Cap.14- Suíça.

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Chego às 13h30 de uma quarta-feira no trabalho, já mega ansiosa para o resultado do melhor poema junto com a revelação do prêmio. Já não basta a tensão de ontem por ter tido a votação.
Daniel e Júlia vieram comigo para a Pop Music para que eles possam acompanhar juntos todo o procedimento do concurso e me avisar.
Eu sei o que vocês estão pensando: "Como eles estão de boa no mesmo ambiente depois de uma super treta daquelas?"

Depois de um extenso esclarecimento de tudo o que houve, eles se acertaram.
Após Jú ter ligado para Dani um dia antes, uma mulher que ela desconhecia atendeu, deixando-a furiosa. Ela se vingou dele indo até a casa de Caio(envolvendo o coitado na treta) e deixando o celular lá.
O que aconteceu depois disso vocês já sabem, não é mesmo?!

Assim que ficou sabendo do ocorrido, Dani foi à casa de Júlia e explicou que a mulher que atendeu seu telefone é uma prima distante que há muito tempo não via e que são muito próximos.
Até aproveitou-se da situação para conversar e pedir conselhos para a tal prima, assim como Júlia fez com Caio.
Um pediu desculpa para o outro e como uma mágica, todo o aborrecimento desapareceu.

Jubs só não sabe ainda é que um dos conselhos que a prima de Dani (Raquel) lhe deu foi pedi-la em namoro, o que ela tanto deseja. O que fez Dani ficar um pouco triste, pois lhe fez lembrar de que ele irá para São Paulo - o que não seria muito bom para um namoro, qualquer que fosse.
O mais chato de toda a história é ter que ouvi-la duas vezes, assim como eu tive que ouvir a versão de Daniel e a de Júlia.

Enquanto tiro o pó de algumas coisas na loja, sentada em um banquinho, Júlia e Daniel estão de pé a meu lado com o celular na mão, prontos para algum aviso caso houvesse um novo no site da competição.
Minha mente vazia se ocupa rapidamente com lembranças de segunda.

*Flash Back On*
Ainda com Júlia, penso em ligar para Vicente e desculpar-me. Porém, pensando bem, não é uma boa ideia pedir desculpas por telefone, então decido ligar para marcar um encontro. Assim, posso conversar cara a cara.

-Alô?! - começo a pensar logo no que dizer.

-Laura?

Escuto sua respiração lenta e pesada através do telefone.

-Sou eu. Será que podemos nos ver? Preciso muito conversar com você. Estava pensando na sua casa como o ponto de encontro, mas se não puder, irei entender.

-Sim, Laura. Podemos nos ver na minha casa.
Acho que você não sabe onde moro...quer que eu te busque?

-Não precisa. Apenas me passe o endereço e darei um jeito de chegar até aí.

Pego um pedaço de papel e uma caneta e deixo minha caligrafia feia marcada ali.
Com sorte pegarei o ônibus certo...
》》》》》》》》》》》》》》》

Aqui estou na porta do apartamento de Vicente, esperando a coragem bater na minha porta para depois eu bater na dele. Mas, acabo tocando a campainha mesmo, esperando por uns minutos que mais parecem horas, até que a porta se abre um pouco, todavia com a corrente ainda segurando-a e o rosto de Vicente por detrás dela. Não sei o porquê, mas isso me deixa completamente paralisada.
Ele me olha e fecha a porta, tudo tão rápido...como se estivesse fugindo de um monstro. Para o meu alívio, alguns segundos depois, quando eu já havia me virado e começado a caminhar para a estrada da depressão, ele abriu a porta. Estava apenas tirando a corrente.

Ufa!

Me viro e vejo Vicente de pé com o cabelo bagunçado, um moletom cinza, sem camisa e descalço.
Essa é a primeira vez em que o vejo assim...largado. Ele parece quase morto, como Edward no filme Lua Nova, na parte em que Bella vai buscá-lo em Volterra.
Não consigo me conter e assim que paro de caminhar e me viro para ele, corro em sua direção e pulo em seu colo com os braços ao redor de seu pescoço. Sinto seu corpo quente colado ao meu, abraço-o o mais forte que posso e afundo meu rosto em seu pescoço, uma lágrima minha rola e sinto Vicente retribuir o abraço de urso.
*Flash Back Off*

Bom... depois disso, nós entramos, nos desculpamos, nos perdoamos e conversamos sobre nossa situação em geral, não apenas sobre eu ter "expulsado" ele da minha casa. Mas também sobre o fato de termos que ficar escondidos o tempo todo e decidimos esperar mais um pouco para nos assumir apenas para nossas famílias.
Infelizmente, teremos que esperar esse ano terminar e logo em seguida ele mudar o trabalho para outra escola para que possamos nos assumir oficialmente para o mundo.
Assim, tudo ficará um pouco mais fácil! Não moleza, apenas um pouco mais fácil.

-LAURA!!!

Daniel e Júlia me trazem de volta a realidade com notícias sobre o concurso.

-O que houve?

-Eles acabaram de postar quem ganhou!!! Vamos ler agora. - diz Jubs toda animada.

Dani foi rolando o post devagar, fazendo suspense.

-O vencedor, ou vencedora do Primeiro Concurso de Poemas da FOREVER LITERATURE é...
.....
...
..
.
-LAURA CASTRO ALBUQUERQUE!!!

E nesse momento só se ouviam gritos na Pop Music.

Aaaaaahh!!!!
Uhuuuulll!!!
ÊeeêEee!!!
Viivaaaa!!!
Ooobaaaa!!!

-Espere!!! Qual é o prêmio? - eu pergunto de repente, lembrando de que ninguém sabia desse ponto mais importante.

-Ai meu Zeus, Laura! Aqui diz que o prêmio é uma passagem para Suíça. Não está incluído nada além da passagem. Todavia, você tem direito a um acompanhante.

Tudo já havia sido resolvido...a viagem seria no fim do ano, antes do Natal e meu pai disse que não deixaria que eu fosse com ninguém que não fosse ele ou mamãe.
Dona Anna disse que não poderia, pois precisava cuidar da vovó. Então o único jeito é que eu vá com papai.

A ficha ainda não caiu...eu não tinha a mínima esperança de que ganhasse o concurso, nunca imaginei que pudesse, que tivesse a capacidade para isso.
Assim que consegui parar de tremer, liguei para Vicente e dei o aviso. Ficou muito alegre, me disse palavras de incentivo, de que sempre acreditou em mim e que sou uma ótima escritora, apesar de ter lido poucas coisas que escrevi.
Depois da boa notícia, conversamos sobre diversos assuntos. Inclusive, perguntei-lhe se tinha visto Tomás alguma vez após o grave ocorrido, e depois de um comportamento estranho ao celular, ele confessou que há algumas semanas eles se viram na rua, por acaso. E Vicente o pediu que ficasse longe de Júlia, Daniel e especialmente eu.
Apenas me fez passar vergonha na frente de todos da loja, até mesmo clientes, quando me pediu que recitasse o poema, já que não teve tempo de ler. Na hora em que votou, estava demasiadamente ocupado no trabalho e acabou dando o celular a um outro professor, pedindo que o fizesse em seu lugar enquanto ele corrigia algumas provas.

Como de esperado, fiquei tímida e perdi a coragem que nem tinha para ler o poema em voz alta dentro da Pop Music.
Júlia, como a "boa" amiga que sempre foi, tomou o aparelho de minha mão e não me deixou recuperá-lo de volta, sem contar com o fato de ter recitado uma parte do poema para Vicente enquanto corria de mim pela loja.

Não posso dizer que isto é amor
Nem dizer que é paixão
Ao menos cabe em meu coração

Queria tanto...

Felizmente consegui pegar de volta o celular e desligar na cara de Vicente antes que Júlia continuasse a segunda estrofe.
Sorte a minha dele ter entendido o motivo pelo qual tive essa estúpida atitude.
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Oiiii, amorecos ♡♡♡
O título dos dois próximos capítulos terão a sigla "DFE" significa "Dia de Fortes Emoções". É que ficariam com o nome grande, por isso abreviei.

Nas duas últimas semanas,  postei apenas um capítulo em cada uma. Por isso, estou postando esse hoje, sábado.
Tentarei postar dois capítulos nessa próxima semana, normalmente.

Quero bastante estrelinhas, comentários e leituras ♡♡♡ Divulguem para os amigos!!!

Milhões de beijinhos,

Gaby Lautner.

Nada é ImpossívelOnde histórias criam vida. Descubra agora