Capítulo 3 - Armário de Vassouras

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Ficar sozinho às vezes é o melhor modo de resolver as coisas...

O tão esperado dia 24 havia finalmente chegado. A tempestade de neve castigava todo o lado de fora da casa dos Lynch enquanto Lola e Frederick terminavam de fazer a ceia – mesmo que se dependesse dele, se não fosse à filha, colocaria veneno em tudo e faria pipoca para assistir uma Vicent morrer estrebuchando.

— Vou me arrumar para irmos buscá-los. – Disse Lola olhando no relógio assim que empurrou uma travessa com o pernil para dentro do forno. Frederick fez uma careta subindo com a filha para poder se agasalhar para buscar os inimigos para o covil de cobras.

20 minutos depois eles estavam saindo de casa para poder buscar os Vicent. Demoraram mais tempo do que o imaginado já que o tempo frio castigava toda a cidade, porém, para por um fim no que restava da sanidade de Fred, o anúncio de Aidan fez com que ele quase caísse no choro:

— Minha mãe tá na revista. Precisamos ir buscar ela lá. – Explicou o menino depois de Lola piscar, confirmando o que o plano estava dando certo. Por que, é claro que Abby Vicent não poderia ficar um tempo sem trabalhar no seu império? Isso está fora de cogitação, ainda mais no Natal, uma data nada importante.

— Por que precisamos ir buscá-la?

— Por que é Natal e as luzes estão com ela. – Respondeu.

— Estão me achando com cara de chofer? – Frederick questionou olhando para eles, e Lola deu os ombros, sorridente. Frederick revirou os olhos antes de começar a descer e se encaminhar até a revista de Abby.

O percurso foi difícil. Tudo parecia conspirar para que Frederick perdesse toda sua paciência. Isso só ajudava as expectativas de Aidan e Lola crescerem na esperança de que tudo desse certo.

"Está tudo arrumado?" — Lola questionou mandando uma mensagem de texto para o rapaz. Aidan assentiu com a cabeça pelo retrovisor do carro e a menina abriu um meio sorriso antes de entrarem no estacionamento subterrâneo da revista.

— Vocês, fiquem aqui. Eu volto logo. – Frederick pediu e eles assentiram como dois anjos. E continuaram assim. Pelo menos até ele entrar no elevador.

— Vai, vai, vai! – Disse Lola empurrando Aidan para fora do carro como pode.

O rapaz tirou a mochila das costas, tirando um computador de lá de dentro enquanto ela ia até um lugar estratégico e pegava um fio e entregava ao garoto que digitava compulsivamente até plugar o cabo no computador.

— Conectou! – Ele disse assim que a imagem fraca de uma sala começou a aparecer no monitor. Lola sorriu. – Vai, sua vez, corre! – Pediu ele, enquanto a menina apertava desesperadamente o elevador até adentrá-lo e começar a subir.

No andar de cima, Frederick via que nada poderia mais piorar — mesmo é claro, que estivesse extremamente enganado.

— Meu bem, eu realmente não tenho o tempo todo, então, vamos logo. – Frederick falou, batendo palmas como se espantasse um cachorro. Abby ergueu os olhos calmamente encarando o rapaz que parecia um feirante no meio da sua sala.

— Não me lembro da parte que você manda em mim, Lynch. – Disse ela subindo as sobrancelhas.

— Comece a lembrar-se, então, Vicent. – Ela travou o maxilar, a olhando com ódio. – E vamos logo, por favor! Quanto mais rápido isso acabar, melhor pra nós. – Abby subiu as sobrancelhas, e se jogou na cadeira que estava sentada cruzando as pernas. Fred respirou fundo, vendo que claramente ela só estava lhe provocando.

— Não sou obrigada.

— Mas os nossos filhos são! Vamos. Logo. – Disse travando o maxilar e a loira revirou os olhos, antes de assinar mais alguns papeis e se levantar. Fred a seguiu.

Operação V I N C H (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora