IV. Um Problema

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Passaram-se 6 semanas desde que quase fui atropelada. Embora durante estas 6 semanas tenha andado entretida pois as aulas estão no fim e tenho exames, pensei várias vezes o quanto desejava ter um agradável encontro com o Shawn para lhe dizer umas. Mas depois refletia e pensava que talvez não tivesse sido ele pois ninguém tinha certeza de nada.

Hoje é sabado, já só faltam 2 semanas para o fim das aulas, mas tenho andado tão atarefada que não tenho tido tempo de descansar. Dicidi ficar por casa, tenho de acabar uns trabalhos e como também estou meia engripada vou ficar de pijama o dia todo.

Depois do almoço, subo as escadas e tranco-me no meu quarto. Abro a minha capa e tiro o meu trabalho. Ligo o computador, ponho música a passar e abro a foto de um colega meu uma vez que o nosso trabalho a Desenho era o Retrato de uma pessoa.

Nem sabem como adoro desenhar, esqueço-me de tudo à minha volta, posso passar horas a fio a desenhar que não me importo.....é tão relaxante.

E foi o que fiz sábado toda a tarde e noite pois como não queria deixar o trabalho a meio fiz direta.

Domingo de manhã, dormi até às 14:30, levantei-me a essa hora e fui almoçar com a minha mãe. Tivemos aquelas conversas sem importância nenhuma e depois de tudo feito, como não me apetecia fazer mais nada, deitei-me no sofá.

Estive para aí 10 minutos a mudar de canal, até que finalmente encontro um canal onde estava a passar um filme de jeito. E assim estive a tarde toda a ver o "Senhor dos Anéis".

No final, pus uma lasanha no forno e quando estava a começar a servir-me chega a minha mãe e janta comigo. Mas havia algo que não estava bem.

-Está tudo bem mãe? - pergunto-lhe a medo.

-Está, porque perguntas? - responde-me friamente.

- Porque eu sei perfeitamente que o teu turno acabava mais tarde, por isso, de certeza que aconteceu alguma coisa para teres deixado o departamento de enfermagem sem chefe até o fim do teu turno.

- Está bem, eu confesso, aconteceu uma coisa que eu não estava à espera. Morreu um rapazinho nas minhas mãos e eu não pude fazer nada, porque foi de repente. Quando lhe fui medir a temperatura, ele começa a ter falta de ar, então eu toco na campanhia, mas quando o médico chega já não havia nada a fazer. Não é que eu não esteja preparada para que isto aconteça, afinal o rapaz era muito pequenino e apanhou uma pneumonia, mas o pior é que os pais dizem que ele morreu por negligência da minha parte. Conclusão, até que haja provas fui suspensa. - disse tudo isto sem me olhar uma única vez nos olhos e de uma forma fria.

Não lhe digo nada, simplesmente, levanto-me e abraço-a. Coitada, a profissão dela é a sua maior alegria depois de mim, ela é daquelas pessoas que nasceu com uma vocação bem defenida, e que era boa naquilo que fazia.....

De certeza que tudo vai correr bem, eu não sou pessimista.....

O Idiota do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora