Capitulo 3 - I

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O sol entrava brilhante pela pequena janela frente ao sofá, incomodando os olhos do garoto que dormia até então. Ao abrir os olhos o menino olhou bem ao redor e se senta no sofá. Com um olhar cansado e amassado o menino se atenta na pequena ave a qual estava encolhida parecendo uma bolinha vermelha plumada em um canto do sofá.

- TA NA HORA DE ACORDAR!! VAMOOS!

Dava pra ouvir o homem na casa toda berrando e batendo duas panelas ferozmente. Com o susto o menino acordou de vez.

- BOM DIA, PREGUIÇOSO! Vá se levantar.

- Bom dia, senhor...? - O garoto não soube completar a fala.

- Bartolomeu, Ricardo Bartolomeu. E seu nome é?

- Na verdade não sei... Não me lembro. Era algo como Erik... Tenho apenas vagas memórias... - O garoto se pôs a pensar

-  Então que seja, Erik! Vá se arrumar temos muito o que fazer hoje!

- Me arrumar?

- É, vá acordar. Tem algumas frutas se quiser e tem água potável no filtro. Aliás você acordou tarde hoje, já são 8 da manhã, cometa o mesmo erro amanhã e ficará sem comer ouviu?

- Claro, me desculpe!

- Está desculpado agora vá, nós saímos em 20 minutos!

- Aahn... saímos?

- Claro todo dia eu saio atrás de sobreviventes, água, baterias, caça, qualquer coisa pode ser útil!

- Ah, claro! Bom eu estarei pronto logo!

O garoto se levantou e foi andando em direção a cozinha, era um cômodo bem fechado, provavelmente pra impedir ladrões ou animais de entrarem e pegarem tudo, não importava, ele estava faminto e com sede, pegou uma maçã e começou a come-lá, depois encheu um copo de água e bebeu. Contente e mais satisfeito, já que em padrões dá situação isso seria um café da manhã mais que completo, ele se levantou e pode ouvir o pequeno pássaro reclamar de seu bolso.

- Aah, como me esqueci de você pequenino? - O garoto falou para o pássaro e pegou o nas mãos - Você precisa de um nome, que tal Brasa?

O pássaro apenas soltou um assobio inocente e pulou das mãos de Erik para a mesa e começou a bicar os pequenos pedaços de maçã e de semente que sobraram perto do talo. Encantado com o pequeno amigo, o rapaz começou a acaricia lo com a ponta do dedo.

- É, acho que você não se importa muito com nomes né? Tudo bem eu também não tenho um... Bom o Ricardo me chama de Erik, mas não me lembro meu nome verdadeiro... - O garoto ia falando com a ave como se ela pudesse o ouvir e se lembra do dia anterior quando a encontrou no fogão - JÁ SEI! Vou te chamar de Warm, que tal? É o que tava escrito no fogão onde te achei.

O pássaro não responde, mas o garoto estava determinado. De repente quando o pássaro terminava a refeição Ricardo apareceu na cozinha.

- Pega o seu pássaro, a gente tá saindo. Vou te ensinar algumas coisas, pega esse livro.

O homem arremessa o livro na direção do garoto, se tratava de um caderno na verdade, o garoto o agarra e olha na capa azul tinha algo escrito "Projetos Mecânicos"

- O que é isso?

- Bom garoto pra viver nesse mundo, você vai precisar saber bem mais do que caçar e roubar. Vamos começar por aí quero que você leia tudo que está aí, escolha um projeto e faça pra mim até o fim do mês, ENTENDEU?

O homem questionou em posição de sentido e logo foi respondido pelo garoto animado com a idéia.

- Sim, senhor!

- Ótimo agora vamos, aliás você também vai precisar de um relógio aqui é sempre importante estar no horário e às 18:00h eu quero que você volte para cá imediatamente, entendeu? Mesmo que eu não esteja com você eu preciso que você esteja aqui antes de escurecer!

- Entendi!

- Ótimo, pegue esse que eu tenho sobrando, ele já está no horário certo, mas funciona a base de baterias pequenas então se achar qualquer uma guarde a.

- Obrigado! Estamos prontos pra ir, não é Warm?

O garoto comentava disposto enquanto prendia o relógio no pulso. E assim que questionou o pássaro deu um salto com um pequeno bater de asas até seu ombro.

- Então vamos. FOXY!! VEM GAROTA!

Então o quarteto foi caminhando, o garoto com a espingarda em mãos e uma sacola de tecido para colocar objetos que achasse, além de Warm em seu ombro, o homem com um facão no cinto, pistola 9mm na mao, uma mochila nas costas, jaqueta leve, calças de exercício e botas de couro, além de sua companheira Foxy a seu lado.

O homem liderava o grupo, seguindo por um caminho que parece ter sido um dia uma rua de paralelepípedos, agora tinha grama alta e musgo crescendo sobre os pequenos pedaços de pedra, Ricardo sempre alertava o risco de cada passo, dizendo que podem ter armadilhas ou animais escondidos como serpentes e escorpiões próximos a entulhos, por isso o garoto andava sempre buscando por algo atentamente no chão, olhando para cima em alguns poucos momentos pra se orientar.

Após uma caminhada longa, eles chegaram a um grande portão com um muro de uns dois metros, que parecia dar em uma fazenda ou sítio que eram muito comuns na região, mesmo antes do incidente. O menino, curioso não deixou de se atentar àquele portão ainda intacto e aparentemente bem preservado, parou adiante dele e chamou a atenção do resto do grupo.

- Bartô, o que tem nesse lugar? Por que não entramos nele como em todas aquelas outras casas vazias e destruídas?

O homem suspirou e encarou o horizonte por um instante, depois retornou sua atenção a Enrique.

- Essa fazenda não tem nada para a gente. Faça o que fizer não queira entrar lá entendeu?

Bartolomeu disse em alto tom, de forma séria enquanto encarava o garoto frente a frente.

- Mas por que? - O garoto insistiu - O que tem de tão ruim ou perigoso ali?

Após um longo suspiro o homem resolveu responder direito.

- Aí dentro está o maior grupo de sobreviventes dessa ilha e olha que eu já mapeei essa ilha toda... O único problema é que esses homens se tornaram escravos da cegueira. No começo eramos um grupo de sobreviventes comum, nos reunimos nesse sitio e começamos a arrumar as coisas...

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