Um dos quatro filhos da mulher da van. O qual eu mais gostei.
Quando sua mãe disse que era você que iria nos levar na escola, eu me senti desconfortável. Não te conhecia nem nada, mas fui. No primeiro dia, eu ainda estava meio cabreira de falar contigo, mas depois, simpatizei e começamos a conversar. Todos os dias, quem ia sentada na frente com você era eu. Quem voltava na frente com você era eu. Ate que eu comecei a sentir algo diferente por você. Eu passava a maior parte do tempo na biblioteca só pra ficar trocando mensagens com você. Como o meu bairro ficava perto do seu, eu tinha sorte de ser a ultima a ser deixada em casa e podia passar mais tempo contigo. Eu tinha 13 anos e nunca tinha pensado em nada demais com você e nunca aconteceu nada entre nós, mas eu amava a sua companhia.
Ate que um dia indo embora você me disse que não iria mais nos levar, eu desanimei total. Perguntei o porquê e você me disse que foi pelo fato de que um dia, você, a Jeniffer e o Otavio foram pro Fornazari comprar salgadinho e alguém entregou você pra sua mãe.
Eu passei a detestar a Jeniffer porque eu sempre achei que vocês tivessem alguma coisa e depois dessa eu fiquei ainda mais cismada, mas não fiz nada e o rancor foi se dissipando.
Você foi um ótimo amigo, o qual eu podia contar tudo, desde os problemas familiares recorrentes ate o que eu estava vendo em ciências na escola.
Se um dia eu te encontrar na rua, sei que você não vai me reconhecer, mas quero que saiba que eu sinto falta da nossa amizade.
"confiança tem que ser merecida"
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Drunk
Short StoryQuase bêbada, quase amada, quase completa. Um relato sobre pessoas que passaram na minha vida e marcaram de alguma forma. Nada real, nada funcional, apenas desejos, paixões momentâneas; uma quase biografia, uma quase vida. Um poço de incertezas