A perdida que mais se encontra.
Você é aquele tipo de pessoa que fala com todo mundo e não tem vergonha de nada. É aquela amiga que faz das tripas o coração pra outra pessoa e sempre quebra a cara. Não é capaz de dizer não para certas coisas e isso te faz fraca.
Você esta sempre dando risada e pode mudar de humor num instante. Bipolar talvez mas prefere culpar o signo. Você é uma ótima pessoa, mas tem que aprender a controlar seu mal humor.
Mais esforçada que você, eu já vi, claro. Mas você quando quer, corre atrás, e não desiste ate conseguir. Pode ser que eu esteja aumentando um pouco as suas qualidades, mas não irei diminuir os defeitos. Eu te conheço. É péssima em lembrar-se das coisas e às vezes, se faz de tonta perto das pessoas só para saber sobre o que elas estão falando. Tem um péssimo habito de falar as coisas sem pensar e isso – na maioria das vezes estraga tudo.
Você é forte, é considerada a engraçada e louca do grupo, mas ninguém sabe o que você passa em casa. Passa angustia; raiva; desespero e chora. Chora porque não há mais nada a ser feito e quando se dá conta, tudo esta resolvido. Às vezes você tem uns medos bobos e saudades absurdas como, por exemplo, você tem medo/aflição do frio e abomina a noite apesar de nessas horas, haver o silencio que você tanto gosta; você sente saudades de coisas que nunca foram suas, como conversas e momentos que nem deviam ser marcantes, mas foram. O modo como você mente para preservar os outros é intrigante.
Não deveria se martirizar tanto por coisas que não importam.
Você sente saudades e eu sei do que, e sei que você queria mais que tudo que ele estivesse aqui, bom e saudável, pois agora, você tem mais cabeça e saberia como cuidar e conversar melhor com ele. Culpa-se também por não dar apoio a sua mãe quando outro fato triste aconteceu.
Você sente dores, mas não conta pra ninguém, pois acha que é coisa da sua cabeça e que uma hora vai passar, mas não passa e se vê obrigada a tomar remédio, mas detesta porque isso afeta sua percepção e causa distrações.
A sua vida anda meio conturbada e quando se vê em situações desesperadoras, se lembra de João Grilo falando que "nessa vida há jeito pra tudo, só não há jeito pra morte".
Apesar de tudo, você ainda está aqui.
"Isso era quase impossível – como tentar contar de cem a zero enquanto pessoas gritam números aleatórios em seus ouvidos".

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Drunk
Short StoryQuase bêbada, quase amada, quase completa. Um relato sobre pessoas que passaram na minha vida e marcaram de alguma forma. Nada real, nada funcional, apenas desejos, paixões momentâneas; uma quase biografia, uma quase vida. Um poço de incertezas