Come Back To The Start

VI

Camila tentava encontrar sentido em seus pensamentos bagunçados. Ela estava no meio do nada, rodeada de pessoas desconhecidas, que por algum motivo se interessavam pela sua virtude.

- Como se chama? - Perguntou um jovem alto, enquanto encaminhava Camila até um quarto.

- Camila Cabello.

- O meu nome é Rob.

- Que nome escroto.

- Acho que isso é problema meu, não seu... Tá tudo bem, estou só brincando. É escroto sim, eu sei. Mas eu já me acostumei.

Camila sorriu.

- Bem, você vai ficar aqui hoje. Aqui está, essas são suas roupas. Não fique assustada. Aqui todo mundo é estranho. Sinta-se em casa.

Camila sorriu mais uma vez. Ela sempre achou engraçado o fato das pessoas lhe falarem "não fique assustada ". Para ela, era algo impossível de se fazer. Mas se esforçava para fazê-lo.

Os pais de Camila a deixaram no que se chamava "Túnel do Tempo " e voltaram para casa. Eles disseram que estava tudo bem, que ninguém iria machuca-la e que voltariam na manhã seguinte.
Mesmo aterrorizada, Camila conseguiu dormir- até porque isso nunca foi algo difícil para ela. Camila dormia profundamente até ser acordada.

Ela se viu em uma maca, seus braços e pernas estavam amarrados e sua cabeça presa em uma espécie de capacete. Haviam eletrodos espalhados pelo seu corpo todo. Assustada ela gritou:

- Mas que merda é essa? Me tirem daqui. Agora!

- Fique calma. - Disse Rob segurando a sua mão esquerda. - Isso é só um teste.

- Que tipo de teste é esse? Eu não gostei nem um pouco. O que vocês vão fazer comigo?

- Nós vamos aplicar em você uma droga...

- Vocês vão me drogar?! E ainda têm a coragem de dizer isso na minha cara!

- Calma Camila. Tá tudo bem. Os seus pais sabem disso, eles assinaram os documentos nos autorizando a fazer isso.

- E pra que vocês vão me drogar? Como eu vou saber o que você vai fazer comigo? Ou que você não vai me...

- Eu não vou te abusar! Pelo amor! Se você me deixar explicar, eu agradeceria. Essa droga vai estimular o seu subconsciente e lhe dará a capacidade de escolher a data que você vai. Os eletrodos servem para que possamos ver tudo que você vê e assim vamos saber se você pode ou não ir ao futuro.

- E o que eu tenho que fazer?

- Nada. Só tem que ficar calma... Ah! Você pode escolher uma data para ir.

- Qualquer uma?

- Sim!  Contanto que seja no futuro obviamente. Mas não escolha uma data muito distante. Quanto mais distante a data, menos tempo a droga fará efeito.

- Okay.

Camila pensou por um instante. Ela decidiu escolher uma data próxima da que fora da última vez. Assim poderia saber se Lauren estava melhor.

- Já escolhi.

- Pode dizer. - Disse Rob dirigindo-se ao computador.

- 2 de agosto de 2014.

- Tudo bem. - Rob digitou a data no computador e alguns códigos - Lembre-se, você não pode fazer nada para alterar a linha do tempo. As regras com relação ao futuro são as mesmas do passado.

- Entendi.

Rob pegou a seringa com a droga.
- Feche os olhos e relaxe.

Camila o fez e após sentir uma leve picada em seu pescoço sentiu o arrepio costumeiro. Ela estava viajando no tempo. Abriu os olhos e se viu em um local aberto. O cheiro de terra molhada estava no ar e o céu estava cinza. Camila olhou em volta e se viu rodeada de pessoas conhecidas. Elas estavam usando roupas pretas. Uma mulher chorando passou pelo seu campo de visão.

- Ela era tão jovem. - Alguém disse atrás dela.

Camila foi andando até o grupo de pessoas formado um pouco a frente. Ao passo que se aproximava, pode ver que atrás da multidão havia um caixão.

Seus batimentos cardíacos aumentaram rapidamente. Ela estava em um velório.
"E se for da... Não, não pode ser"

- A jovem Lauren Jauregui lutou bravamente contra sua doença. Infelizmente ela não ganhou a luta. O vencedor não é só aquele que ganha a luta, mas sim aquele que não desistiu. Lauren nunca desistiu.

- Não! - Gritou Camila, empurrando todos da sua frente. - Lauren!!! Não! Por favor, eu tô aqui. Lauren! Lauren!

- Camila, acalme-se...

- Não! Não!

Camila acordou mais uma vez. Voltara ao Túnel mais uma vez. Ela estava chorando desesperadamente.

- Camila! Calma!

- Não, a Lauren...

- Tá tudo bem! Calma.

- Não tá tudo bem! A minha Lauren, vai morrer... Eu preciso impedir isso. Eu preciso!