quase biografia, uma quase vida. Um poço de incertezas